O Advento marca o começo do Ano
Litúrgico. As leituras bíblicas indicadas para servirem de reflexão neste
domingo têm caráter escatológico. Às vezes encontramos dificuldades para compreendê-las melhor e assimilar a sua
mensagem.
O comentário abaixo que
trago hoje para o blog Indgações-Zapytania, de Asun Gutiérrez Cabriada, é muito interessante e certamente pode ser
bastante útil para todos nós.
Não deixe de ler.
WCejnog
[Os
interessados pedem ler esse texto em apresentação de PPS, acessando o site das
Monjas Beneditinas de Montesserrat: Benedictinascat/Montesserrat.
Trabalho muito
bonito!]
“Saí ao encontro do Senhor que
vem”
Assim que o
Advento é um tempo de despertar se estamos adormecidos, de avivar a fé.
É muito
importante, contudo, recordar que este não é um tempo de ameaças.
Dizemos: “Vem
o Senhor!” E alguns parece que o dizem com horror, como se estivesse para vir o
desastre, como se fosse necessário esconder-se. Pelo contrário.
Vem o Senhor!
Que alegria! Deus está conosco, Deus é o Libertador.
Já alguma vez
tiveste a experiência de ver amanhecer?
É de noite e
está escuro, mas adivinha-se já um certo resplendor mais claro...
Vem a luz, vem
o sol, e sentimo-nos bem, sentimo-nos cheios de esperança.
Esta é a
mensagem do Advento:
“Alegra-te,
porque chega a tua Luz”.
José Enrique Galarreta
COMENTÁRIO
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos:
“Como aconteceu nos dias de Noé,
assim sucederá na vinda do Filho do homem.
Nos dias que precederam o dilúvio, comiam e bebiam,
casavam e davam em casamento,
até ao dia em que Noé entrou na arca;
e não deram por nada, até que veio o dilúvio,
que a todos levou.
Assim será também na vinda do Filho do homem.
Os capítulos
24 e 25 do Evangelho de Mateus fazem parte do quinto e último discurso, chamado
de escatológico. A sua finalidade não é descrever o futuro, mas orientar-nos
para o nosso futuro:]Deus e o seu Reino.
A curiosidade
do quando, do como, não é fundamental.
O que importa é a atitude com a qual vivemos o presente, todos os
acontecimentos da vida quotidiana, aqui e agora. Jesus vem sempre, está a vir
continuamente à nossa vida, nas pessoas que encontramos, no trabalho, na
comunidade, no nosso interior...
Vem o Senhor! Vem a Luz, vem iluminar-nos o
caminho e encher-nos de esperança.
Então, de dois que estiverem no campo,
um será tomado e o outro deixado;
de duas mulheres que estiverem a moer com a mó,
uma será tomada e a outra deixada.
Esperar Jesus
não significa fazer prognósticos sobre o fim do mundo, mas viver o presente com lucidez, confiança e responsabilidade. Sem alarmismo
nem conformismo.
Velar,
vigiar, é escutar o latido da vida,
trabalhar, dia a dia, para que a obra
que Jesus começou chegue a seu termo. Dar-lhe a conhecer com a nossa vida,
estando atentos aos anseios de paz, de justiça, de solidariedade. Sabendo
sempre que na alegria, na dor, em todas as circunstâncias e em todos os
acontecimentos, Jesus está conosco.
A Palavra de
Jesus, longe de provocar medo ou angústia, é Fonte de confiança, paz e alegria
interior. É anúncio da sua presença e da sua libertação.
Portanto, vigiai, porque não sabeis o dia
em que virá o vosso Senhor.
Compreendei isto: se o dono da casa soubesse
a que horas da noite viria o ladrão,
estaria vigilante e não deixaria arrombar a casa.
Por isso, estai vós também preparados,
porque na hora em que menos pensais,
virá o Filho do homem.
Celebrar o
Advento supõe uma atitude de atenção, vigilância e espera ativa, não viver
adormecidos, angustiados, despreocupados nem com medo.
Compete-nos
viver em esperança e despertando esperança. Não é um ladrão que nos vem
assustar e despojar.
O Deus que vem
é o que esperamos, o que ansiamos, em quem confiamos, aquele que sai ao nosso
encontro, o que nos busca, nos compreende, nos liberta, nos acolhe, nos cura,
nos ama, nos enche de vida, alegria, luz e paz.
CREMOS
Cremos em Jesus de Nazaré,
que não pregou leis nem sistemas,
mas o Reino de Deus.
Cremos em Jesus.
À sua luz e com a sua força, podemos viver, trabalhar,
sofrer e morrer neste mundo,
de forma verdadeiramente humana,
sustidos por Deus,
empenhados até ao fim na luta pelo ser humano.
Cremos em Jesus,
esperamos o Reino que anunciou
e comprometemo-nos a trabalhar sem descanso
para levar a toda a humanidade este Reino.
mas o Reino de Deus.
Cremos em Jesus.
À sua luz e com a sua força, podemos viver, trabalhar,
sofrer e morrer neste mundo,
de forma verdadeiramente humana,
sustidos por Deus,
empenhados até ao fim na luta pelo ser humano.
Cremos em Jesus,
esperamos o Reino que anunciou
e comprometemo-nos a trabalhar sem descanso
para levar a toda a humanidade este Reino.
Hans Küng
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