Hoje trago para o blog Indagações-Zapytania mais uma
reflexão muito atual de autoria do padre e teólogo espanhol José Antônio
Pagola. Foi publicada no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU). Não deixe
de ler.
WCejnog
IHU - Notícias
Sexta, 10 de janeiro de
2014
Uma nova etapa
A leitura que a Igreja
propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus Cristo segundo
Mateus 3, 13-17, que corresponde ao Domingo do Batismo de Jesus, ciclo A do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto.
Mateus 3, 13-17, que corresponde ao Domingo do Batismo de Jesus, ciclo A do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto.
Eis o texto.
Antes de narrar sua
atividade profética, os evangelhos contam uma experiência que transformará
radicalmente a vida de Jesus. Depois de ser batizado por João, Jesus se sente
Filho querido de Deus, habitado plenamente por seu Espírito. Alentado por esse
Espírito, Jesus se põe a caminho para anunciar a todos, com sua vida e sua
mensagem, a Boa Notícia de um Deus amigo e salvador do ser humano.
Não é de admirar que, ao
nos convidar a viver nos próximos anos “uma nova etapa evangelizadora”, o Papa
nos lembre de que a Igreja precisa hoje, mais do que nunca, de evangelizadores
com Espírito. Ele sabe muito bem que somente o Espírito de Jesus pode infundir
força para colocar em andamento a conversão radical que a Igreja necessita.
Mas quais são os caminhos?
Esta renovação da Igreja
somente pode nascer da novidade do Evangelho. O Papa deseja que se escute
hoje a mesma mensagem que Jesus proclamava pelos caminhos da Galileia.
Devemos “retornar à fonte e recuperar o frescor original do Evangelho”. Somente
dessa forma “romperemos esquemas chatos nos quais tentamos encerrar Jesus
Cristo”.
O Papa está pensando numa
renovação radical, “que não pode deixar as coisas como estão; não serve mais
uma simples administração”. Por isso ele nos pede para abandonar o cômodo
critério pastoral “sempre foi feito assim” e insiste uma e outra vez:
“Convido a todos a serem ousados e criativos nesta tarefa de repensar os
objetivos, as estruturas, o estilo e os métodos evangelizadores de suas
próprias comunidades”.
Francisco busca uma Igreja
que somente se preocupe em comunicar a Boa Notícia de Jesus ao mundo atual.
“Mais que o temor de errar, espero que nos impulsione o medo de nos fecharmos
nas estruturas que nos oferecem uma falsa contenção, nas normas que nos fazem
juízes implacáveis, nos hábitos em que nos sentimos tranquilos, enquanto lá
fora fica uma multidão faminta, e Jesus repete sem descanso: Dai-lhes vós de
comer”.
O Papa deseja que
construamos “uma Igreja com as portas abertas”, pois a alegria do Evangelho é
para todos e não se deve excluir ninguém.“ Que alegria escutar dos seus
lábios uma visão de Igreja que recupera o Espírito mais genuíno de Jesus
rompendo atitudes arraigadas ao longo de séculos. “Às vezes agimos
como controladores da graça, e não como facilitadores. Mas a Igreja não é uma
aduana, é a casa do Pai onde há lugar para cada um com sua vida sobre as
costas.”
Fonte: IHU - Notícias
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