Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sábado, 11 de outubro de 2014

Convite. – Reflexão de José Antonio Pagola. Muito boa!



Então os servos, saindo pelos caminhos, reuniram todos os que encontraram, maus e bons. E a sala do banquete encheu-se de convidados.” (Mt 22,10)

Abaixo, uma reflexão muito interessante e atual do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola, que tem como pano de fundo o texto Mt 22, 1-14 (Parábola da Grande Ceia). Foi publicada no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).
Vale a pena ler.
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IHU - Notícias Notícias
Sexta, 10 de outubro de 2014

Convite

A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 22, 1-14 que corresponde ao 28º Domingo do Tempo Comum, ciclo A do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto.

No Brasil celebra-se Nossa Senhora Aparecida.

Eis o texto


Jesus conhecia muito bem como desfrutavam os camponeses da Galileia nos casamentos que se celebravam nas aldeias. Sem dúvida, Ele mesmo participou em mais de uma. Que experiência podia haver mais agradável para aquelas pessoas do que serem convidadas para um casamento e poderem sentar-se com os vizinhos a partilhar juntos um banquete de casamento?

Esta recordação desde pequeno ajudou-O em alguns momentos a comunicar a Sua experiência de Deus de uma forma nova e surpreendente. Segundo Jesus, Deus está a preparar um banquete final para todos os seus filhos, pois a todos os quer ver sentados, junto Dele, desfrutando para sempre de uma vida plenamente ditosa.

Podemos dizer que Jesus entendeu toda a sua vida como um grande convite a uma festa final em nome de Deus. Por isso, Jesus não impõe nada à força, não pressiona ninguém. Anuncia a Boa Nova de Deus, desperta a confiança no Pai, acende nos corações a esperança. A todos lhes deve chegar o Seu convite.

O que foi este convite de Deus? Quem o anuncia? Quem o escuta? Onde se fala na Igreja desta festa final? Satisfeitos com o nosso bem-estar, surdos ao que não sejam os nossos interesses imediatos, parece-nos que já não necessitamos de Deus. Acostumamo-nos pouco a pouco a viver sem necessidade de alimentar uma esperança última?

Jesus era realista. Sabia que o convite de Deus pode ser recusado. Na parábola “dos convidados do casamento” fala-se de diversas reações dos convidados. Uns recusam o convite de forma consciente e rotunda: “não quiseram ir”. Outros respondem com absoluta indiferença: “não fizeram caso”. Importa-lhes mais as suas terras e negócios.

Mas, segundo a parábola, Deus não se desalenta. Por cima de tudo, haverá uma festa final. O desejo de Deus é que a sala do banquete se encha de convidados. Por isso, há que ir aos “cruzamentos dos caminhos”, por onde caminham tantas pessoas errantes, que vivem sem esperança e sem futuro. A Igreja seguirá anunciando com fé e alegria o convite de Deus proclamado no Evangelho de Jesus.

O papa Francisco está preocupado por uma prédica obsessiva “pela transmissão desarticulada de uma multidão de doutrinas que se tenta impor por força de insistência”. O maior perigo está, segundo ele, em que já “não será propriamente o Evangelho o que se anuncie, mas alguns acentos doutrinais ou morais que procedem de determinadas opções ideológicas. A mensagem correrá o risco de perder seu frescor e deixará de ter o perfume do Evangelho”.


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