“Ele disse-lhes: “Como
sois medrosos! Ainda não tendes fé?”. (Mc 4,40)
Considero
os textos escritos por José Antonio Pagola bem interessantes e, principalmente,
muito atuais para os católicos (e cristãos, de modo geral) nos dias de hoje. Para
mim, publicar essas reflexões extraordinárias no blog Indagações-Zapytania é
uma forma concreta de ajudar na sua divulgação, Entendo que as coisas boas devemos
compartilhar com os outros.
Abaixo,
uma reflexão bem concreta, que tem como fundo o texto bíblico Mc 4,35-41 (Jesus
acalma a tempestade).
Foi
publicada no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).
Não
deixe de ler.
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- NOTÍCIAS
Sexta, 19 de junho de
2015
Por que somos tão covardes?
A leitura que a Igreja
propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos 4,
35-41 que corresponde ao 12° Domingo do Tempo Comum, ciclo B do Ano
Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio
Pagola comenta o texto.
Eis o texto
“Por que sois tão
covardes? Ainda não tendes fé?”. Estas duas perguntas que Jesus dirige aos Seus
discípulos não são, para o evangelista Marcos, um episódio do passado. São as perguntas
que hão de escutar os seguidores de Jesus no meio das suas crises. As
perguntas que temos de fazer também hoje: Onde está a raiz da nossa covardia?
Por que temos medo ante o futuro? É por que nos falta fé em Jesus Cristo?
O relato é breve. Tudo começa
com uma ordem de Jesus: “Vamos à outra margem”. Os discípulos sabem que na
outra margem do lago Tiberíades está o território pagão da Decápolis. Um país
diferente e estranho. Uma cultura hostil à sua religião e crenças.
De repente levanta-se
uma forte tempestade, metáfora gráfica do que ocorre no grupo de discípulos. O
vento de furação, as ondas que batem contra a barca, a água que começa a
invadir tudo expressam bem a situação: Que poderão os seguidores de Jesus ante
a hostilidade do mundo pagão? Não só está em perigo a sua missão, mas
inclusive a sobrevivência do grupo.
Despertado pelos Seus
discípulos, Jesus intervém, o vento cessa e sobre o lago vem uma grande calma.
O surpreendente é que os discípulos “ficam espantados”. Antes tinham medo da
tempestade. Agora parecem temer a Jesus. No entanto, algo decisivo se produziu
neles: recorreram a Jesus; puderam experimentar Nele uma força
salvadora que não conheciam; começam a perguntar-se pela Sua
identidade. Começam a intuir que com Ele tudo é possível.
O cristianismo
encontra-se hoje no meio de uma “forte tempestade” e o medo começa a
apoderar-se de nós. Não nos atrevemos a passar à “outra margem”.
A cultura moderna
resulta-nos um país estranho e hostil. O futuro dá-nos medo. A criatividade
parece proibida. Alguns acham mais seguro olhar para trás para melhor
ir adiante.
Jesus pode-nos
surpreender a todos. O Ressuscitado tem força para iniciar uma
fase nova na história do cristianismo. Apenas se nos pede fé. Uma fé que nos
liberta de tanto medo e covardia, e nos compromete a caminhar nas marcas de
Jesus.
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