“Eu sou o caminho, a verdade e
a vida. Ninguém vai ao Pai, senão por mim. (Jo 14, 6)
Abaixo, uma curta reflexão, muito concreta e
atual, do padre e teólogo espanhol José Antônio Pagola. Foi publicada no site
do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).
Não deixe de ler.
WCejnog
IHU – Notícias
Sexta, 16 de maio de 2014.
O Caminho
A leitura que a Igreja propõe neste domingo e o evangelho de
Jesus Cristo segundo João
14, 1-12, que corresponde ao Quinto Domingo da Páscoa, ciclo A
do ano litúrgico. O teólogo espanhol José
Antonio Pagola comenta o texto.
Eis o texto.
No fim da última ceia, os discípulos começam a intuir que Jesus
já não estará muito tempo com eles. A saída precipitada de Judas, o anúncio de
que Pedro o negará brevemente, as palavras de Jesus falando da Sua próxima
partida, deixaram todos desconcertados
e abatidos. Que
vai ser deles?
Jesus capta a sua tristeza e a sua perturbação. O Seu coração
comove-se.
Esquecendo-se de Si mesmo e do que o espera, Jesus trata de animá-los: “Que não se perturbe o vosso coração; acreditai em Deus e acreditai em Mim”. Mais tarde, no decurso da conversa, Jesus faz-lhes esta confissão: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vai ao Pai, senão por mim”. Nunca o deverão esquecer.
Esquecendo-se de Si mesmo e do que o espera, Jesus trata de animá-los: “Que não se perturbe o vosso coração; acreditai em Deus e acreditai em Mim”. Mais tarde, no decurso da conversa, Jesus faz-lhes esta confissão: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vai ao Pai, senão por mim”. Nunca o deverão esquecer.
“Eu sou o caminho.” O problema de não poucos não é que
vivam extraviados ou desencaminhados. Simplesmente, vivem sem caminho, perdidos
numa espécie de labirinto: andando e refazendo os mil caminhos que, de fora,
lhes vão indicando os slogans e as modas do momento.
E, que pode fazer um homem ou uma mulher quando se encontra sem
caminho? A quem se pode dirigir? Onde pode acudir? Se se aproxima de Jesus, o que encontrará não é uma religião, mas
um caminho. Às
vezes, avançará com fé; outras vezes, encontrará dificuldades; inclusive poderá
retroceder, mas está no caminho correto que conduz ao Pai. Esta é a promessa de
Jesus.
“Eu sou a verdade.” Estas palavras encerram um convite
escandaloso aos ouvidos modernos. Nem tudo se reduz à razão. A teoria
científica não contém toda a verdade. O mistério último da realidade não se
deixa apanhar pelas análises mais sofisticadas. O ser humano há de viver ante o mistério último da realidade.
Jesus apresenta-se como caminho que conduz e aproxima esse
Mistério último. Deus não se impõe. Não força ninguém com provas nem
evidências. O
Mistério último é silêncio e atração respeitosos. Jesus é o
caminho que nos pode abrir a sua Bondade.
“Eu sou a vida.” Jesus pode ir transformando a nossa vida. Não
como o mestre longínquo que deixou um legado de sabedoria admirável à
humanidade, mas como alguém vivo que, a partir do mais profundo do nosso ser,
nos infunde um germe de vida nova.
Esta ação de Jesus em nós se produz quase sempre de
forma discreta e silenciosa. O mesmo crente apenas intui uma presença
imperceptível. Às vezes, no entanto, invade-nos a certeza, a alegria incontida,
a confiança total: Deus existe, nos ama, tudo é possível, inclusive a vida
eterna. Nunca
entenderemos a fé cristã se não acolhermos a Jesus como o caminho, a verdade e
a vida.
Fonte: IHU - Notícias
Nenhum comentário:
Postar um comentário