“Então os servos, saindo
pelos caminhos, reuniram todos os que encontraram, maus e bons. E a sala do banquete
encheu-se de convidados.” (Mt 22,10)
Abaixo, uma reflexão muito interessante e atual do
padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola, que tem como pano de fundo o texto Mt 22, 1-14
(Parábola da Grande Ceia). Foi publicada no site do Instituto Humanitas Unisinos
(IHU).
Vale a pena ler.
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IHU - Notícias Notícias
Sexta, 10 de outubro de
2014
Convite
A leitura que a
Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus
22, 1-14 que corresponde ao 28º Domingo do Tempo Comum, ciclo A
do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta
o texto.
No Brasil
celebra-se Nossa Senhora Aparecida.
Eis o
texto
Jesus conhecia
muito bem como desfrutavam os camponeses da Galileia nos
casamentos que se celebravam nas aldeias. Sem dúvida, Ele mesmo
participou em mais de uma. Que experiência podia haver mais agradável para
aquelas pessoas do que serem convidadas para um casamento e poderem sentar-se
com os vizinhos a partilhar juntos um banquete de casamento?
Esta recordação
desde pequeno ajudou-O em alguns momentos a comunicar a Sua experiência de Deus
de uma forma nova e surpreendente. Segundo Jesus, Deus está
a preparar um banquete final para todos os seus filhos, pois a
todos os quer ver sentados, junto Dele, desfrutando para sempre de uma vida
plenamente ditosa.
Podemos dizer
que Jesus entendeu toda a sua vida como um grande convite a uma festa final em
nome de Deus. Por isso, Jesus não impõe nada à força, não pressiona
ninguém. Anuncia a Boa Nova de Deus, desperta a confiança no
Pai, acende nos corações a esperança. A todos lhes deve chegar o Seu convite.
O que foi este
convite de Deus? Quem o anuncia? Quem o escuta? Onde se fala na Igreja desta
festa final? Satisfeitos com o nosso bem-estar, surdos ao que não sejam os
nossos interesses imediatos, parece-nos que já não necessitamos de Deus. Acostumamo-nos
pouco a pouco a viver sem necessidade de alimentar uma esperança última?
Jesus era
realista. Sabia que o convite de Deus pode ser recusado. Na
parábola “dos convidados do casamento” fala-se de diversas reações dos
convidados. Uns recusam o convite de forma consciente e rotunda: “não quiseram
ir”. Outros respondem com absoluta indiferença: “não fizeram caso”.
Importa-lhes mais as suas terras e negócios.
Mas, segundo a
parábola, Deus não se desalenta. Por cima de tudo, haverá uma festa final. O
desejo de Deus é que a sala do banquete se encha de convidados. Por isso, há
que ir aos “cruzamentos dos caminhos”, por onde caminham tantas pessoas errantes,
que vivem sem esperança e sem futuro. A Igreja seguirá anunciando com fé e alegria o
convite de Deus proclamado no Evangelho de Jesus.
O papa
Francisco está preocupado por uma prédica obsessiva “pela
transmissão desarticulada de uma multidão de doutrinas que se tenta impor por
força de insistência”. O maior perigo está, segundo ele, em que já “não será
propriamente o Evangelho o que se anuncie, mas alguns acentos doutrinais ou
morais que procedem de determinadas opções ideológicas. A mensagem correrá o
risco de perder seu frescor e deixará de ter o perfume do Evangelho”.
Fonte: IHU - Notícias
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