Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sábado, 6 de setembro de 2014

Ligar e desligar na terra... – Comentário bíblico de M. Asun Gutiérrez. Muito bom!



“Em verdade vos digo: tudo o que ligardes na terra será ligado no céu; e tudo o que desligardes na terra será desligado no céu.” (Mt 18,18)

O que realmente Jesus quis dizer com essas palavras? ...
O comentário bíblico de M. Asun Gutiérrez Cabriada (Cristã, leiga) sobre o texto Mt 18, 15-20  é  muito bem feito e interessante. É uma excelente oportunidade para entender melhor a mensagem de Jesus Cristo.
Vale a pena conferir!
WCejnog


Obs.: Os interessados podem  ler esse texto em apresentação de PPS, acessando o  site das Monjas Beneditinas de Montserrat. www.benedictinescat.com/montserrat  Trabalho muito bonito!

 

Jesus dá-nos fundamento.
Apresenta-nos um Deus cotidiano que há que encontrar na proximidade do outro.
Jesus vem transformar as nossas relações com os outros, conosco mesmos, quando deixamos que Deus irrompa na cotidianidade.
Ser como Deus é gerar e fecundar os outros;
Deus é criador de vida, é fecundador.
Quem se deixa fecundar pela humanidade de Jesus
vive uma nova criação


Juan A. Estrada 



Mateus 18,15-20

O texto faz parte do quarto discurso de Mateus,
conhecido com o nome de
discurso comunitário.
É continuação da parábola da ovelha perdida.
Mostra a atitude fundamental que deve existir na comunidade:
uma misericórdia semelhante à do Pai.
O modelo de comunidade que nos apresenta Mateus
é o de uma comunidade de irmãos e irmãs
na qual as muralhas de classes sociais, preconceitos, privilégios, autoritarismos hão de ser derrubados para que nasça a comunidade de iguais e participativa.

Estela Aldave

Comentário

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos:
Se o teu irmão te ofender,
vai ter com ele e repreende-o a sós.
Se te escutar, terás ganho o teu irmão.
Se não te escutar, toma contigo
mais uma ou duas pessoas,
para que toda a questão fique resolvida
pela palavra de duas ou três testemunhas.

Jesus anima-nos a nos ajudarmos mutuamente a crescer, a sermos melhores pessoas. É um convite a refletir sobre como são as nossas relações com os outros. O Evangelho chama-nos constantemente a aprender e a praticar o perdão a partir do amor.

Estamos mais habituados à linguagem e mensagens do medo e da culpa que às palavras e atitudes do amor e da gratuidade?

O perdão adquire um novo significado quando aprendemos a perdoar e a nos perdoarmos, e quando nos sentimos perdoados gratuita e incondicionalmente.

Mas se ele não lhes der ouvidos,
comunica o caso à Igreja;
e se também não der ouvidos à Igreja,
considera-o como um pagão ou publicano.

Jesus fala à comunidade. Não remete para nenhum responsável.
A autêntica comunidade de Jesus não é formada por bons e mausperdoados e perdoadores, juízes e réus, mas por irmãs e irmãos que se amam, se respeitam e se ajudam.

Em verdade vos digo:
tudo o que ligardes na terra
será ligado no Céu;
e tudo o que desligardes na terra
será desligado no Céu.

Jesus continua a falar no plural, as suas palavras dirigem-se sempre a toda a comunidade.
Atar ou desatar. De nós depende. Jesus optou por atar a sua vida às pessoas empobrecidas, doentes, vítimas da corrupção e da injustiça, desatando-as de todo o tipo de exclusão e opressão.
A sua vida é sinal de acolhimento, libertação e perdão. Modelo e exemplo para a nossa vida.

Digo-vos ainda: se dois de entre vós
se unirem na terra para pedirem qualquer coisa,
ser-lhes-á concedida por meu Pai
que está nos Céus.
Na verdade, , onde estão dois ou três
reunidos em meu nome,
Eu estou no meio deles.

Jesus não fala de reuniões multitudinárias. O encontro fraterno, sendo plenamente humano (pôr-se de acordo), é sinal eficaz da presença libertadora de Jesus.
Na oração e pela oração aprendemos a viver em confiança incondicional. Convertemo-nos, uns para os outros, em prova de presença, acolhimento, solidariedade, ternura... de Jesus.

A nossa tarefa é ajudarmo-nos mutuamente a sermos pessoas mais humanas, mais livres e mais felizes, caminhando juntos para a fraternidade universal.


CREIO...

Creio nas pessoas que constroem
uma terra livre, fraterna e solidária.
Creio numa terra nova,
onde as crianças cresçam
com a certeza de um mundo melhor.
Creio na força do amor,
no perdão e na paz. 
Creio nas mãos que levantam
os que caíram à beira do caminho.
Creio no respeito e na tolerância
que acolhe a cada um como é. 
Creio no esforço diário
que conserva a natureza
para as gerações presentes e futuras. 
Creio em Deus, Pai/Mãe de todos,
amigo e companheiro de caminho.
Creio nas pessoas, reflexos do amor de Deus.
Creio na bondade porque creio em Deus.

Se não creio que a bondade é o fundo de toda a criatura e de todo o ser humano, não creio em Deus.

Se não creio mais na bondade que na maldade, não creio em Deus.
Mas creio em Deus e creio na bondade, apesar de tudo. Amém.

José Arregi 


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