Abaixo, uma entrevista muito emocionante e
esclarecedora com o teólogo católico Hans Küng*, realizada por jornalista
alemão Markus Grill.
Considero muito válido ter esta
oportunidade para conhecer o seu depoimento/testemunho e com isso poder
dissipar a neblina dos mitos e falácias que foram criados sobre a pessoa desse
grande teólogo.
Eu particularmente, admiro muito em Hans
Küng a sua personalidade, a sabedoria, a coragem e a determinação em investigar
a verdade e apresentá-la do seu ponto de vista, sem medo de questionar as ‘verdades’
já estabelecidas e/ou pessoas que defendem interpretações diferentes, ou até
mesmo opostas. Para mim, ele é exemplo de um verdadeiro mestre! A sua vasta
obra literária, sem dúvida, merece a admiração e respeito de todos.
A matéria foi publicada no início deste mês (setembro de 2014) pela
Carta Capital, e também, posteriormente, no site do Instituto Humanitas
Unisinos (IHU).
Realmente, vale a pena
ler tudo, até a última frase!
WCejnóg
IHU - Notícias
Quinta, 04 de setembro
de 2014
"Não esperava ver uma
mudança radical na Igreja"
O teólogo Hans Küng, "reformista
crítico", celebra o papado de Francisco, critica a canonização de João
Paulo II e fala de Céu, Inferno,
eutanásia, amor carnal...
A entrevista é
de Markus Grill, publicada pela Carta Capital,
03-09-2014.
Hans küng lutou durante toda a sua vida pelas reformas hoje avaliadas pelo Vaticano.
Nesta entrevista, o teólogo suíço fala sobre as probabilidades de o papa Francisco
revolucionar a Igreja, por que João
Paulo II não deveria ser canonizado e o que ele espera aprender
no Céu.
Küng tem sido uma voz a favor da reforma da Igreja Católica
há décadas: da infalibilidade papal ao celibato dos padres e à eutanásia. Sua atuação custou-lhe a licença para ensinar teologia
católica e levou muitos a considerá-lo um herege. Aos 85 anos, afetado por mal
de Parkinson e outras doenças, o suíço vê a Igreja sob
Francisco contemplar várias das ideias defendidas por ele faz
muito tempo.
Eis a
entrevista.
Professor
Küng, o senhor irá para o Céu?
Certamente,
espero que sim.
Alguns
diriam que o senhor irá para o Inferno, por ser um herege aos olhos da Igreja.
Não sou um
herege, mas um teólogo reformista crítico. Diferentemente de muitos de meus
detratores, uso como parâmetro o Evangelho, em vez da teologia
medieval, a liturgia e a lei da Igreja.
O Inferno
existe?
A referência ao Inferno
é uma advertência ao fato de um ser humano poder negligenciar completamente seu
propósito na vida. Não acredito em um Inferno eterno.
Se o
Inferno significa perder seu propósito na vida, deve ser uma noção muito
secular.
Os indivíduos
criam seu próprio inferno, em guerras, assim como no capitalismo desenfreado.
Em seu
ensaio “Fragmento sobre o tema da religião”, Thomas Mann admitiu pensar na
morte quase todos os dias. E o senhor?
Na verdade,
sempre pensei que morreria jovem, pois acreditava que, diante da minha vida
louca, não chegaria aos 50 anos. Hoje estou surpreso por ter 85 e continuar
vivo.
O senhor
é um homem idoso e doente. Tem perda auditiva aguda, osteoartrite e degeneração
macular, que destruirá sua capacidade de ler.
Essa seria a
pior coisa, não ser mais capaz de ler.
O senhor
foi diagnosticado com doença de Parkinson.
Entretanto,
ainda trabalho muito duro todos os dias. Mas interpreto todas essas coisas como
sinais de advertência sobre minha morte iminente. Minha caligrafia tem ficado
pequena e muitas vezes ilegível, quase como se estivesse prestes a desaparecer.
Meus dedos falham. É um fato que minha condição geral deteriorou. Mas eu também
combato isso. Nado 15 minutos todos os dias onde moro e faço exercícios de
fisioterapia, assim como exercícios para a voz e para os dedos, e me dedico a
novas tarefas. Além disso, tomo vários remédios por dia.
