Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sábado, 13 de junho de 2015

Aprender de novo a valorizar as coisas pequenas e os pequenos gestos. – Reflexão de José Antonio Pagola. Muito boa!



“A quem compararemos o Reino de Deus? Ou com que parábola o representaremos? É como o grão de mostarda que, quando é semeado, é a menor de todas as sementes. Mas, depois de semeado, cresce, torna-se maior que todas as hortaliças e estende de tal modo os seus ramos, que as aves do céu podem abrigar-se à sua sombra”. Mc 4, 30-32

Hoje trago para o blog Indagações-Zapytania  mais uma reflexão muito concreta, que tem como pano de fundo o texto bíblico Mc 4, 26-34  (Parábola da semente de mostarda). É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola.

Uma leitura serena desse texto, acompanhada de interiorização do seu conteúdo, pode ser de grande valia para quem procura fortalecer as bases da sua fé cristã nos tempos atuais.

O texto foi publicado na no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).
Vale a pena ler e refletir!

WCejnóg


Ihu - NOTÍCIAS
Sexta, 12 de junho de 2015

Pequenas sementes

A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos 4, 26-34 que corresponde ao 11° Domingo do Tempo Comum, ciclo B do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto.

Eis o texto


Vivemos afogados pelas más notícias. Emissoras de rádio e televisão, noticiários e reportagens descarregam sobre nós uma avalanche de notícias de ódios, guerras, fomes e violências, escândalos grandes e pequenos. Os “vendedores de sensacionalismo” não parecem encontrar outra coisa mais notável no nosso planeta.

A incrível velocidade com que se difundem as notícias deixa-nos aturdidos e desconcertados. Que pode fazer alguém ante tanto sofrimento? Cada vez estamos melhor informados do mal que assola a humanidade inteira, e cada vez nos sentimos mais impotentes para afrontá-lo.

A ciência quis-nos convencer de que os problemas se podem resolver com mais poder tecnológico, e lançou-nos a todos numa gigantesca organização e racionalização da vida. Mas este poder organizado não está já em mãos das pessoas mas nas estruturas. Converteu-se em “um poder invisível” que se situa mais para lá do alcance de cada indivíduo.

Então, a tentação de inibirmos é grande. Que posso eu fazer para melhorar esta sociedade? Não são os dirigentes políticos e religiosos que têm de promover as mudanças que se necessitam para avançar para uma convivência mais digna, mais humana e ditosa?

Não é assim. Há no evangelho uma chamada dirigida a todos, e que consiste em semear pequenas sementes de uma nova humanidade.  Jesus não fala de coisas grandes. 

O reino de Deus é algo muito humilde e modesto nas suas origens. Algo que pode passar tão despercebido como a semente mais pequena, mas que está chamada a crescer e frutificar de forma insuspeitada.

Quiçá necessitemos aprender de novo a valorar as coisas pequenas e os pequenos gestos. Não nos sentimos chamados a ser heróis nem mártires cada dia, mas a todos se convida a viver colocando um pouco de dignidade em cada canto do nosso pequeno mundo. Um gesto amistoso ao que vive desconcertado, um sorriso acolhedor a quem está só, um sinal de proximidade a quem começa a desesperar, um raio de pequena alegria num coração sobrecarregado...  não são coisas grandes. São pequenas sementes do reino de Deus que todos podemos semear numa sociedade complicada e triste, que esqueceu o encanto das coisas simples e boas.


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