Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

O primado do papa e a colegialidade dos bispos. Como assim?



O papa é considerado o sucessor de São Pedro e é  líder da Igreja Católica. Os bispos desta Igreja, todos eles,  fazem parte co colégio dos bispos, que sucede o colégio dos Apóstolos.

Para muitas pessoas, até mesmo para os católicos, não fica bem claro a relação que existe entre o papa e os demais  bispos.  Indagamos, por exemplo: Em que consiste essa relação? Como a própria Igreja Católica vê essa questão?  Como deveria ser?
O texto abaixo,  de autoria de Ferdinand Krenzer¹,  fala sobre este tema.  
Não deixe de ler.
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Para poder acompanhar com facilidade a reflexão do autor e aproveitar ao máximo as explicações é aconselhável  ler desde o início todos os seus  textos sobre este assunto (começo no dia 03 de agosto de 2012  - http://indagacoes-walenty.blogspot.com.br/2012/08/para-entender-o-cristianismo-qual-e-sua.html  ).
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O papa e os bispos 

O  espírito de união, que deve marcar a todos nós que somos chamados a formar o Povo de Deus, significa muito mais que qualquer diferença de cargos ou estados eclesiais. Isso fica evidente também na  relação entre o papa e os bispos.

A pergunta  é esta: De quem os bispos receberam sua jurisdição? Será que são, talvez, apenas funcionários do papa, de maneira que  ele próprio seria, no final das contas, o bispo de Viena, Munique ou São Paulo?
Assim como São Pedro era  um dos Doze e  era com eles ligado, também hoje, de forma semelhante, o papa é um dos  bispos e está  unido com todos os demais. Por isso o papa Paulo VI assinava todos os documentos do  Concílio Vaticano II como “Bispo da Igreja Católica”. Os  bispos não são, em absoluto, o “braço estendido” do papa, mas cada um deles dirige a  sua  própria diocese pela autorização  e  pela graça que  provêm do Cristo.

Porém, cada um dos  bispos ocupa o seu cargo  unido com o  colégio de todos os outros bispos, do qual obrigatoriamente,  também o papa faz parte. Assim como Apóstolos, também eles  permanecem unidos entre si, são responsáveis não só cada um por seu “pedaço”, mas também por toda a Igreja. Isso é particularmente visível no Conselho  Mundial dos Bispos, ou nos Concílios, convocados esporadicamente. Mas, assim como São Pedro teve a especial importância no colégio dos Apóstolos, assim e hoje o papa tem o papel  dominante na Igreja Católica. Ele é um bispo -  é verdade – mas, ao mesmo tempo, está à frente do colégio dos bispos.

A Igreja, portanto,  é formada de várias Igrejas locais  que permanecem em comunhão entre si neste sentido – mas apenas neste sentido – no Novo  Testamento fala-se das Igrejas em plural. Todas as Igrejas estão unidas entre si e preservam essa união pelo fato que todos os bispos sentem-se responsáveis pela  Igreja  que  é uma e universal (católica). O ponto obrigatório de orientação para essa união é o sucessor de São Pedro em Roma. (Porém, o termo “Igrejas” nunca  é  entendido no sentido de  diversos e diversificados  "credos",  como acontece  nos  dias de hoje nas denominações eclesiais).

Na  quantidade de bispos envolvidos na direção da Igreja Católica temos a expressão clara como é diversificado o Povo de Deus nesta Igreja, e num chefe do colégio episcopal  torna-se real  a unidade da Igreja de Cristo.



(KRENZER, F. Taka jest nasza wiara, Paris, Éditions Du Dialogue, 1981, p. 153-154)².


Continua...
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¹  Krenzer Ferdinand (nascido em 22 de maio de 1921 em Dillenburg, Hesse, 08 de maio de 2012 em Hofheim am Taunus) foi um teólogo católico alemão, sacerdote e escritor na aposentadoria.

² Obs.: As reflexões do Ferdinand Krenzer fascinam pelo seu jeito simples e direto, e agradam o leitor, ajudando-o a entender melhor o caminho da fé cristã e compreender os temas mais difíceis desta doutrina.
Os textos publicados neste blog são tomados do livro Taka jest nasza wiara, desse autor; uma edição no idioma polonês, do qual faço uma tradução livre (para o português), com uma pequena atualização dos dados, quando necessário.  O título original: “Morgen wird man wieder Glauben”. [N. Do T.]

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