“Não lho proibais, porque não há ninguém que faça um prodígio em meu
nome e em seguida possa falar mal de mim. Pois quem não é contra nós, é a nosso
favor. (Mc 9,39-40)
Abaixo, uma reflexão muito concreta e atual para ser lida
e interiorizada por todos os católicos (e, também, por todos os cristãos).
Refere-se ao texto bíblico Mc 9,38-43.45.47-48.
Foi publicada no site do Instituto Humanitas Unisinos
(IHU).
Não deixe de ler.
WCejnóg
IHU - Notícias
Sexta, 25 de setembro de 2015
São amigos, não adversários.
A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o
Evangelho de Jesus segundo Marcos 9,38-43.45.47-48 que
corresponde ao 26° Domingo do Tempo Comum, ciclo B do Ano Litúrgico. O teólogo
espanhol José Antonio Pagola comenta o texto.
Eis o texto
Apesar dos esforços de Jesus para lhes ensinar a
viver como Ele, ao serviço do reino de Deus, fazendo a vida das pessoas mais
humana, mais digna e ditosa, os discípulos não conseguem entender o
Espírito que o animava, o Seu grande amor aos mais necessitados e a
orientação profunda da Sua vida.
O relato de Marcos é muito esclarecedor. Os
discípulos informam Jesus de um fato que os incomodou muito. Viram um
desconhecido «expulsando demônios». Está atuando «em nome de Jesus» e na Sua
linha: dedica-se a libertar as pessoas do mal que lhes impede de viver
de forma humana e em paz. No entanto, aos discípulos não lhes agrada o seu
trabalho libertador. Não pensam na alegria dos que são curados por aquele
homem. A sua intervenção parece-lhe uma intrusão que é necessária cortar.
Expõem a Jesus as suas reações: «Quisemos impedi-lo
porque não é dos nossos». Aquele estranho não deve continuar a curar
porque não é membro do grupo. Não lhes preocupa a saúde das pessoas, mas o
seu prestígio de grupo. Pretendem monopolizar a ação salvadora de Jesus:
ninguém deve curar em Seu nome se não adere ao grupo.
Jesus reprova a atitude dos Seus discípulos e
coloca-se numa lógica radicalmente diferente. Ele vê as coisas de outra forma.
O primeiro e mais importante não é o crescimento daquele pequeno grupo, mas que
a salvação de Deus chegue a todo o ser humano, inclusive por meio de pessoas
que não pertencem ao grupo: «o que não está contra nós, está a favor de nós».
Quem faça presente no mundo a força curadora e libertadora de Jesus, está a
favor do Seu grupo.
Jesus rejeita a postura sectária e de exclusão dos
Seus discípulos que só pensam no seu prestígio e crescimento, e adota uma
atitude aberta e inclusiva onde o principal é libertar o ser humano daquilo que
o destrói e o faz infeliz. Este é o Espírito que deve animar sempre os Seus
verdadeiros seguidores.
Fora da Igreja católica, há no mundo um
número incontável de homens e mulheres que fazem o bem e vivem
trabalhando por uma humanidade mais digna, mais justa e mais liberta. Neles
está vivo o Espírito de Jesus. Temos de senti-los como amigos e aliados, nunca
como adversários. Não estão contra nós, pois estão a favor do ser humano, como
estava Jesus.
Fonte: IHU - Notícias
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