Festa de Corpus Christi.
O
comentário bíblico de M. Asun Gutiérrez Cabriada sobre o texto Jo 6, 51-58 é muito bom e convida para uma serena meditação.
Não
deixe de ler.
WCejnog
Obs.:
Os interessados podem ler esse texto em
apresentação de PPS, acessando o site
das Monjas Beneditinas de Montserrat. www.benedictinescat.com/montserrat
Trabalho muito bonito!
Comentário
Naquele tempo, disse
Jesus à multidão:
- Eu sou o pão vivo que desceu do céu.
- Eu sou o pão vivo que desceu do céu.
Se
alguém comer deste pão,
viverá
para sempre.
Este
pão é a minha carne,
que
eu darei pela vida do mundo.
Jesus diz que Ele é pão, não diz
que o pão é Ele. Jesus identifica-se com
o alimento – pão - que Deus dá à humanidade - descido do céu - e que é preciso comer – assimilar – mediante a fé: escutá-lo, aceitá-lo,
acolhê-lo, compenetrar-se com a sua palavra e seus sentimentos, para ter já
vida eterna.
Jesus dá a sua carne, toda a sua
pessoa.
Que dou para que haja alegria,alimento,solidariedade,vida no mundo?
Então
os judeus
começaram
a discutir exaltadamente entre si:
"Como
pode este homem nos oferecer
a
sua carne para comermos?"
Jesus fala de comer a sua carne e
de beber o seu sangue, algo insólito e abominável para a mentalidade bíblica.
Quando se sacrificava uma vítima
no templo, o sangue era derramado sobre o altar, jamais era bebido. As discussões, as rejeições e os escândalos
são a consequência de tomar ao pé da letra as palavras de Jesus, falseando e
reduzindo o seu autêntico sentido.
O realmente importante é que o Deus de Jesus não é um Deus afastado e
misterioso, a quem há que aplacar oferecendo-lhe sacrifícios, incensos e ritos.
O Deus de Jesus, o nosso Deus, é
próximo, faz-se presente e oferece-se nas realidades quotidianas da nossa vida,
põe-se ao alcance das nossas mãos, dos nossos lábios, dos nossos sentidos: tocai,
saboreai, ouvi, comei, bebei, senti… Curiosamente, na explicação que Jesus dá
aos judeus repete as expressões que os enfadaram tanto.
Jesus lhes disse: "Eu digo a verdade:
Se vocês não comerem a carne
do Filho do homem e
não beberem o seu sangue,
não terão vida
em si mesmos.
Todo aquele que come a minha carne
e bebe o meu sangue
tem a vida eterna,
e eu o ressuscitarei no último dia.
Pois a minha carne
é verdadeira comida
e o meu sangue é verdadeira bebida.
O pão que se parte e comparte
resume o sentido da vida de Jesus:
uma vida entregue, uma vida para os outros.
Segundo a visão bíblica a “carne”
designa a pessoa inteira na sua condição mortal.
O convite é a segui-l’O: abrir os
braços aos irmãos, sarar, acolher, libertar, alimentar, partilhar, não excluir
nem excomungar ninguém, estar dispostos a lavar os pés e a tornar-nos pão,
vinho, luz, paz, contagiar esperança... Essa é a autêntica vida. Isso é viver
ressuscitados. Como faz Jesus e como nos recomenda fazer em sua memória.
Todo
aquele que come a minha carne
e
bebe o meu sangue
gpermanece
em mim e eu nele.
“Alimenta o que morre
de fome,
porque se não o alimentas estás a matá-lo”.
Vaticano II - G.S. 69
porque se não o alimentas estás a matá-lo”.
Vaticano II - G.S. 69
Partilhar a mesa é o grande
símbolo da convivência, da solidariedade, da inclusão. Os banquetes são a
melhor metáfora do Reino.
Durante a sua vida, Jesus
aproveitou o momento das refeições para transmitir os seus ensinamentos: a sua
concepção do Reino, o modo de atuar dos que querem segui-l’O, a sua imagem do
Pai. Mostrou-nos tudo o necessário para nos dar vida, para que dêmos vida, para
que nos tornemos participantes da sua vida. Para que sejamos alimento e alento
para os outros. Em primeiro lugar para as pessoas que não têm, pela injustiça e
falta de solidariedade, o alimento nem as condições necessárias para uma vida
digna e feliz.
Da
mesma forma como o Pai que vive
me
enviou e eu vivo por causa do Pai,
assim
aquele que se alimenta de mim
viverá
por minha causa.
Jesus oferece-nos vida em
plenitude, uma vida que se mede com o termómetro da liberdade e do amor. Uma
vida alegre e cheia de esperança, sempre em crescimento.
Jesus comunica vida quando cura,
quando acolhe, quando escuta, quando come, quando olha...
Compete-nos seguir o seu exemplo,
fazer que participem e comunicar essa vida aos outros.
É o momento de tornar vida a
mensagem e a recomendação de Jesus. Viver por Ele e como Ele, identificando-nos
com a sua mentalidade, as suas preferências, as suas opções, a sua maneira de atuar,
para ir construindo um mundo mais justo, mais solidário, mais humano, mais
evangélico, onde as pessoas vivam com dignidade e sejam felizes.
Trata-se de viver e contagiar o
fascínio de um estilo de vida como o seu.
Este é o pão que
desceu do céu;
não é como aquele que
os vossos pais comeram;
quem comer deste pão
viverá eternamente.
Apesar de terem comido o maná, “os
pais morreram”; este alimento - a lei - resultou ineficaz para comunicar vida.
O pão do céu que é Jesus suprime
para sempre a morte para os que O comem – crêem - .
“Quem escuta e torna vida a minha
palavra, passou da morte à vida”.
Meu
corpo. Meu sangue.
Este é meu corpo.
Meu corpo triunfante em vossos corpos gloriosos.
Meu corpo maltratado em vossos corpos torturados.
Meu corpo vigoroso em vossos corpos viçosos.
Meu corpo deteriorado em vossos corpos achacados.
Este é meu corpo.
Meu corpo triunfante em vossos corpos gloriosos.
Meu corpo maltratado em vossos corpos torturados.
Meu corpo vigoroso em vossos corpos viçosos.
Meu corpo deteriorado em vossos corpos achacados.
Este é meu corpo.
Este é meu sangue.
Meu sangue pujante em vosso sangue violento.
Meu sangue vertido em vosso sangue derramado.
Meu sangue vivificante em vosso sangue renovado.
Meu sangue ofendido em vosso sangue desprezado.
Meu sangue pujante em vosso sangue violento.
Meu sangue vertido em vosso sangue derramado.
Meu sangue vivificante em vosso sangue renovado.
Meu sangue ofendido em vosso sangue desprezado.
Meu corpo é pão: uma fogaça de pão bento.
Um corpo de farinha de outro tipo.
Um corpo de farinha de outro tipo.
Meu sangue é vinho: um sangue de qualidade
como vinho generoso. Reserva especial.
como vinho generoso. Reserva especial.
Esse é meu corpo.
Esse é meu sangue.
Amém.
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