O senhor
escreveu mais de 60 livros e sempre foi um homem muito produtivo, que gostava
de entrar em discussões. Em suas memórias, o senhor avalia se em breve não será
nada além de uma sombra de si mesmo.
É claro, os
diagnósticos e prognósticos dos médicos são imprecisos. Minha visão, por
exemplo, deteriora-se mais lentamente do que o previsto. Dois anos atrás, meu
médico disse que eu só conseguiria ler por mais dois anos. E hoje ainda consigo
ler. Mas vivo em aviso prévio, e estou preparado para me despedir a qualquer
momento.
Seu
amigo, o escritor e intelectual Walter Jens, caiu em um estado de demência que
rapidamente se deteriorou nove anos atrás. Ele morreu faz pouco tempo.
Eu o visitei
várias vezes, inclusive pouco antes de sua morte. Até alguns anos atrás, seu
rosto ainda se iluminava quando eu o visitava. Mas nos últimos anos ele não se
lembrava mais se tinha me visto na véspera ou um mês antes. No final, não me
reconhecia mais. Foi deprimente pensar que Jens, um dos
intelectuais mais importantes do pós-Guerra, havia recuado para uma
espécie de infância.
A
demência também foi dura para Jens, ou apenas para seus parentes e amigos?
No início de sua
doença, quando você perguntava como se sentia, ele quase sempre dizia “péssimo”
ou “mal”. Ao mesmo tempo, ele passou a apreciar pequenas coisas, como crianças,
animais e doces. Eu costumava levar-lhe chocolates. No início ele comia
sozinho, mas depois eu tinha de colocá-los em sua boca. Não podemos saber o que Jens
experimentou no final. Mas não se pode esperar que eu aceite estar em uma
condição semelhante.
Em 1995,
o senhor e Jens coescreveram o livro Dying With Dignity (Morrendo com
Dignidade). Como cristão, o senhor pode pôr fim à sua própria vida?
Sinto que a vida
é um dom de Deus. Mas Deus me tornou responsável por esse
dom. O mesmo se aplica à última fase da vida, a morte. O Deus
da Bíblia é um Deus de compaixão, e não um déspota
cruel que quer ver os seres humanos passarem o maior tempo possível em um
inferno de sua própria dor. Em outras palavras, o suicídio assistido pode ser a
forma definitiva de ajuda na vida.
A Igreja
Católica considera a eutanásia um pecado, uma infração à soberania do criador.
Não apreciei quando
o porta-voz do bispo de Rotemburgo declarou que o que eu
havia escrito representava os ensinamentos de Küng, e não
os ensinamentos da Igreja. Uma hierarquia eclesiástica
que errou tanto sobre o controle de natalidade, a pílula e a inseminação
artificial não deveria cometer os mesmos erros agora sobre questões relativas
ao fim da vida. Nossa situação mudou fundamentalmente no século XXI. A
expectativa média de vida cem anos atrás era de 45 anos, e a maioria morria
cedo. Hoje tenho 85, mas é uma extensão artificial da minha vida, graças às dez
pílulas que tomo diariamente, e graças aos progressos na higiene e na medicina.
O senhor
tem medo de uma doença prolongada?
Escrevi
instruções cuidadosamente formuladas e recentemente entrei para uma organização
de suicídio assistido. Isso não significa que desejo cometer suicídio. Mas,
caso minha doença piore, quero ter uma garantia de que posso morrer de maneira
digna. Em nenhum lugar a Bíblia diz que um ser humano tem de
se manter até o fim ordenado. Ninguém nos diz o que “ordenado” significa.
O senhor
tem de ir para outro país para ter acesso ao suicídio assistido.
Sou um cidadão
suíço.
Como
funciona exatamente? O senhor telefona e diz: estou indo?
Ainda não tenho
um mapa do caminho. Mas escrevi minha própria liturgia da morte no último
volume de minhas memórias.
Um padre
não poderá lhe administrar os últimos ritos.
Terei comigo um
amigo que é padre, um de meus alunos.
Em Os
Sofrimentos do Jovem Werther, de Goethe, o protagonista se mata por amor. O
livro termina com a sentença: “Nenhum padre esteve presente”. Essa é a posição
da Igreja.
