“Na verdade, muitos são os
chamados, mas poucos os escolhidos.” (Mt 22,14).
O que,
na verdade, Jesus quis dizer com essas palavras? ...
O
comentário bíblico de M. Asun Gutiérrez Cabriada sobre o texto Mt 22, 1-14 é muito bem feito e interessante. É uma
excelente oportunidade para entender melhor a mensagem de Jesus Cristo.
Vale a
pena conferir!
WCejnog
Obs.:
Os interessados podem ler esse texto em
apresentação de PPS, acessando o site
das Monjas Beneditinas de Montserrat. http://www.benedictinescat.com/montserrat
Trabalho muito bonito!
A Palavra de Deus convida ao conhecimento
e à amizade com Ele, à intimidade do banquete.
e à amizade com Ele, à intimidade do banquete.
Em definitivo, convida a “entrar no Reino”, ou seja,
crer só em “Abbá”, comportar-se como filho,
pensar em “nós” mais que no “eu”.
crer só em “Abbá”, comportar-se como filho,
pensar em “nós” mais que no “eu”.
O convite é ao Evangelho, a viver no Reino,
não nas trevas, não no julgamento, não no temor,
não no Sinai, mas no Monte das Bem-aventuranças.
não nas trevas, não no julgamento, não no temor,
não no Sinai, mas no Monte das Bem-aventuranças.
José Enrique Ruiz de Galarreta
Comentário
Naquele tempo, Jesus
dirigiu-se de novo
aos príncipes dos
sacerdotes e aos anciãos do povo
e, falando-lhes em
parábolas, disse-lhes:
Jesus continua a falar e a
denunciar os dirigentes religiosos. Com a parábola dos convidados que não
querem ir ao banquete do Rei e são substituídos por outros que em princípio não
tinham sido convidados, insiste na mesma ideia dos textos anteriores. Uma nova
comunidade deve substituir a que não produz frutos, a que rejeita o o convite.
Jesus fala do que chama “O Reino”, de como é Deus, do que é o importante da relação com Deus e com os outros, que não é uma série de conteúdos teóricos mas um convite a mudar de valores e atitudes, um modo novo de viver.
Jesus fala do que chama “O Reino”, de como é Deus, do que é o importante da relação com Deus e com os outros, que não é uma série de conteúdos teóricos mas um convite a mudar de valores e atitudes, um modo novo de viver.
“Jesus é parábola e narra parábolas” (E.Schillebeeck), e
fá-lo de maneira magistral.
O reino dos Céus pode
comparar-se a um rei
que preparou um
banquete para o seu filho.
Mandou os servos
chamar os convidados
para as bodas, mas
eles não quiseram vir.
Mandou ainda outros
servos, ordenando-lhes:
‘Dizei aos convidados:
Preparei o meu banquete,
os bois cevados foram
abatidos,
tudo está pronto.
Vinde às bodas’. Mas eles,
sem fazerem caso,
foram um para o seu campo
e outro para o seu
negócio;
os outros
apoderaram-se dos servos,
trataram-nos mal e
mataram-nos.
O rei ficou indignado
e enviou os seus exércitos,
que acabaram com
aqueles assassinos
e incendiaram a
cidade.
Jesus apresenta o Reino como um
banquete, como uma boda.
Símbolos de amor, amizade, comunhão e felicidade. Quando os nossos “campos”, os nossos “negócios” nos interessam mais que os interesses de Deus, Deus interessa pouco, e por pouco, por qualquer desculpa, se deixa de lado.
Símbolos de amor, amizade, comunhão e felicidade. Quando os nossos “campos”, os nossos “negócios” nos interessam mais que os interesses de Deus, Deus interessa pouco, e por pouco, por qualquer desculpa, se deixa de lado.
Ao Reino vai-se por convite, como
a uma boda, como a uma festa.
Quem convoca para o Banquete não manda, convida. O mais profundo de Deus alcança-se e aceita-se por convite.
As coisas mais profundas e essenciais da vida não se fazem por obrigação nem por dever, mas por livre decisão, por livre resposta a um convite, a uma sugestão, a um olhar, a um sussurro...
Quem convoca para o Banquete não manda, convida. O mais profundo de Deus alcança-se e aceita-se por convite.
As coisas mais profundas e essenciais da vida não se fazem por obrigação nem por dever, mas por livre decisão, por livre resposta a um convite, a uma sugestão, a um olhar, a um sussurro...
