“A quem
compararemos o Reino de Deus? Ou com que parábola o representaremos? É
como o grão de mostarda que, quando é semeado, é a menor de todas as
sementes. Mas, depois de semeado, cresce, torna-se maior que todas as
hortaliças e estende de tal modo os seus ramos, que as aves do céu podem
abrigar-se à sua sombra”. Mc 4, 30-32
Hoje trago para o blog
Indagações-Zapytania mais uma reflexão muito
concreta, que tem como pano de fundo o texto bíblico Mc 4, 26-34 (Parábola da semente de mostarda). É de autoria do
padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola.
Uma leitura serena desse texto,
acompanhada de interiorização do seu conteúdo, pode ser de grande valia para
quem procura fortalecer as bases da sua fé cristã nos tempos atuais.
O texto foi publicado na no site
do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).
Vale a pena ler e refletir!
WCejnóg
Ihu
- NOTÍCIAS
Sexta, 12 de junho de
2015
Pequenas sementes
A leitura que a Igreja
propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos 4,
26-34 que corresponde ao 11° Domingo do Tempo Comum, ciclo B do Ano
Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta
o texto.
Eis o texto
|
Vivemos afogados pelas
más notícias. Emissoras de rádio e televisão, noticiários e
reportagens descarregam sobre nós uma avalanche de notícias de ódios, guerras,
fomes e violências, escândalos grandes e pequenos. Os “vendedores de
sensacionalismo” não parecem encontrar outra coisa mais notável no nosso
planeta.
A incrível velocidade
com que se difundem as notícias deixa-nos aturdidos e desconcertados. Que pode
fazer alguém ante tanto sofrimento? Cada vez estamos melhor informados
do mal que assola a humanidade inteira, e cada vez nos sentimos mais impotentes
para afrontá-lo.
A ciência quis-nos
convencer de que os problemas se podem resolver com mais poder tecnológico, e
lançou-nos a todos numa gigantesca organização e racionalização da vida.
Mas este poder organizado não está já em mãos das pessoas mas nas estruturas.
Converteu-se em “um poder invisível” que se situa mais para lá do alcance de
cada indivíduo.
Então, a tentação
de inibirmos é grande. Que posso eu fazer para melhorar esta sociedade? Não
são os dirigentes políticos e religiosos que têm de promover as mudanças que se
necessitam para avançar para uma convivência mais digna, mais humana e ditosa?
Não é assim. Há no
evangelho uma chamada dirigida a todos, e que consiste em semear
pequenas sementes de uma nova humanidade. Jesus não fala de coisas grandes.
Quiçá necessitemos
aprender de novo a valorar as coisas pequenas e os pequenos gestos. Não nos
sentimos chamados a ser heróis nem mártires cada dia, mas a todos se convida a
viver colocando um pouco de dignidade em cada canto do nosso pequeno mundo. Um
gesto amistoso ao que vive desconcertado, um sorriso acolhedor a quem está só,
um sinal de proximidade a quem começa a desesperar, um raio de pequena alegria
num coração sobrecarregado... não são
coisas grandes. São pequenas sementes do reino de Deus que todos podemos semear
numa sociedade complicada e triste, que esqueceu o encanto das coisas simples e
boas.
Fonte: IHU - Notícias
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