Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sábado, 27 de junho de 2015

Feridas secretas. – Reflexão de José Antonio Pagola. Muito boa!



Abaixo, uma linda reflexão, muito concreta e atual, que tem como pano de fundo o texto bíblico Mc 5, 21-43  (Jesus cura uma mulher no meio da multidão).
É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola.
O texto foi publicado na no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).
(Obs.: No Brasil, neste domingo celebra-se a Solenidade de São Pedro e São Paulo.)

Vale a pena ler!

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IHU- Notícias
sexta, 26 de junho de 2015

Feridas secretas

A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos 5, 21-43 que corresponde ao 13° Domingo do Tempo Comum, ciclo B do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto.

Eis o texto


Não conhecemos o seu nome. É uma mulher insignificante,  perdida no meio da gente que segue Jesus. Não se atreve a falar com Ele como Jairo, o chefe da sinagoga, que conseguiu que Jesus se dirija para sua casa. Ela não poderá nunca ter essa sorte.

Ninguém sabe que é uma mulher marcada por uma doença secreta. Os mestres da Lei ensinaram-na a ver-se como uma mulher «impura», enquanto tenha perdas de sangue. Passou muitos anos procurando um curador, mas ninguém conseguiu curá-la. Onde poderá encontrar a saúde que necessita para viver com dignidade?

Muitas pessoas vivem entre nós experiências parecidas.  Humilhadas por feridas secretas que ninguém conhece, sem forças para confiar a alguém a sua «doença», procuram ajuda, paz e consolo sem saber onde os encontrar. Sentem-se culpados quando muitas vezes são apenas vítimas.

Pessoas boas que se sentem indignas de aproximar-se para receber Cristo na comunhão; cristãos piedosos que viveram a sofrer, de forma insana, porque se lhes ensinou a ver como sujo, humilhante e pecaminoso tudo relacionado ao sexo; crentes que, ao final da sua vida, não sabem como romper a cadeia de confissões e comunhões supostamente sacrílegas... Não poderão conhecer nunca a paz?

Segundo o relato, a mulher doente «ouve falar de Jesus» e intui que está ante alguém que pode arrancar a «impureza» do seu corpo e da sua vida inteira. Jesus não fala de dignidade ou indignidade. A Sua mensagem fala de amor. A Sua pessoa irradia força curadora.

A mulher procura o seu próprio caminho para encontrar-se com Jesus. Não se sente com forças para olhá-Lo nos olhos: aproximar-se-á por detrás.  Dá-lhe vergonha falar-Lhe da sua doença: atuará silenciosamente. Não pode tocá-lo fisicamente: tocará apenas o manto. Não importa. Não importa nada. Para sentir-se limpa, basta essa confiança grande em Jesus.

É dito por Ele mesmo. Esta mulher não tem de se envergonhar ante ninguém. O que fez não é mau. É um gesto de fé. Jesus tem os Seus caminhos para curar feridas secretas, e dizer a quem o procura:  «Filha, filho, a tua fé curou-te. Vai em paz e com saúde.»



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