Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sábado, 17 de maio de 2014

“Nunca entenderemos a fé cristã se não acolhermos a Jesus como o caminho, a verdade e a vida.” – Reflexão de José Antonio Pagola. Muito atual!

“Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vai ao Pai, senão por mim. (Jo 14, 6)

Abaixo, uma curta reflexão, muito concreta e atual, do padre e teólogo espanhol José Antônio Pagola. Foi publicada no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU). 
Não deixe de ler.
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IHU – Notícias
Sexta, 16 de maio de 2014.
O Caminho
 A leitura que a Igreja propõe neste domingo e o evangelho de Jesus Cristo segundo João 14, 1-12, que corresponde ao Quinto Domingo da Páscoa, ciclo A do ano litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto.

Eis o texto.

No fim da última ceia, os discípulos começam a intuir que Jesus já não estará muito tempo com eles. A saída precipitada de Judas, o anúncio de que Pedro o negará brevemente, as palavras de Jesus falando da Sua próxima partida, deixaram todos desconcertados e abatidos. Que vai ser deles?

Jesus capta a sua tristeza e a sua perturbação. O Seu coração comove-se. 
Esquecendo-se de Si mesmo e do que o espera, Jesus trata de animá-los: “Que não se perturbe o vosso coração; acreditai em Deus e acreditai em Mim”. Mais tarde, no decurso da conversa, Jesus faz-lhes esta confissão: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vai ao Pai, senão por mim”. Nunca o deverão esquecer.

Eu sou o caminho. O problema de não poucos não é que vivam extraviados ou desencaminhados. Simplesmente, vivem sem caminho, perdidos numa espécie de labirinto: andando e refazendo os mil caminhos que, de fora, lhes vão indicando os slogans e as modas do momento.

E, que pode fazer um homem ou uma mulher quando se encontra sem caminho? A quem se pode dirigir? Onde pode acudir? Se se aproxima de Jesus, o que encontrará não é uma religião, mas um caminho. Às vezes, avançará com fé; outras vezes, encontrará dificuldades; inclusive poderá retroceder, mas está no caminho correto que conduz ao Pai. Esta é a promessa de Jesus.

“Eu sou a verdade.” Estas palavras encerram um convite escandaloso aos ouvidos modernos. Nem tudo se reduz à razão. A teoria científica não contém toda a verdade. O mistério último da realidade não se deixa apanhar pelas análises mais sofisticadas. O ser humano há de viver ante o mistério último da realidade.

Jesus apresenta-se como caminho que conduz e aproxima esse Mistério último. Deus não se impõe. Não força ninguém com provas nem evidências. O Mistério último é silêncio e atração respeitosos. Jesus é o caminho que nos pode abrir a sua Bondade.
“Eu sou a vida.” Jesus pode ir transformando a nossa vida. Não como o mestre longínquo que deixou um legado de sabedoria admirável à humanidade, mas como alguém vivo que, a partir do mais profundo do nosso ser, nos infunde um germe de vida nova.

Esta ação de Jesus em nós se produz quase sempre de forma discreta e silenciosa. O mesmo crente apenas intui uma presença imperceptível. Às vezes, no entanto, invade-nos a certeza, a alegria incontida, a confiança total: Deus existe, nos ama, tudo é possível, inclusive a vida eterna. Nunca entenderemos a fé cristã se não acolhermos a Jesus como o caminho, a verdade e a vida.




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