Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

A parábola do juíz e a viúva persistente. – Comentário de M. Asun Gitiérrez Cabriada.


”Mas quando voltar o Filho do homem, encontrará fé sobre a terra?” (Lc 18, 8)

O comentário de Asun Gutiérrez Cabriada sobre o texto Lc 18, 1-8, que trago hoje para o blog Indagações, fala da parábola do juiz e a viúva. É uma reflexão muito enriquecedora.
Não deixe de ler.
WCejnog
[Os interessados pedem ler esse texto em apresentação de PPS, acessando o site das Monjas Beneditinas de Montesserrat: Benedictinascat/Montesserrat.  Trabalho muito bonito!]


Com as suas parábolas, Jesus trata de levar o reino de Deus a cada aldeia, a cada família, a cada pessoa.
Por meio destes relatos cativadores vai removendo obstáculos e eliminado resistências para que esta gente se abra à experiência de Deus que está a chegar às suas vidas.
Cada parábola é um convite premente a passar de um mundo velho, convencional e sem horizonte para um “país novo”.
Jesus ensinou a “captar” a presença salvadora de Deus de outra maneira, e começou a sugerir que a vida é mais de que aquilo que se vê.

José Antonio Pagola.
Jesus: uma abordagem histórica.

 Comentário

Naquele tempo,
Jesus disse aos seus discípulos
uma parábola
sobre a necessidade de orar sempre
sem desanimar:

Lucas mostra Jesus a orar em todos os momentos decisivos da sua vida e ensinando a orar.  A oração é o clima normal e habitual na vida Jesus. Tem sempre levantado o coração e o olhar para o Pai, fala-Lhe, escuta-O, vê-O em todas as coisas, vive em contínua ação de graças.
Jesus utiliza  parábolas, narra a vida quotidiana, para que quem O escutar compreenda que Deus está a seu lado e do seu lado.

        Em certa cidade vivia um juiz
que não temia a Deus
nem respeitava os homens.
Havia naquela cidade uma viúva
que vinha ter com ele e lhe dizia:
 ‘Faz-me justiça contra o meu adversário’.
Durante muito tempo ele
não quis atendê-la.
Mas depois disse consigo:
 ‘É certo que eu não temo a Deus
nem respeito os homens; mas,
porque esta viúva me importuna,
vou fazer-lhe justiça,
para que não venha incomodar-me
indefinidamente’ “

Entre o abandono desesperado de quem não vê futuro e a visão mágica de quem ingenuamente crê que só é questão de rezar, Jesus insiste na oração vital e no esforço humano. Na confiança e na esperança ativa e decidida. Orar é pedir justiça, mas é também implicar-se em pleno no compromisso pela justiça. Não tem sentido pedir a Deus aquilo que não estamos dispostos a realizar.

E o Senhor acrescentou:
Escutai o que diz o juiz iníquo!...
E Deus não havia de fazer justiça
aos seus eleitos, que por Ele
clamam dia e noite,
e iria fazê-los esperar muito tempo?
Eu vos digo que lhes fará justiça
bem depressa.

A injustiça continua a estar vigente no mundo. O texto mostra a situação atual de tantas pessoas marginalizadas que sofrem una total indiferença perante os seus problemas e necessidades.
Apesar dos “juízes iníquos”, confiamos em que há sempre Alguém que, contando com a nossa colaboração, escuta as necessidades e os gritos dessas pessoas. Fá-las-emos esperar? Fazemo-las esperar?

Mas quando voltar o Filho do homem,
encontrará fé sobre a terra?

A fé não é autêntica nem dada para sempre, se não se alimenta, se torna madura e cresce, tanto pela oração como pelo compromisso com o mundo, com a vida e com a justiça que se pede. A fé é um dom e uma tarefa.
Talvez não unamos com frequência fé e justiça. Talvez nos seja mais fácil unir fé e sacramentos, fé e atos de piedade, fé e religião. Talvez necessitemos convencer-nos de que o fundamental da fé é a justiça.

“Não se pode viver a fá sem um compromisso com a justiça” (Pedro Arrupe)

Encontra Jesus essa fé com ânsia de justiça em nós ?

Quanto temos de aprender

Senhor, quanto temos de aprender ainda!
Quanto temos de aprender a calar vendo
o que sofrem e padecem outros!
Contudo nos pegamos “apanhados” nos
nossos sofrimentos pessoais e, pelo menos, familiares.
Sabemos pouco do que é a intempérie,
pouco entendemos da nudez nesta
sociedade consumista; a insegurança põe-nos nervosos e
aprendemos a justificar tudo.
Por isso necessitamos uma conversão contínua,
porque as conversões “de momento”sabemos 
manipulá-las.
Vem Tu e tira-nos do nosso “diminuto mundo”.
Abre-nos às boas notícias que
falam de solidariedade e entrega.
Faz que dentro de nós surja uma insatisfação
que nos ajude a mudar, a colocar para nós mesmos
as grandes perguntas do Evangelho
e a dar pequenos e simples passos até
ao estilo de vida que Tu nos ensinas.
Perdoa-nos “tantas e tantas dívidas”
e diz aos nossos irmãos pobres
que eles também nos perdoem.

Juanjo Elezcano



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