Eu sempre
objetei a que minha posição sobre a morte fosse considerada um protesto contra
a autoridade da Igreja. Não quero fornecer regras
gerais, e só posso decidir por mim mesmo. Seria ridículo encenar a própria
morte como um protesto contra a autoridade da Igreja. O
que eu quero, entretanto, é que a questão seja discutida de maneira aberta e
amigável.
Mas que ser
humano com uma doença incurável desejará impor uma carga a seus parentes quando
o suicídio assistido se tornar socialmente aceito?
Existe, é claro,
o risco que você descreve. Mas hoje o suicídio assistido ocorre em uma zona
cinzenta, pois é proibido. Muitos médicos aumentam a dose de morfina quando
chega a hora, e ao fazê-lo correm o risco de ser condenados por um crime.
Alguns pacientes, quando não conseguem encontrar esses médicos, saltam da
janela do hospital. Isso é intolerável. Não podemos deixar essa questão à
discrição de cada médico. Precisamos de um regulamento legal, em parte para
proteger os médicos.
Não nos
agarramos demais à vida no final, de modo que perdemos o momento certo?
Isso é possível,
é claro.
O senhor
se agarra à vida?
Eu não me agarro
à vida terrena, porque acredito na vida eterna. Essa é a grande distinção entre
meu ponto de vista e uma posição puramente secular.
O senhor
escreve em suas memórias: “Meu coração dói quando penso em todas as coisas que
terei de abandonar”.
É verdade. Não
me despeço da vida por ser um misantropo ou por desprezá-la, mas porque, por
outros motivos, está na hora de seguir em frente. Estou firmemente convencido
de que existe vida após a morte, não em um sentido primitivo, mas como a
entrada de minha natureza completamente finita no infinito de Deus,
como uma transição para outra realidade além da dimensão do espaço e do tempo
que a pura razão não pode afirmar nem negar. É uma questão de razoável
confiança. Não tenho evidência matemática e científica disso, mas tenho bons
motivos para confiar na mensagem da Bíblia, e acredito em ser recebido
por um Deus misericordioso.
O senhor
tem um conceito de céu?
A maioria das
maneiras de falar sobre o céu são imagens puras que não podem ser tomadas
literalmente. Estamos muito distantes das noções de céu no período anterior a Copérnico.
No céu, espero, porém, conhecer as respostas para os grandes mistérios do
mundo, para perguntas como: Por que uma coisa é uma coisa e não nada? De onde
vêm o big-bang e as constantes físicas? Em outras palavras, há perguntas que
nem a astrofísica nem a filosofia responderam. De qualquer modo, falo sobre um
estado de paz eterna e felicidade eterna.
Hoje a
física pode explicar o cosmo escuro, com seus bilhões de estrelas, muito melhor
do que no passado. Isso abalou a sua fé?
Quando
consideramos como o universo é enorme e escuro, certamente não facilita as
coisas para a fé. Quando Beethoven compôs a Nona
Sinfonia, ainda podia esperar que “acima da abóbada de estrelas
vivesse um pai amoroso”. Nós, entretanto, temos de aceitar que sabemos pouco.
Noventa e cinco por cento do universo é desconhecido para nós, e nada sabemos
sobre os 27% de matéria escura ou 68% de energia escura. A física se aproxima
cada vez mais da origem, no entanto não consegue explicar a origem em si.
O que acontece
atualmente no Vaticano é aquilo pelo qual o senhor passou a vida a lutar: uma
liberalização e reforma da Igreja. Isso acontece no momento em que o senhor
envelhece e se torna frágil. É uma ironia da história?
A ironia
aplica-se mais a meu ex-colega Joseph Ratzinger do que a mim. Eu
não esperava ver uma mudança radical na Igreja Católica durante minha vida.
Sempre acreditei, e passei a aceitar, que Küng partiria e Ratzinger
ficaria. Por isso fiquei tão surpreso ao ver Bento XVI
sair e o papa Francisco assumir o cargo em 19 de março de 2013,
meu aniversário e dia onomástico de Ratzinger.
