Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sexta-feira, 9 de maio de 2014

“Regenerar a nossa fé em Jesus”. – Reflexão de José Antonio Pagola.



“... As ovelhas seguem-no, pois lhe conhecem a voz.” (Jo 10,4)

Abaixo, uma reflexão muito concreta e atual  do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola, tendo como fundo o texto bíblico que  fala de Jesus Bom Pastor.
O texto foi publicado no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).
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IHU – Notícias
Sexta, 09 de maio de  2014.
Nova relação com Jesus


A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus Cristo segundo João 10, 1-10 que corresponde ao Quarto Domingo de Páscoa, Ciclo A do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol  José Antonio Pagola  comenta o texto.

Eis o texto

Nas comunidades cristãs, necessitamos viver uma experiência nova de Jesus reavivando a nossa relação com Ele. Colocá-Lo decididamente no centro da nossa vida.  Passar de um Jesus confessado de forma rotineira a um Jesus acolhido vitalmente. O evangelho de João faz algumas sugestões importantes ao falar da relação das ovelhas com o seu Pastor.


A primeira é “escutar a sua voz” em todo o seu frescor e originalidade. Não a confundir com o respeito  às tradições nem com a novidade das modas. Não nos deixarmos distrair nem aturdir por outras  vozes  estranhas que, mesmo que se escutem no interior da Igreja, não comunicam a sua Boa Nova.

É importante que nos sintamos chamados por Jesus “pelo nosso nome”.  Deixar-nos atrair por Ele pessoalmente. Descobrir pouco a pouco, e cada vez com mais alegria, que ninguém responde como Ele às nossas perguntas mais decisivas,  aos nossos desejos mais profundos e às nossas necessidades últimas.

É decisivo “seguir“ Jesus.  A fé cristã não consiste em acreditar em coisas sobre Jesus, mas em acreditar Nele:  viver confiando na sua pessoa.  Inspirar-nos no seu estilo de vida para orientar a nossa própria existência com lucidez e responsabilidade.

É vital caminhar tendo Jesus “diante de nós”. Não fazer o percurso da nossa vida solitariamente.  Experimentar em algum momento, nem que seja de forma desajeitada, que é possível viver a vida a partir da sua raiz: desde esse Deus que se nos oferece em Jesus, mais humano, mais amigo, mais próximo e salvador que todas as nossas teorias.

Esta relação viva com Jesus não nasce em nós de forma automática. Vai-se despertando no nosso interior de forma frágil e humilde. Ao início, é quase só um desejo. Em geral, cresce rodeada de dúvidas, interrogações e resistências. Mas, não sei como, chega um momento em que o contato com Jesus começa a marcar decisivamente a nossa vida.

Estou convencido de que o futuro da fé entre nós se está a decidir, em boa parte, na consciência de quem nestes momentos se sente cristão.  Agora mesmo, a fé se está reavivando ou se vai extinguindo nas nossas paróquias e comunidades, no coração dos sacerdotes e fiéis onde nós nos formamos.

A descrença começa a penetrar em nós desde logo no momento em que a nossa relação com Jesus perde força, ou fica adormecida pela rotina, pela indiferença e pela despreocupação. Por isso, o Papa Francisco reconheceu que “necessitamos criar espaços motivadores e curadores... lugares onde podemos regenerar a fé em Jesus”. Temos de escutar a sua chamada.


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