Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sábado, 31 de maio de 2014

“Não fechar o horizonte.” - Reflexão de José Antonio Pagola. Muito atual!


Eu estou sempre convosco até ao fim dos tempos.” (Mt 10,4)

É muito gratificante poder ler uma reflexão tão concreta e atual, que tem como fundo o texto Mt 28,16-20.  Foi publicada no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).
Não deixe de aproveitar!
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IHU – Notícias

Sexta, 30 de maio de 2014.

Não fechar o horizonte

leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 28, 16-20 que corresponde ao Domingo da Ascensão, Ciclo A do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto. 

Eis o texto

Ocupados apenas em conseguir de imediato um maior bem-estar e atraídos por pequenas aspirações e esperanças, corremos o risco de empobrecer o horizonte da nossa existência perdendo a aspiração da eternidade. É um progresso? É um erro?

Há dois aspetos que não é difícil comprovar neste novo milênio em que vivemos há alguns anos. Por um lado, está crescendo na sociedade humana a expectativa e o desejo de um mundo melhor. Não nos contentamos com qualquer coisa: necessitamos progredir para um mundo mais digno, mais humano e feliz.

Por outro lado, está crescendo o desencanto, o ceticismo e a incerteza ante o futuro. Há tanto sofrimento absurdo na vida das pessoas e dos povos, tantos conflitos envenenados, tais abusos contra o Planeta, que não é fácil manter a fé no ser humano.

No entanto, o desenvolvimento da ciência e da tecnologia está conseguindo resolver muitos males e sofrimentos. No futuro se conseguirá, sem dúvida, êxitos ainda mais espetaculares. Ainda não somos capazes de intuir a capacidade que se encerra no ser humano para desenvolver um bem-estar físico, psíquico e social.

Mas não seria honesto esquecer que este desenvolvimento prodigioso nos vai “salvando” só de alguns males e de forma limitada. Agora precisamente que desfrutamos cada vez mais do progresso humano, começamos a perceber melhor que o ser humano não pode dar-se a si mesmo tudo o que deseja e procura.

Quem nos salvará do envelhecimento, da morte inevitável ou do poder estranho do mal? Não há de nos surpreender que muitos comecem a sentir a necessidade de algo que não é técnica, nem ciência, nem doutrina ideológica. O ser humano resiste a viver encerrado para sempre nesta condição caduca e mortal.

No entanto, não poucos cristãos vivem hoje olhando exclusivamente para a terra. Ao que parece, não nos atrevemos a levantar o olhar mais além do imediato de cada dia. Nesta festa cristã da Ascensão do Senhor quero recordar umas palavras daquele grande cientista e místico que foi Theilhard de Chardin: “Cristãos, a apenas vinte séculos da Ascensão, que haveis feito da esperança cristã?”.

No meio de interrogações e incertezas, os seguidores de Jesus seguem caminhando pela vida, trabalhados por uma confiança e uma convicção. Quando parece que a vida se fecha ou se extingue, Deus permanece. O mistério último da realidade é um mistério de Bondade e de Amor. Deus é uma Porta aberta à vida que ninguém pode fechar.

Fonte:  IHU - Notícias




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