Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sábado, 3 de maio de 2014

Recuperar a confiança em Jesus. – Reflexão de José Antonio Pagola.


Abaixo, uma reflexão bem curta, porém muito boa e atual sobre o episódio bíblico que fala dos discípulos de Emaús. Autoria: padre e teólogo espanhol José Antônio Pagola. O texto foi publicado no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).
Não deixe de ler.

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IHU – Notícias
Sexta, 02 de maio de 2014.

Acolher a força do Evangelho

A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 24, 13-35 que corresponde ao Terceiro Domingo de Páscoa, Ciclo A do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto.

Eis o texto 

Dois discípulos de Jesus vão-se afastando de Jerusalém. Caminham tristes e desolados. Nos seus corações apagou-se a esperança que tinham colocado em Jesus, quando o viram morrer na cruz. No entanto, continuam a pensar Nele. Não o podem esquecer. Teria sido tudo uma ilusão?

Enquanto eles conversam e discutem tudo o que viveram, Jesus aproxima-se e caminha com eles. No entanto, os discípulos não O reconhecem. Aquele Jesus em quem tanto tinham confiado e que tinham amado talvez com paixão, parece-lhes agora um caminhante estranho.

Jesus junta-se à conversa. Os caminhantes escutam-no primeiro surpreendidos, mas pouco a pouco algo se vai despertando nos seus corações. Não sabem exatamente o quê. Mais tarde dirão: “Não estava ardendo o nosso coração enquanto nos falava pelo caminho?”.

Os caminhantes sentem-se atraídos pelas palavras de Jesus. Chega um momento em que necessitam da sua companhia. Não querem deixá-Lo partir: “Fica conosco”. Durante o jantar, abrem-se os olhos e reconhecem-No. Esta é a primeira mensagem do relato: Quando acolhemos Jesus como companheiro de caminho, as Suas palavras podem despertar em nós a esperança perdida.

Durante estes anos, muitas pessoas perderam a confiança em Jesus. Pouco a pouco, foi-se convertendo num personagem estranho e irreconhecível. Tudo o que sabem Dele é o que podem reconstruir, de forma parcial e fragmentada, a partir do que escutaram a predicadores e catequistas.

Sem dúvida, a homilia dominical cumpre uma tarefa insubstituível, mas resulta claramente insuficiente para que as pessoas de hoje possam entrar em contato direto e vivo com o Evangelho. Tal como se leva a cabo, ante um povo que há de permanecer mudo, sem expor as suas inquietudes, interrogações e problemas, é difícil que consiga regenerar a fé vacilante de tantas pessoas que procuram, por vezes sem o saber, encontrar-se com Jesus.

Não terá chegado o momento de instaurar, fora do contexto da liturgia dominical, um espaço novo e diferente para escutarmos juntos o Evangelho de Jesus? Por que não reunir-nos, laicos e presbíteros, mulheres e homens, cristãos convencidos e pessoas que se interessam pela fé, a escutar, partilhar, dialogar e acolher o Evangelho de Jesus?

Temos de dar ao Evangelho a oportunidade de entrar com toda a sua força transformadora em contato direto e imediato com os problemas, crises, medos e esperanças das pessoas de hoje. Em breve será demasiado tarde para recuperar entre nós o frescor original do Evangelho.



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