Disse então aos
servos:
‘O banquete está
pronto, mas os convidados
não eram dignos. Ide
às encruzilhadas dos canminhos
e convidai para as
bodas todos os que encontrardes’.
Então os servos,
saindo pelos caminhos,
reuniram todos os que
encontraram, maus e bons.
E a sala do banquete
encheu-se de convidados.
As desculpas e rejeições não detêm
o plano de Deus. O Senhor não suspende o banquete. O convite estende-se a
“todos os que Encontrardes”. É universal. Não pelos nossos méritos mas por amor
gratuito e incondicional do Pai. Jesus derruba todos os privilégios e todas as
barreiras. Os “bons e maus”, os “pobres e aleijados” (Lc 14,21), formam a nova Comunidade.
Apresento o cristianismo como o mais positivo, libertador e gozoso?
Como uma festa digna de se celebrar? Como o mostro?
Converti-o numa série de verdades
em que acreditar ou de normas a cumprir ou de estruturas a respeitar?
A minha vida transmite o
acolhimento, a alegria, a festa, a ternura, o amor… de Deus?
E sentir-se
convidado.
Sentir-se
entusiasmado com Deus e com as pessoas.
Sentir-se na
Criação como em casa.
Sentir que o
tudo de todos é meu e me interessa.
Saber que tudo
está por terminar,
mas que cresce, de dentro para fora, e chegará.
mas que cresce, de dentro para fora, e chegará.
Saber que virá:
sonhar.
Saber que há
que construí-lo.
E sabê-lo,
sentir… por Jesus, o Filho
em quem conhecemos o Pai e a nós.
em quem conhecemos o Pai e a nós.
José Enrique
Ruiz de Galarreta
O rei, quando entrou
para ver os convidados,
viu um homem que não
estava vestido
com o traje nupcial e
disse-lhe:
‘Amigo, como entraste
aqui sem o traje nupcial?’
Mas ele ficou calado.
Logicamente, não se trata de um
rico traje de ceremonia nem de marca, mas da atitude.
Jesus quer que os convidados e
convidadas vistamos de festa: que haja coerência entre o que dizemos acreditar
e a nossa vida. Mudar de veste-conversão, requer mudar de mentalidade, sentir a
alegria e a confiança de se saber filhos e filhas do Pai e levar o estilo de
vida, no meio das alegrias e tristezas, saúde ou doença, gozos ou dificuldades,
que Jesus nos ensina com a sua vida.
Que atitudes me faltam para
completar o traje adequado para o Banquete?
O rei disse então aos
servos:
‘Amarrai-lhe os pés e
as mãos
e lançai-o às trevas
exteriores;
aí haverá choro e
ranger de dentes’.
Na verdade, muitos são
os chamados,
mas poucos os
escolhidos.
O nosso Deus é um Deus de vida, e
não pode permitir que as suas criaturas tenham como destino final a morte nem a
infelicidade.
É uma constante no Evangelho que as pessoas que se crêem privilegiadas, na posse da verdade, melhores que as outras, se auto-excluem, fecham a porta da Festa.
É uma constante no Evangelho que as pessoas que se crêem privilegiadas, na posse da verdade, melhores que as outras, se auto-excluem, fecham a porta da Festa.
Não basta ser chamados – batizados
-, há que querer ser escolhidos,
tornando vida a mensagem de Jesus com alegria, sem nenhum temor, porque, ainda que exigente, como a liberdade, a amizade, o amor... é chamamento que conduz à Festa, a Plenitude e à Vida.
tornando vida a mensagem de Jesus com alegria, sem nenhum temor, porque, ainda que exigente, como a liberdade, a amizade, o amor... é chamamento que conduz à Festa, a Plenitude e à Vida.
Não esqueçais a
vida
Quando vierdes, não vos esqueçais da vida,
mantida quente entre os braços.
Não sejais espectadores. A pedaços
não a espalheis pela avenida.
mantida quente entre os braços.
Não sejais espectadores. A pedaços
não a espalheis pela avenida.
Trazei-a tal qual é, vida vivida:
Dobrada pelo vento e de pancadas
arranhada; esticada também com laços
de paz, de amor, de júbilo presa.
arranhada; esticada também com laços
de paz, de amor, de júbilo presa.
Vinde sem maquilhar. Trazei a dúvida,
o desencanto, o grito de protesto.
o desencanto, o grito de protesto.
Vesti-vos de tudo aquilo que hoje se veste.
Mas chegue a vossa alma bem nua,
com fome de banquete, ânsia de festa,
de par em par aberta à vida nova.
Jorge Blajot
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