Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Acreditar no amor. – Reflexão de José Antonio Pagola. Muito atual!



“Respondeu Jesus: ‘Amarás o Senhor teu Deus de todo teu coração, e toda tua alma e de todo teu espírito’.  Este é o maior e o primeiro mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: ‘Amarás teu próximo como a ti mesmo’. Nesses dois mandamentos se resumem toda a lei e os profetas”.    (Mt 22, 37-40) 
  
 Abaixo, uma bonita reflexão e bem atual, que tem como pano de fundo o texto bíblico Mt 22, 30-40 (O maior mandamento). Autor: padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola. 
O texto foi publicado no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).
Vale a pena ler e meditar!

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IHU - Notícias

   


Acreditar no amor

A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 22, 30-40 que corresponde ao 30º Domingo do Tempo Comum, ciclo A do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto.






Eis o texto


A religião cristã apresenta-se para muitos como um sistema religioso difícil de entender e, sobretudo,um enredado de leis demasiado complicadas para viver corretamente ante Deus. Não necessitaremos, nós cristãos, concentrar muito mais a nossa atenção em cuidar antes de mais nada do essencial da experiência cristã?

Os evangelhos recolheram a resposta de Jesus a um setor de fariseus que lhe perguntam qual é o mandamento principal da Lei. Assim resume Jesus o essencial: o primeiro é “amarás ao Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma e com todo o teu ser”; o segundo é “amarás o teu próximo como a ti mesmo”.

A afirmação de Jesus é clara. O amor é tudo. O decisivo na vida é amar. Ali está o fundamento de tudo. O primeiro é viver ante Deus e ante os demais numa atitude de amor. Não devemos perder-nos em coisas acidentais e secundárias, esquecendo o essencial. Do amor parte todo o resto. Sem amor tudo fica pervertido.

 Ao falar do amor a Deus, Jesus não está a pensar nos sentimentos ou emoções que podem brotar do nosso coração; tampouco nos está a convidar para multiplicar as nossas rezas e orações. Amar o Senhor, nosso Deus, com todo o coração é reconhecer Deus como Fonte última da nossa existência, despertar em nós uma adesão total à Sua vontade e responder com fé incondicional ao Seu amor universal de Pai de todos.

Por isso junta Jesus um segundo mandamento. Não é possível amar Deus e viver de costas aos Seus filhos e filhas. Uma religião que predica o amor a Deus e se esquece dos que sofrem é uma grande mentira. A única postura realmente humana ante qualquer pessoa que encontramos no nosso caminho é amá-la e procurar o seu bem como queremos para nós mesmos.

Toda esta linguagem pode parecer demasiado velha, demasiado gasta e pouco eficaz. No entanto, também hoje o principal problema no mundo é a falta de amor, que vai desumanizando, uns atrás dos outros, os esforços e as lutas para construir uma convivência mais humana.

Há uns anos, o pensador francês Jean Onimus escrevia assim: “O cristianismo está todavia nos seus começos; leva-nos trabalhando só há dois mil anos. A massa é pesada e são necessários séculos de amadurecimento antes que a caridade a faça fermentar”. Nós seguidores de Jesus não devemos nos esquecer da nossa responsabilidade. O mundo necessita de testemunhos vivos que ajudem as futuras gerações a acreditar no amor, pois não há um futuro de esperança para o ser humano se acaba por perder a fé no amor.



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