“E disse-lhes: “Se
alguém quer ser o primeiro, seja o último de todos e o servo de todos”. E
tomando um menino, colocou-o no meio deles; abraçou-o e disse-lhes: “Todo
o que recebe um destes meninos em meu nome, a mim é que recebe; e todo o que
recebe a mim, não me recebe, mas aquele que me enviou”.
" (Mc 9, 35-37)
Abaixo, uma bonita reflexão,
muito concreta e atual, que tem como pano de fundo o texto bíblico Mc 9, 30-37 (Os discípulos discutem
quem deles é o maior).
É de autoria do padre e teólogo
espanhol José Antonio Pagola.
O texto foi publicado na no site
do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).
Não deixe de ler!
WCejnog
IHU - Notícias
Sexta, 18 de setembro de
2015
Duas
atitudes muito de Jesus
A leitura que a Igreja
propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus segundo Marcos 9,30-37 que
corresponde ao 25° Domingo do Tempo Comum, ciclo B do Ano Litúrgico. O teólogo
espanhol José Antonio Pagola comenta o
texto.
Eis o texto
O grupo de Jesus
atravessa a Galileia a caminho de Jerusalém. Fazem-no de forma reservada, sem
que ninguém se inteire. Jesus quer dedicar-se inteiramente a instruir
os seus discípulos. É muito importante o que quer gravar nos seus
corações: o seu caminho não é um caminho de glória, êxito e poder. É o
contrário: conduz à crucifixão e à rejeição, apesar de que terminará em
ressurreição.
Aos discípulos não lhes
entra na cabeça o que lhes diz Jesus. Dá-lhes medo até perguntar-Lhe.
Não querem pensar na crucifixão. Não entra nos seus planos nem expectativas.
Enquanto Jesus lhes fala de entrega e da cruz, eles falam das suas ambições:
Quem será o mais importante do grupo? Quem ocupará o posto mais elevado? Quem
receberá mais honras?
Jesus «senta-se». Quer
ensinar-lhes algo que nunca hão de se esquecer. Chama os Doze, os que estão
mais estreitamente associados à sua missão e convida-os a que se aproximem,
pois os vê muito distanciados Dele. Para seguir seus passos e parecer-se a Ele têm
de aprender duas atitudes fundamentais.
Primeira atitude: «Quem
queira ser o primeiro, que seja o último de todos e servidor de todos». O
discípulo de Jesus tem de renunciar às ambições, cargos, honras e vaidades. No
seu grupo ninguém está acima dos outros. Pelo contrário, há de ocupar o último
lugar, colocar-se ao nível de quem não tem poder nem ostenta categoria alguma.
E, desde aí, ser como Jesus: «servidor de todos».
A segunda atitude é tão
importante que Jesus a ilustra com um gesto simbólico profundo. Coloca uma
criança no meio dos Doze, no centro do grupo, para que aqueles homens
ambiciosos se esqueçam de honras e grandezas, e ponham os seus olhos nos
pequenos, os débeis, os mais necessitados de defesa e cuidado. Logo, a abraça e
lhes diz: «O que acolhe a uma criança como esta em Meu nome, acolhe-me
a Mim». Quem acolhe um «pequeno» está acolhendo o «maior», a Jesus. E quem
acolhe a Jesus está acolhendo o Pai que O enviou.
Uma Igreja que acolhe os
pequenos e indefesos está ensinando a acolher a Deus. Uma Igreja que olha para
os grandes e se associa com os poderosos da terra está pervertendo a
Boa Nova de Deus anunciada por Jesus.
Fonte: IHU - Notícias
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