“Mestre, nós queremos que
nos faças o que Te vamos pedir”. Jesus perguntou: “Que quereis que vos faça?” Eles responderam: “Concede-nos que, na tua glória,
nos sentemos um à tua direita e outro à tua esquerda”. Então Jesus lhes disse:
“Não sabeis o que pedis (...)”.
Este episódio encontramos no Evangelho segundo Marcos. Vemos aqui - por
sinal muito bem retratada - a inclinação do ser humano ao egoismo, ao poder e à
dominação sobre os outros. O homem quer ser servido... Basta olharmos bem para a nossa vida e em
volta de nós: atitudes semelhantes observamos constantemente em todos os
setores da sociedade. É algo enraízado na
natureza do homem. Jesus, porém, como um
bom Educador e Mestre, corrige o homem,
mostrando-lhe o caminho correto, coerente com o reino de Deus. Na prática,
não é nada fácil amar sem esperar nada
em troca, e servir aos outros..., ser o último. A lógica de Deus, é muito diferente da lógica
humana.
Para quem quiser refletir mais profundamente sobre este texto bíblico, trago aqui, no blog
Indagações, o comentário de Asun Gutiérrez Cabriada. Excelente.
Não deixe de ler.
WCejnog
[Os interessados pedem ler esse texto em apresentação de
PPS, acessando o site das Monjas Beneditinas de Montesserrat: http://www.benedictinescat.com/montserrat/imatges/Dom29B12port.pps Trabalho muito bonito!].
“Não deve
ser assim entre vós.”
No
movimento de Jesus desaparece toda a autoridade patriarcal
e emerge Deus, o Pai próximo que torna a todos irmãos e irmãs.
e emerge Deus, o Pai próximo que torna a todos irmãos e irmãs.
Não há
categorias nem classes. Não há sacerdotes, levitas e povo.
Não há
lugar para intermediários.
Com Jesus é
diferente.
Os seus
seguidores, homens e mulheres, sentam-se em roda à sua volta;
ninguém se coloca numa categoria superior aos outros;
todos escutam a sua palavra e todos juntos buscam a vontade de Deus.
ninguém se coloca numa categoria superior aos outros;
todos escutam a sua palavra e todos juntos buscam a vontade de Deus.
Não se
guarda tão pouco nenhum ritual nem normativa hierárquica nas refeições; a
ninguém se reserva um lugar privilegiado nos banquetes de Jesus.
José Antonio Pagola
(Jesus: uma abordagem histórica)
(Jesus: uma abordagem histórica)
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Evangelho segundo Marcos 10,35-45
Naquele tempo, Tiago e João, filhos de Zebedeu,
aproximaram-se de Jesus e disseram-lhe:
– Mestre, nós queremos que nos faças o que Te vamos pedir.
Jesus respondeu-lhes:
– Que quereis que vos faça?
– Mestre, nós queremos que nos faças o que Te vamos pedir.
Jesus respondeu-lhes:
– Que quereis que vos faça?
Eles responderam:
– Concede-nos que, na tua glória, nos sentemos um à tua direita e outro à tua esquerda.
– Concede-nos que, na tua glória, nos sentemos um à tua direita e outro à tua esquerda.
Disse-lhes Jesus:
– Não sabeis o que pedis. Podeis beber o cálice que Eu vou beber e receber o baptismo com que Eu vou ser batizado?
Eles responderam-lhe:
– Podemos.
– Não sabeis o que pedis. Podeis beber o cálice que Eu vou beber e receber o baptismo com que Eu vou ser batizado?
Eles responderam-lhe:
– Podemos.
Então Jesus disse-lhes:
– Bebereis o cálice que Eu vou beber e sereis batizados com o batismo com que Eu vou ser batizado. Mas sentar-se à minha direita ou à minha esquerda não me pertence a mim concedê-lo; é para aqueles a quem está reservado.
– Bebereis o cálice que Eu vou beber e sereis batizados com o batismo com que Eu vou ser batizado. Mas sentar-se à minha direita ou à minha esquerda não me pertence a mim concedê-lo; é para aqueles a quem está reservado.
Os outros dez, ouvindo isto, começaram a
indignar-se contra Tiago e João.
Jesus chamou-os e disse-lhes:
– Sabeis que os que são considerados como chefes das nações exercem domínio sobre elas e os grandes fazem sentir sobre elas o seu poder. Não deve ser assim entre vós:
– Sabeis que os que são considerados como chefes das nações exercem domínio sobre elas e os grandes fazem sentir sobre elas o seu poder. Não deve ser assim entre vós:
quem entre vós quiser tornar-se
grande, será vosso servo, e quem quiser entre vós ser o primeiro, será escravo
de todos;
porque o Filho do homem não veio para ser servido,
mas para servir e dar a vida pela redenção de todos.
