“E
vós, quem dizeis que Eu sou?”.
“Tu és o Messias, o
Filho de Deus vivo”.
“Agora Eu te digo: tu és
Pedro e sobre esta pedra edificarei a Minha Igreja”.
Embaixo, uma
reflexão bem concreta que tem como fundo o texto Mt 16, 13-19. É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antônio
Pagola. Foi publicada no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).
Não deixe de ler.
WCejnog
Sexta, 27
de junho de 2014.
Só Jesus
edifica a Igreja
A leitura
que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus
16, 13-19 que
corresponde a Festividade
de São Pedro e São Paulo, ciclo A do Ano Litúrgico. O teólogo
espanhol José Antonio Pagola comenta o
texto.
Eis
o texto
O
episódio tem lugar na região pagã da Cesareia de Filipo. Jesus interessa-se por
saber o que se diz entre as pessoas sobre Ele. Depois de conhecer as diversas
opiniões que há entre o povo, dirige-se diretamente aos Seus discípulos: “E
vós, quem dizeis que Eu sou?”.
Jesus não
lhes pergunta que é que pensam sobre o sermão da montanha ou sobre a Sua
atuação de curar entre as populações da Galileia. Para seguir Jesus, o decisivo
é a adesão à Sua pessoa. Por isso, quer saber o que é que captam Nele.
Simão
toma a palavra em nome de todos e responde de forma solene: “Tu és o Messias, o
Filho de Deus vivo”. Jesus não é um profeta mais entre outros. É o último
Enviado de Deus ao seu povo eleito. Mais ainda, é o Filho do Deus vivo. Então
Jesus, depois de felicitá-lo, porque esta confissão só pode vir do Pai,
diz-lhe: “Agora eu te digo: tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha
Igreja”.
As
palavras são muito precisas. A Igreja não é de Pedro mas de Jesus. Quem edifica
a Igreja não é Pedro, mas Jesus. Pedro é simplesmente “a pedra” sobre a qual se
assenta “a casa” que está a construir Jesus. A imagem sugere que a tarefa de
Pedro é dar estabilidade e consistência à Igreja: cuidar que Jesus a possa
construir, sem que os Seus seguidores introduzam desvios ou reducionismos.
O Papa
Francisco sabe muito bem que a sua tarefa não é “fazer as vezes de Cristo”, mas
cuidar que os cristãos de hoje se encontrem com Cristo. Esta é a sua maior
preocupação. Já desde o início do seu serviço como sucessor de Pedro, dizia
assim: “A Igreja há de chegar a Jesus. Este é o centro da Igreja. Se alguma vez
acontecesse que a Igreja não levasse a Jesus, seria uma Igreja morta”.
Por isso,
ao fazer público o seu programa de uma nova etapa evangelizadora, Francisco
propõe dois grandes objetivos. Em primeiro lugar, encontrar-nos com Jesus, pois
“Ele pode, com a Sua novidade, renovar a nossa vida e as nossas comunidades…
Jesus Cristo pode também acabar com os esquemas aborrecidos nos quais
pretendemos encerrá-Lo”.
Em
segundo lugar, considera decisivo “voltar à fonte e recuperar a frescura
original do Evangelho”, pois, sempre que o fazemos, brotam novos caminhos,
métodos criativos, sinais mais eloquentes, palavras carregadas de renovado significado
para o mundo atual”. Seria lamentável que o convite do Papa para impulsionar a
renovação da Igreja não chegasse até os cristãos das nossas comunidades.
Fonte: IHU - Notícias
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