Como foi
possível que um colégio de cardeais formado por homens conservadores e de modo
geral retrógrados elegesse um revolucionário para papa?
Em primeiro
lugar, eles nem sabiam o quanto ele é revolucionário. Mas, fora o núcleo duro
da Cúria, muitos cardeais sabiam que a Igreja está em uma
crise profunda, simbolizada pela corrupção no Vaticano, o
encobrimento de casos de abuso e o escândalo do VatiLeaks.
Os cardeais muitas vezes foram confrontados com duras críticas de suas
congregações nativas.
Um
indivíduo pode revolucionar uma instituição como a Igreja Católica?
Sim, se ela
receber bons conselhos como papa e tiver uma equipe capaz. Do ponto de vista
jurídico, o papa tem mais poder que o presidente dos Estados
Unidos.
Mas só
dentro da igreja, porque suas decisões não são submetidas à aprovação de um
órgão legislativo.
Também não há Suprema
Corte. Se quisesse, o papa poderia abolir imediatamente a lei
do celibato adotada no século XII.
A
Primavera Árabe poderia ser seguida por uma Primavera Católica?
Já está aqui,
mas existe o mesmo risco de reveses e movimentos contrários, como houve na Primavera
Árabe. Existem grupos poderosos no Vaticano
e na Igreja em todo o mundo que gostariam de reverter o
tempo. Eles estão preocupados com seus privilégios.
O senhor
se incomoda por não poder mais se envolver nesses debates?
Aceito isso
calmamente. Para mim é mais importante o papa ler o que eu lhe envio do que me
convidar para ir a Roma.
Recentemente,
ele lhe escreveu e disse ter gostado de ler os dois livros que o senhor lhe
enviou, e que permanece “à sua disposição”.
Recebi
recentemente duas cartas manuscritas e muito amigáveis dele. O endereço do
remetente nos envelopes dizia apenas “F., Domus Sanctae Marthae, Vaticano”,
e ele assinou as cartas “com saudações fraternas”. Até isso é um novo estilo.
Em 27 anos, João Paulo II não me considerou digno de uma única
resposta.
Com quem
Francisco pode ser comparado?
Provavelmente,
com João XXIII, mas ele não tem uma de suas fraquezas. João
XXIII fez reformas apressadas e sem uma agenda. Ele cometeu
sérios erros administrativos.
A questão
é se Francisco impressiona apenas com gestos, ou há mais por trás disso.
Os trajes mais
simples, as mudanças no protocolo e o tom de voz completamente diferente não
são coisas superficiais. Ele introduziu uma mudança de paradigmas. Com esse
papa, ressurgiu o caráter de serviço do cargo papal. Ele quer que os padres
saiam das igrejas e encontrem os fiéis. Recentemente, enviou aos bispos uma
pesquisa para obter as opiniões dos laicos sobre assuntos familiares. Sua
primeira viagem o levou aos refugiados em Lampedusa.
Tudo isso é um distanciamento da maneira como Bento XVI
interpretava o cargo. O apelo por uma Igreja pobre leva a uma maneira de pensar
diferente. Com Bento, o extravagante bispo de Limburg
provavelmente ainda estaria no cargo.
Mas Francisco
confirmou o arcebispo linha-dura Gerhard Ludwig Müller como chefe da
Congregação para a Doutrina da Fé, o vigilante do Vaticano e policial em
questões da doutrina aceita.
Poderia imaginar
que Bento fizesse uma forte campanha para manter Müller
no cargo. Mas o teste definitivo será se o novo papa continuará a permitir que
ele interprete o supervisor da fé e o grande inquisidor.
E a
canonização de João Paulo II, que reforçou grupos controversos como o Opus Dei
e a Legião de Cristo?
Não posso
entender a canonização. Trata-se do papa mais contraditório do século XX. Ele
venerava a Virgem Maria, mas negava às mulheres cargos na Igreja.
Ele pregava contra a pobreza em massa, no entanto proibia a contracepção.
Discuti extensamente 11 dessas enormes contradições no último volume de minhas
memórias. Suas palavras divergiam constantemente de seus atos. Ele considerava
o padre Marcial Maciel, um dos piores molestadores de meninos e
fundador da Legião de Cristo, seu amigo e o defendeu contra todas as
críticas.
