Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sábado, 21 de junho de 2014

Sair da “estagnação infecunda” - Reflexão de José Antonio Pagola. Muito atual!


“Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia.” (Jo 6, 54)


É muito bom poder ler uma reflexão tão concreta e atual, que tem como fundo o texto Jo 6, 51-58. Ajuda a sair da ‘letargia’ e enxergar o que é realmente importante.
Foi publicada no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).
Não deixe de aproveitar!
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IHU – Notícias

Sexta, 20 de junho de 2014.


Estagnados

 


O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o Evangelho de João 6, 51-58 que corresponde a Festa do Corpo e Sangue de Cristo.

Eis o texto. 

Papa Francisco repete que os medos, as dúvidas, a falta de audácia... podem impedir pela raiz que se possa impulsionar a renovação que necessita hoje a Igreja. Na sua Exortação  “A alegria do Evangelho” chega a dizer que, se ficamos paralisados pelo medo, uma vez mais podemos ficar simplesmente como “espectadores de uma estagnação infecunda da Igreja”.

As suas palavras fazem pensar. Que podemos perceber entre nós? Estamos nos mobilizando para reavivar a fé das nossas comunidades cristãs, ou continuamos instalados nessa “estagnação infecunda” de que fala Francisco? Onde podemos encontrar forças para reagir?
Uma das grandes contribuições do Concílio foi de impulsionar o caminho desde a “missa”, entendida como uma obrigação individual para cumprir um preceito sagrado, para a “eucaristia” vivida como celebração gozosa de toda a comunidade para alimentar a sua fé, crescer em fraternidade e reavivar a sua esperança em Cristo.

Sem dúvida, ao longo destes anos, temos dado passos muito importantes. Ficam muito longe aquelas missas celebradas em latim em que o sacerdote “dizia” a missa e o povo cristão vinha “ouvir” a missa ou “assistir” à celebração. Mas, não estamos celebrando a eucaristia de forma rotineira e aborrecida?

Há um fato inegável. As pessoas estão se afastando de forma imparável da prática dominical porque não encontram nas nossas celebrações o clima, a palavra clara, o rito expressivo, a acolhida estimulante que necessita para alimentar a sua fé débil e vacilante.

Sem dúvida, todos, pastores e crentes, temos de nos perguntar que estamos fazendo para que a eucaristia seja, como quer o Concílio, “centro e cúpula de toda a vida da comunidade cristã”.  Porém, basta a boa vontade das paróquias ou a criatividade isolada de alguns, sem mais critérios de renovação?

A Ceia do Senhor é demasiado importante para que deixemos que continue se “perdendo”, como “espectadores de uma estagnação infecunda”. Não é a eucaristia o centro da vida cristã? Como permanece tão calada e imóvel a hierarquia? Por que é que nós crentes não manifestamos a nossa preocupação e a nossa dor com mais força?

O problema é grave. Temos de continuar “estagnados” num modo de celebração eucarística, tão pouco atrativo para os homens e as mulheres de hoje?  É esta liturgia que temos repetido desde séculos a que melhor pode ajudar-nos a atualizar aquela ceia memorável de Jesus onde se concentra de modo admirável o núcleo da nossa fé?

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