“Eu estou sempre convosco até ao fim dos tempos.” (Mt
10,4)
É
muito gratificante poder ler uma reflexão tão concreta e atual, que tem como
fundo o texto Mt 28,16-20. Foi publicada no
site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).
Não
deixe de aproveitar!
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IHU
– Notícias
Sexta,
30 de maio de 2014.
Não fechar o
horizonte
Eis o texto
Ocupados apenas em conseguir de imediato um maior bem-estar e
atraídos por pequenas aspirações e esperanças, corremos o risco de empobrecer o
horizonte da nossa existência perdendo a aspiração da eternidade. É um
progresso? É um erro?
Há dois aspetos que não é difícil comprovar neste novo milênio
em que vivemos há alguns anos. Por um lado, está crescendo na sociedade humana
a expectativa e o desejo de um mundo melhor. Não nos contentamos com qualquer
coisa: necessitamos progredir para um mundo mais digno, mais humano e
feliz.
Por outro lado, está crescendo o desencanto, o ceticismo e a incerteza ante o
futuro. Há tanto sofrimento absurdo na vida das pessoas e dos
povos, tantos conflitos envenenados, tais abusos contra o Planeta, que não é
fácil manter a fé no ser humano.
No entanto, o
desenvolvimento da ciência e da tecnologia está conseguindo resolver muitos males
e sofrimentos. No futuro se conseguirá, sem dúvida, êxitos ainda mais
espetaculares. Ainda não somos capazes de intuir a capacidade que se encerra no
ser humano para desenvolver um bem-estar físico, psíquico e social.
Mas não seria honesto esquecer que este desenvolvimento
prodigioso nos vai “salvando” só de alguns males e de forma limitada. Agora
precisamente que desfrutamos cada vez mais do progresso humano, começamos a perceber melhor que o ser humano não pode dar-se a si
mesmo tudo o que deseja e procura.
Quem nos salvará do envelhecimento, da morte inevitável ou do
poder estranho do mal? Não há de nos surpreender que muitos comecem a sentir a
necessidade de algo que não é técnica, nem ciência, nem doutrina ideológica. O ser humano resiste a viver encerrado para sempre nesta condição
caduca e mortal.
No entanto, não poucos cristãos vivem hoje olhando
exclusivamente para a terra. Ao que parece, não nos atrevemos a levantar o
olhar mais além do imediato de cada dia. Nesta festa cristã da Ascensão do Senhor quero recordar umas palavras daquele
grande cientista e místico que foi Theilhard
de Chardin: “Cristãos, a apenas vinte séculos da Ascensão, que
haveis feito da esperança cristã?”.
No meio de interrogações e incertezas, os seguidores de Jesus
seguem caminhando pela vida, trabalhados por uma confiança e uma convicção.
Quando parece que a vida se fecha ou se extingue, Deus permanece. O mistério
último da realidade é um mistério de Bondade e de Amor. Deus é uma Porta aberta à vida que ninguém pode fechar.
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