Abaixo, uma reflexão muito valiosa do padre e
teólogo espanhol José Antônio Pagola. Foi publicada no site do Instituto
Humanitas Unisinos (IHU).
Não deixe de ler.
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IHU – Notícias
Sexta, 24 de janeiro de 2014.
Algo novo e bom
A leitura que
a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 4, 12-23 que
corresponde ao Terceiro Domingo do Tempo Comum, ciclo A do Ano Litúrgico. O
teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto.
Eis
o texto
O primeiro
escritor que recolheu a atuação e a mensagem de Jesus resumiu tudo dizendo que
Jesus proclamava a “Boa Nova de Deus”. Mais tarde, os demais
evangelistas empregam o mesmo termo grego (euanggelion) e expressam a mesma
convicção: no Deus anunciado por Jesus as pessoas encontravam algo “novo” e
“bom”. Há ainda nesse Evangelho algo que possa ser lido, no meio da nossa
sociedade indiferente e descrente, como algo novo e bom para o homem e a mulher
dos nossos dias? Algo que se possa encontrar no Deus anunciado por Jesus e que
nos proporciona facilmente a ciência, a técnica ou o progresso? Como
é possível viver a fé em Deus nos nossos dias?
No Evangelho
de Jesus nós, crentes, nos encontramos com um Deus do qual podemos sentir e
viver a vida como uma oferenda que tem a sua origem no mistério último da
realidade que é Amor. Para mim é bom não me sentir só e perdido na existência,
nem em mãos do destino ou do azar. Tenho Alguém a quem posso agradecer a vida.
No Evangelho
de Jesus nos encontramos com um Deus que, apesar das nossas ignorâncias, nos dá
força para defender nossa liberdade sem terminar escravos de qualquer ídolo;
para não viver sempre pela metade, nem ser uns “oportunistas”; para ir
aprendendo formas novas e mais humanas de trabalhar e de desfrutar, de sofrer e
de amar. Para
mim é bom poder contar com a força da minha pequena fé nesse Deus.
No Evangelho
de Jesus nos encontramos com um Deus que desperta a nossa responsabilidade de
não sermos indiferentes aos outros. Não podemos fazer grandes coisas, mas
sabemos que temos de contribuir para uma vida mais digna e mais feliz para
todos, pensando principalmente nos mais necessitados e indefesos. Para
mim é bom acreditar num Deus que me pergunta com frequência o que faço pelos
meus irmãos.
No Evangelho
de Jesus nos encontramos com um Deus que nos ajuda a entrever que o mal, a
injustiça e a morte não têm a última palavra. Um dia, tudo que aqui não pôde
ser, o que ficou incompleto, nossos maiores anseios e nossos desejos mais
íntimos alcançarão em Deus a sua plenitude. A
mim faz bem viver e esperar a minha morte com esta confiança.
Certamente, cada um de nós tem de
decidir como quer viver e como quer morrer. Cada um tem de escutar a sua
própria verdade. Para mim não é o mesmo acreditar em Deus que não acreditar.
A mim faz bem poder fazer o meu percurso por este mundo sentindo-me acolhido,
fortalecido, perdoado e salvo pelo Deus revelado em Jesus.
Fonte: IHU - Notícias
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