O senhor
perdoa Francisco por essa canonização?
Bento XVI acelerou a canonização de Wojtyla e ignorou todos os
períodos de espera requeridos. Deter o processo agora não apenas seria uma
afronta a Bento, mas a muitos poloneses. Posso entender que Francisco
não queira fazer isso. Ao menos o papa reformista João
XXIII também foi canonizado. Devemos pensar se as canonizações,
uma invenção medieval, ainda têm sentido hoje.
Há alguma
coisa em sua vida que gostaria de desfazer?
Fui muito
polêmico às vezes, e gostaria de não ter dito certas coisas. Minha experiência
mais drástica foi, porém, a revogação da licença para ensinar como teólogo
católico, em 1979. Foi devastador para mim, emocional e fisicamente. Houve um
dia em que eu estava deitado neste sofá amarelo e não conseguia ir à reunião de
professores marcada para discutir meu caso.
O senhor
espera ser reabilitado em vida?
Não. A Conferência
Episcopal Alemã poderia iniciar o processo e Roma
só teria de concordar. Mas não prevejo ou espero isso. O papa
Francisco não deveria pôr em risco outras tarefas importantes
ao me reabilitar e aproximar-se demais de mim.
O senhor
foi acusado de vaidade durante toda a sua vida. Existe até um capítulo inteiro
sobre isso em suas memórias.
Provavelmente,
não sou mais vaidoso que a média.
Parte do
motivo de sua licenciatura ter sido revogada deveu-se ao fato de o senhor pôr
em dúvida a necessidade de celibato dos padres. O senhor acredita que as regras
poderão ser modificadas com Francisco?
Não posso
realmente imaginar que essa questão continue a ser adiada. A cada dia há menos
sacerdotes paroquiais. Não sei como a Igreja poderá oferecer atendimento
pastoral na próxima geração. A questão é relevante há algum tempo e os fiéis
apoiam amplamente essa reforma.
O senhor
vive em celibato?
Não sou casado e
não tenho esposa nem filhos.
Há uma
mulher em suas memórias a quem o senhor se refere como “minha companheira ideal
na vida”.
Sim, no sentido
de uma companheira de viagem ideal. Temos propriedades separadas, vivemos em andares
separados e temos apartamentos separados. Eu descrevo tudo isso em minhas
memórias e o confirmo. Não tenho mais nada a dizer a respeito.
____________________________
·
Hans Küng (19/03/1928) é um teólogo suiço, filósofo,
professor de teologia. Küng estudou teologia e filosofia na Pontifícia
Universidade Gregoriana de Roi. Foi ordenado sacerdote em 1954. Continuou a sua
educação em várias cidades europeias, incluindo Sorbone em Paris. Sua tese doutoral foi "Justificação: A
doutrina de Karl Barth e uma reflexão católica".
·
Em 1960, Küng foi nomeado professor de teologia na Universidade
Eberhard Karls em Tübingen, Alemanha. Juntamente com o seu colega Joseph
Ratzinger (futuro Papa Bento XVI), foi apontado como perito pelo Papa João
XXIII como consultor teológico
para o Concílio Vaticano II.
·
No final da década de 1960, Küng iniciou uma reflexão rejeitando
o dogma da Infalibilidade Papal,
publicada no livro Infallible?
An Inquiry ("Infalibilidade?
Um inquérito") em 18 de janeiro de
1970.
·
Em consequência disso, em
18 de dezembro de 1979, foi revogada a sua licença pela Igreja Católica Apostólica Romana de
oficialmente ensinar teologia em nome dela, mas permaneceu como sacerdote e
professor em Tübingen até a sua aposentadoria em1996.
·
Em 26 de setembro de
2005, ele e o Papa Bento
XVI surpreenderam ao encontrar-se para jantar e discutir teologia.
·
Küng defende o fim da obrigatoriedade do celibato clerical, maior
participação laica e feminina na Igreja Católica, que, segundo sua
interpretação, seria um retorno da teologia baseada na mensagem da Bíblia. [In:
Wikipedia]
Fonte: IHU - Notícias
Nenhum comentário:
Postar um comentário