COMENTÁRIO
Viver como Jesus viveu salva, liberta, é fonte de autêntica
alegria.
Jesus pede-me
hoje: O que eu posso fazer por você?
O que eu
respondo?
A minha
resposta se encaixa a minha resposta para os valores e recomendações de Jesus?
A postura do seguimento não é
estar sentados, mas a caminho. Dois dos amigos de Jesus sonham com o poder e a
glória. Move-os a ambição e o desejo de ser reconhecidos e louvados. Continuam
a relacionar o messianismo de Jesus com méritos, vantagens, honrarias e
recompensas.
Hoje continua a ser necessário
fazer frente a estas atitudes que se afastam tanto do ensinamento e exemplo de Jesus.
Discípulo é quem prolonga na sua
vida e nas suas circunstâncias a pessoa, a mensagem e o estilo de vida de
Jesus. Com Jesus toda a dificuldade e privação se converte em liberdade.
Podemos?
O discípulo é chamado a seguir o
Mestre cada dia, deixando que Ele programe livremente o seu futuro.
Os outros dez põem-se na mesma
posição que os seus companheiros.
A vaidade, a ânsia de poder, o
egoísmo, a inveja, a ambição, divide e cria tensão e confronto na convivência. Comprovamo-lo
nas nossas relações pessoais e sociais, no ambiente civil e no eclesiástico.
É a luta, sempre atual, entre a generosidade e a vaidade, a sabedoria
e a ignorância, o valor e a covardia, o serviço e o poder... de quem anuncia o reino de Deus.
“– Sabeis que os que são considerados como chefes
das nações exercem domínio sobre elas e
os grandes fazem sentir sobre elas o seu poder. Não deve ser assim entre vós: quem
entre vós quiser tornar-se grande, será vosso servo, e quem quiser entre vós
ser o primeiro, será escravo de todos; porque o Filho do homem não veio
para ser servido, mas para servir e dar a vida pela redenção de todos.”
A mensagem de Jesus é de plena
atualidade. Diz bem claro que entre os seus seguidores e seguidoras, não se
deve dar valor à prepotência, às influências, à conta corrente...
Jesus diz claramente, com
palavras e com o seu exemplo, que na sua comunidade ninguém deve açambarcar o poder, nem umas pessoas falam e outras que calam, ninguém deve acreditar que tem poder de dizer aos outros como há que pensar e
como atuar.
Realmente atuam como Jesus
recomenda os que se consideram seus seguidores/as?
Talvez faça falta continuar a
escutar Jesus: Quem oprime não tolera
quem liberta, nem quem crê ter poder tolera.
Não
deve ser assim entre vós.
O caminho que Jesus propõe
resume-se numa palavra: serviço. É a revolução de Jesus. Não se limita a
propor um programa utópico ou uma formosa teoria. Confirma as suas palavras com
a sua vida. O serviço altruísta e generoso é a fonte da verdadeira alegria e uma linguagem que toda a gente entende.
Com frequência se tende a
associar o dar a vida com a morte na cruz. Contudo, toda a vida de Jesus foi
entrega e serviço. Entregou, dia a dia, a sua força, a sua confiança, alegria,
tempo, coerência, solidariedade, valentia, esperança e amor. A sua morte foi a consequência da sua vida.
Viver como Ele viveu salva,
liberta, é fonte de autêntica alegria. Somos convidados e chamados a salvar,
libertar e alegrar o mundo. Segundo o evangelho, dar a vida, dia a dia, é o que
enriquece, ajuda a viver plenamente a si mesmo e aos outros, liberta e salva. Como faz Jesus.
Senhor, faz de mim um instrumento da tua solidariedade.
Onde houver
fome, que eu dê do teu pão
e ensine a ganhá-lo honradamente.
e ensine a ganhá-lo honradamente.
Onde não houver
tetos ou estiverem caídos,
que eu trabalhe por casas dignas.
que eu trabalhe por casas dignas.
Onde houver
desalento ou inibição,
que eu fomente a participação e a esperança.
que eu fomente a participação e a esperança.
Onde crianças
sem escolaridade,
que eu procure os recursos necessários.
que eu procure os recursos necessários.
Faz que não procure a minha vaidade,
mas o bem de meus irmãos;
que não promova o agradecimento para comigo,
mas a sua dignidade;
e que a minha satisfação consista
em ter amado com obras.
Obrigado,
Senhor, porque quanto mais dou, mais recebo;
quanto menos me procuro a mim mesmo, mais eficaz sou;
quanto menos me procuro a mim mesmo, mais eficaz sou;
mais ressuscitas
Tu em mim,
porque Tu és... “a solidariedade”.
porque Tu és... “a solidariedade”.
Patxi Loidi
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