A festa
da Ascensão.
Para
refletirr sobre o seu significado, trago aqui, para o blog Indagações, uma
reflexão muito interessante do padre e teólogo espanhol José Antônio Pagola, publicada no site do Instituto Humanitas
Unisinos (IHU).
Não
deixe de ler.
WCejnog
Lc 24, 46-53
46 E disse-lhes: Assim está
escrito que o Cristo padeceria e ao terceiro dia ressuscitaria dos mortos, 47
e, começando de Jerusalém, em seu nome seria pregada a todas as nações a conversão para o perdão dos pecados.
48 Vós sois testemunhas disso. 49
Eu vos mandarei o que meu Pai prometeu. Por isso, permanecei na cidade até que
sejais revestidos da força do alto.
50 Levou-os em seguida até perto
de Betânia, e, levantando as mãos, os abençoou.
51 Enquanto os abençoava,separou-se deles e foi elevado ao céu. 52 E eles, depois de se
prostrarem diante dele, voltaram para Jerusalém com grande alegria.
53 Permaneciam no Templo, louvando a Deus.
Notícias
Sexta, 10 de
maio de 2013
A benção de Jesus
A leitura que a Igreja propõe neste
domingo é o Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 24, 46-53 que corresponde a
Festa da Ascensão, ciclo C do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola
comenta o texto.
Eis o texto:
Jesus
só pensa em chegar a
todos os povos o anúncio do perdão e da misericórdia de Deus.
Que todos escutem a Sua chamada a conversarem. Ninguém tem de se sentir
perdido. Ninguém há de viver sem esperança. Todos hão de saber que Deus
compreende e ama os seus filhos e filhas, sem fim. Quem poderá anunciar esta
Boa Nova? São os últimos momentos de Jesus com os seus. Em seguida os deixará
para entrar definitivamente no mistério do Pai. Já não os poderá acompanhar
pelos caminhos do mundo como o fez na Galileia. A sua presença não poderá ser
substituída por ninguém.
Segundo
o relato de Lucas, Jesus não pensa em sacerdotes nem bispos. Tampouco em
doutores ou teólogos. Quer
deixar na terra “testemunhas”. Isto é o primeiro: “vós sois
testemunhas destas coisas”. Serão testemunhas de Jesus os que comunicarem a sua
experiência de um Deus bom e contagiarem com o seu estilo de vida trabalhando
por um mundo mais humano.
Mas
Jesus conhece bem os seus discípulos. São débeis e covardes. Onde encontrarão a
audácia para ser testemunhas de alguém que foi crucificado pelo representante
do Império e os dirigentes do Templo? Jesus tranquiliza-os: “Eu vos enviarei o
que o meu Pai prometeu”. Não
lhes vai a faltar a “força do alto”. O Espírito de Deus os defenderá.
Para
expressar graficamente o desejo de Jesus, o evangelista Lucas descreve a sua
partida deste mundo de forma surpreendente: Jesus volta ao Pai levantando as suas mãos e
abençoando os seus discípulos. É o seu último gesto. Jesus
entra no mistério insondável de Deus e sobre o mundo faz descer a sua bênção.
Aos
cristãos, esquece-nos que somos portadores da bênção de Jesus. A nossa primeira tarefa é ser
testemunha da Bondade de Deus. Manter viva a esperança. Não nos rendermos ante
o mal. Este mundo que parece um “inferno maldito” não está perdido. Deus olha
com ternura e compaixão.
Também
hoje é possível procurar o bem, fazer o bem, difundir o bem. É possível
trabalhar por um mundo mais humano e um estilo de vida mais são. Podemos ser
mais solidários e menos egoístas. Mais austeros e menos escravos do dinheiro. A mesma crise econômica pode-nos
empurrar para procurar uma sociedade menos corrupta.
Na
Igreja de Jesus temos esquecido que a primeira coisa a se fazer é promover uma
“pastoral da bondade”.
Temos de nos sentir testemunhas e profetas desse Jesus que passou a sua vida
semeando gestos e palavras de bondade. Assim despertou nas pessoas da Galileia
a esperança num Deus Salvador. Jesus é uma bênção e as pessoas têm que
conhecê-lo.
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