“... As ovelhas seguem-no, pois lhe conhecem a voz.” (Jo
10,4)
Abaixo, uma reflexão muito concreta e atual do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola,
tendo como fundo o texto bíblico que
fala de Jesus Bom Pastor.
O texto foi publicado no site do Instituto
Humanitas Unisinos (IHU).
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IHU
– Notícias
Sexta,
09 de maio de 2014.
Nova
relação com Jesus
A
leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus Cristo segundo
João 10, 1-10 que corresponde ao Quarto Domingo de Páscoa, Ciclo A do
Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José
Antonio Pagola comenta o texto.
Eis
o texto
Nas
comunidades cristãs, necessitamos viver uma experiência nova de Jesus
reavivando a nossa relação com Ele. Colocá-Lo decididamente no centro da nossa
vida. Passar de um Jesus confessado
de forma rotineira a um Jesus acolhido vitalmente. O evangelho de João faz
algumas sugestões importantes ao falar da relação das ovelhas com o seu Pastor.
A
primeira é “escutar a sua voz” em
todo o seu frescor e originalidade. Não a confundir com o respeito às tradições nem com a novidade das modas. Não
nos deixarmos distrair nem aturdir por outras vozes estranhas que, mesmo que se escutem no
interior da Igreja, não comunicam a sua Boa Nova.
É
importante que nos sintamos chamados por Jesus “pelo nosso nome”. Deixar-nos
atrair por Ele pessoalmente. Descobrir pouco a pouco, e cada vez com mais
alegria, que ninguém responde como Ele às nossas perguntas mais decisivas, aos nossos desejos mais profundos e às nossas
necessidades últimas.
É
decisivo “seguir“ Jesus. A fé cristã
não consiste em acreditar em coisas sobre Jesus, mas em acreditar Nele: viver confiando na sua pessoa. Inspirar-nos no seu estilo de vida para
orientar a nossa própria existência com lucidez e responsabilidade.
É
vital caminhar tendo Jesus “diante de nós”. Não fazer o percurso da nossa vida
solitariamente. Experimentar em algum
momento, nem que seja de forma desajeitada, que é possível viver a vida a
partir da sua raiz: desde esse Deus que se nos oferece em Jesus, mais
humano, mais amigo, mais próximo e salvador que todas as nossas teorias.
Esta
relação viva com Jesus não nasce em nós de forma automática. Vai-se
despertando no nosso interior de forma frágil e humilde. Ao início, é quase só
um desejo. Em geral, cresce rodeada de dúvidas, interrogações e resistências. Mas, não sei como, chega um momento em que o
contato com Jesus começa a marcar decisivamente a nossa vida.
Estou
convencido de que o futuro da fé entre nós se está a decidir, em boa parte, na
consciência de quem nestes momentos se sente cristão. Agora mesmo, a fé se está reavivando ou se vai
extinguindo nas nossas paróquias e comunidades, no coração dos sacerdotes e
fiéis onde nós nos formamos.
A
descrença começa a penetrar em nós desde logo no momento em que a nossa relação
com Jesus perde força, ou fica adormecida pela rotina, pela indiferença e pela
despreocupação. Por isso, o Papa Francisco reconheceu que “necessitamos
criar espaços motivadores e curadores... lugares onde podemos regenerar a fé em
Jesus”. Temos de escutar a sua chamada.
Fonte: IHU- Notícias
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