Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sábado, 27 de setembro de 2014

À frente de nós. – Reflexão de José Antonio Pagola.


"Jesus lhes disse: "Digo a verdade: Os publicanos e as prostitutas estão entrando antes de vocês no Reino de Deus. Porque João veio para mostrar o caminho da justiça, e vocês não creram nele, mas os publicanos e as prostitutas creram. E, mesmo depois de verem isso, vocês não se arrependeram nem creram nele.” (Mt 21, 31-32)

Abaixo, uma reflexão bem concreta e atual que tem como pano de fundo o texto bíblico Mt 21, 28-32 (a parábola dos dois filhos). O texto é de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola, e foi publicado no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).
Vale a pena ler!


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IHU – Notícias
Sexta, 26 de setembro de 2014

À frente de nós

A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 21,28-32 que corresponde ao 26º Domingo do Tempo Comum, ciclo A do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto.







Eis o texto


Um dia Jesus pronunciou estas duras palavras contra os dirigentes religiosos do Seu povo: “Asseguro-vos que os publicanos e as prostitutas levam-lhes a dianteira no caminho do reino de Deus”. Há uns anos pude comprovar que a afirmação de Jesus não é um exagero.

Um grupo de prostitutas de diferentes países, acompanhadas por algumas Irmãs Oblatas, refletiram sobre Jesus com a ajuda do livro Jesus. Aproximação histórica. Todavia me comovem a força e o atrativo que tem Jesus para estas mulheres de alma simples e coração bom. Recupero alguns dos seus testemunhos.

“Sentia-me suja, vazia e pouca coisa, todo o mundo me usava. Agora me sinto com vontade de continuar a viver porque Deus sabe muito do meu sofrimento... Deus está dentro de mim. Deus está dentro de mim. Deus está dentro de mim. Este Jesus entende-me!...”.

“Agora, quando chego em casa depois do trabalho, lavo-me com água muito quente para arrancar da minha pele a sujidade e depois rezo a este Jesus, porque Ele sim me entende e sabe muito do meu sofrimento... Jesus, quero mudar de vida, guia-me, porque só Tu conheces o meu futuro...”

“Eu peço a Jesus todo o dia que me afaste deste modo de vida. Sempre que me ocorre algo, Eu O chamo e Ele me ajuda. Ele está próximo de mim, é maravilhoso... Ele me leva em Suas mãos, Ele me carrega, sinto a presença Dele...”

“De madrugada é quando mais falo com Ele. Ele me escuta melhor porque neste horário a gente dorme. Ele está aqui, não dorme. Ele sempre está aqui. À porta fechada me ajoelho e peço que mereça a Sua ajuda, que me perdoe, que eu lutarei por Ele...”

“Um dia eu estava parada na praça e disse: Oh, meu Deus, será que eu só sirvo para isto? Só para a prostituição?... Então foi o momento em que mais senti Deus me carregando, entendeste? Transformando-me. Foi naquele momento. Tanto que eu não me esqueço. Entendeste?...”

“Eu agora falo com Jesus e lhe digo: aqui estou, acompanha-me. Tu viste o que aconteceu à minha companheira (refere-se a uma companheira assassinada num hotel). Rogo por ela e peço que nada de mal suceda às minhas companheiras. Eu não falo, mas peço por elas, pois elas são pessoas como eu...”

“Estou furiosa, triste, ferida, rejeitada, ninguém me quer, não sei a quem culpar, ou seria melhor odiar às pessoas e a mim, ou ao mundo. Repara, desde que era criança eu acreditei em Ti e permitiste que isto me acontecesse... Dou-te outra oportunidade para proteger-me agora. Bem, eu te perdoo, mas por favor não me deixes de novo...”   
  


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