Festa de
Santíssima Trindade.
Trago para o blog Indagações-Zapytania
uma reflexão bem concreta, interessante e muito proveitosa. Ajuda a corrigir as imagens distorcidas das verdades da fé cristã, que talvéz possuamos.
É de autoria do
padre e teólogo espanhol José Antônio Pagola. Foi publicada no site do Instituto
Humanitas Unisinos (IHU).
Vale a pena ler o
texto abaixo.
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IHU
– Notícias
Sexta,
13 de junho de 2014.
Confiar
em Deus
A leitura que a Igreja propõe neste
domingo e o evangelho de Jesus Cristo segundo João
3, 16-18 que
corresponde a Festa da Santíssima Trindade, ciclo A do ano litúrgico. O teólogo
espanhol José Antonio Pagola comenta o texto.
Eis o texto.
O esforço realizado pelos teólogos ao longo dos séculos para
expor em conceitos humanos o mistério da Santíssima Trindade apenas
ajuda hoje os cristãos a reavivar a sua confiança em Deus Pai, a reafirmar a
sua adesão a Jesus, o Filho encarnado de Deus, e a acolher com fé viva a
presença do Espírito de Deus em nós. Por isso pode ser bom fazer um esforço
para nos aproximarmos do mistério de Deus com palavras simples e coração
humilde seguindo de perto a mensagem, os gestos e a vida inteira de Jesus:
mistério do Filho de Deus encarnado.
O mistério do Pai é amor cativante e perdão contínuo. Ninguém está excluido do Seu amor, a ninguém se lhe nega o Seu
perdão. O Pai ama-nos e procura-nos a cada um dos Seus filhos e filhas por
caminhos que só Ele conhece. Olha para todos os seres humanos com ternura
infinita e profunda compaixão. Por isso, Jesus invoca-O sempre com uma palavra:
“Pai”.
A nossa primeira atitude ante esse Pai deve ser a confiança. O
mistério último da realidade, que nós crentes chamamos “Deus”, não nos há de
causar nunca medo ou angústia: Deus
só pode amar-nos. Ele entende a nossa fé pequena e vacilante.
Não temos de sentir-nos tristes pela nossa vida, quase sempre tão medíocre, nem
desalentar-nos ao descobrir que temos vivido durante anos afastados desse Pai.
Podemos abandonar-nos a Ele com simplicidade. A nossa pouca fé basta.
Também Jesus nos convida à confiança. Estas são as Suas
palavras: “Não vivais com o coração perturbado. Acreditais em Deus. Acreditai
também em Mim”. Jesus
é o vivo retrato do Pai. Nas Suas palavras escutamos o que nos
diz o Pai. Nos Seus gestos e ao Seu modo de atuar, entregue totalmente a fazer
a vida mais humana, descobre-se o quanto Deus nos quer.
Por isso, em Jesus podemos encontrar-nos em qualquer situação
com um Deus concreto, amigo e próximo. Ele coloca paz na nossa vida. Faz-nos passar do medo para a confiança, do receio à fé simples no
mistério último da vida que é só Amor.
Acolher o Espírito que alenta o Pai e o Seu Filho Jesus é
acolher dentro de nós a presença invisível, profunda, mas real do mistério de
Deus. Quando nos fazemos conscientes desta presença contínua, começa a
despertar-se em nós uma confiança nova em Deus.
A nossa vida é frágil, cheia de contradições e incertezas: crentes e não crentes vivemos rodeados de mistério.
Mas a presença, também misteriosa do Espírito em nós, apesar de débil, é
suficiente para sustentar a nossa confiança no Mistério último da vida que é só
Amor.
Fonte: IHU - Notícias
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