Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

”É preciso que estas coisas aconteçam primeiro...”(Lc 21,9) – Comentário de José Antonio Pagola.



“Tende cuidado; não vos deixeis enganar, pois muitos virão em meu nome e dirão: ‘Sou eu’; e ainda: ‘O tempo está próximo’. Não os sigais.” (Lc 21,8)

Trago para o blog Indagações – Zapytania mais uma reflexão muito boa e bem concreta, que deveria servir para todos nós, os batizados, como convite para uma séria reflexão sobre o papel dos cristãos no mundo  de hoje. De autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola, foi publicada no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).
Não deixe de ler.
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IHU – Notícias
Sexta, 15 de novembro de 2013.

Tempos de crise
A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 21, 5-19 que corresponde ao 33º Domingo do Tempo Ordinário, ciclo C do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto.


Eis o texto

Nos evangelhos recolhem-se alguns textos de caráter apocalíptico em que não é fácil diferenciar a mensagem que pode ser atribuída a Jesus e as preocupações das primeiras comunidades cristãs, envolvidas em situações trágicas enquanto esperam, com angústia e no meio de perseguições, o final dos tempos.

Segundo o relato de Lucas, os tempos difíceis não hão de ser tempos de lamentos e desalento. Não é tampouco a hora da resignação ou da fuga. A ideia de Jesus é outra. Precisamente em tempos de crise “tereis ocasião de dar testemunho”. É então quando nos é oferecida a melhor ocasião de dar testemunho da nossa adesão a Jesus e ao seu projeto.

Levamos já cinco anos sofrendo uma crise que golpeia duramente a muitos. O ocorrido nestes tempos permite-nos conhecer já com realismo o dano social e o sofrimento que gera.* Não terá chegado o momento de avaliarmos como estamos reagindo? Talvez, o primeiro seja rever profundamente a nossa atitude: Temos nos posicionado de forma responsável, despertando em nós um sentido básico de solidariedade, ou estamos vivendo de costas para tudo o que pode perturbar a nossa tranquilidade? Que fazemos a partir dos nossos grupos e comunidades cristãs? Teremos marcado uma linha de atuação generosa, ou vivemos celebrando a nossa fé à margem do que está acontecendo?

A crise está abrindo uma fratura social injusta entre aqueles que podem viver sem medo do futuro e aqueles que estão sendo excluídos da sociedade e privados de uma saída digna. Não sentimos o chamado para introduzir alguns “recortes” na nossa vida para poder viver os próximos anos de forma mais sóbria e solidária?

Pouco a pouco, vamos conhecendo mais de perto quem vai ficando mais indefenso e sem recursos (famílias sem rendimento algum, desempregados de longa duração, imigrantes doentes...). Será que nos preocupamos em abrir os olhos para ver se podemos comprometer-nos em aliviar a situação de alguns? Poderemos pensar em alguma iniciativa realista a partir das comunidades cristãs?

Não devemos esquecer que a crise não só cria empobrecimento material. Gera, também, insegurança, medo, impotência e experiência de fracasso. Desfaz projetos, afunda famílias, destrói a esperança. Não teremos de recuperar a importância da ajuda entre familiares, o apoio entre vizinhos, o acolhimento e acompanhamento a partir da comunidade cristã...? 

Poucas coisas podem ser mais nobres nestes momentos que o aprender a cuidar-nos mutuamente.
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* O autor refere-se à crise na Espãnha, mas o mesmo aplica-se também aos outros países, e ao Brasil sobretudo. (Nota do blog Ingagações)

Fonte:   IHU - Notícias


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