Mais uma reflexão muito concreta e atual de
autoria do padre e teólogo espanhol José Antônio Pagola. Trago-a para o blog
Indagações-Zapytania para contribuir na sua divulgação e assim facilitar a leitura
para quem estiver interessado.
Foi publicada no site do Instituto Humanitas
Unisinos (IHU).
Não deixe de ler.
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IHU - Notícias
Sexta, 17 de janeiro de 2014
Com
o fogo do Espírito
A leitura que a Igreja propõe neste
domingo é o Evangelho de Jesus Cristo segundo João 1, 29-34 que corresponde ao
Segundo Domingo do Tempo Comum, ciclo A do Ano Litúrgico. O teólogo
espanhol José Antonio Pagola comenta o texto.
Eis o texto
As primeiras comunidades cristãs
preocuparam-se em diferenciar bem o batismo de
João, que submergia as pessoas nas águas do Jordão, e o batismo de Jesus, que
comunicava o Seu Espírito para limpar, renovar e transformar o coração dos Seus
seguidores. Sem esse Espírito de Jesus, a Igreja se apaga e se extingue.
Só o Espírito de Jesus
pode colocar mais verdade no cristianismo atual. Só o Seu Espírito pode levar-nos a
recuperar a nossa verdadeira identidade, abandonando caminhos que nos desviam
uma e outra vez do Evangelho. Só esse Espírito pode nos dar luz e força para
empreender a renovação que necessita hoje a Igreja.
O Papa Francisco sabe
muito bem que o maior obstáculo para colocar em marcha uma nova etapa
evangelizadora é a mediocridade espiritual. Ele o diz de forma categórica.
Deseja alentar com todas as suas forças uma etapa “mais ardente, alegre,
generosa, audaz, cheia de amor até ao fim, e de vida contagiosa”. Mas tudo será
insuficiente, “se não arde nos corações o fogo do Espírito”.
Por isso procura para a Igreja de
hoje “evangelizadores com Espírito” que se abram sem medo à sua ação
e encontrem nesse Espírito Santo de Jesus “a força para anunciar a verdade do
Evangelho com audácia, em voz alta e em todos os tempos e lugares, mesmo contra
a corrente”.
A renovação que o Papa quer impulsionar
no cristianismo atual não é possível “quando a falta de uma espiritualidade
profunda se traduz em pessimismo, fatalismo e desconfiança”, ou quando nos leva
a pensar que “nada pode mudar” e portanto “é inútil esforçar-se”, ou quando
baixamos os braços definitivamente, “dominados por um descontentamento crônico
ou por uma acidez que seca a alma”.
Francisco adverte-nos
que “por vezes perdemos o entusiasmo ao esquecer que o Evangelho responde às
necessidades mais profundas das pessoas”. No entanto não é assim. O Papa
expressa com força a sua convicção: “não é o mesmo ter conhecido Jesus que não
conhecê-Lo, não é o mesmo caminhar com Ele que caminhar às cegas, não é o mesmo
poder escutá-Lo que ignorar a Sua Palavra... não é o mesmo tratar de construir
o mundo com o Seu Evangelho que fazê-lo sozinho com a própria razão”.
Tudo isto temos de descobrir por experiência pessoal em Jesus. Do
contrário, a quem não o descobre, “depressa lhe falta força e paixão; e uma
pessoa que não está convencida, entusiasmada, segura, apaixonada, não convence
ninguém”. Não estará aqui um dos principais obstáculos para impulsionar a
renovação desejada pelo Papa Francisco?
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