Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sábado, 26 de setembro de 2015

São amigos, não adversários. – Reflexão de José Antonio Pagola. Excelente!



“Não lho proibais, porque não há ninguém que faça um prodígio em meu nome e em seguida possa falar mal de mim. Pois quem não é contra nós, é a nosso favor. (Mc 9,39-40)

Abaixo, uma reflexão muito concreta e atual para ser lida e interiorizada por todos os católicos (e, também, por todos os cristãos). Refere-se ao texto bíblico Mc 9,38-43.45.47-48
Foi publicada no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).

Não deixe de ler.
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IHU - Notícias
Sexta, 25 de setembro de 2015

São amigos, não adversários.

A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus segundo Marcos 9,38-43.45.47-48 que corresponde ao 26° Domingo do Tempo Comum, ciclo B do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto.

Eis o texto

Apesar dos esforços de Jesus para lhes ensinar a viver como Ele, ao serviço do reino de Deus, fazendo a vida das pessoas mais humana, mais digna e ditosa, os discípulos não conseguem entender o Espírito que o animava, o Seu grande amor aos mais necessitados e a orientação profunda da Sua vida.

O relato de Marcos é muito esclarecedor. Os discípulos informam Jesus de um fato que os incomodou muito. Viram um desconhecido «expulsando demônios». Está atuando «em nome de Jesus» e na Sua linha: dedica-se a libertar as pessoas do mal que lhes impede de viver de forma humana e em paz. No entanto, aos discípulos não lhes agrada o seu trabalho libertador. Não pensam na alegria dos que são curados por aquele homem. A sua intervenção parece-lhe uma intrusão que é necessária cortar.

Expõem a Jesus as suas reações: «Quisemos impedi-lo porque não é dos nossos». Aquele estranho não deve continuar a curar porque não é membro do grupo. Não lhes preocupa a saúde das pessoas, mas o seu prestígio de grupo. Pretendem monopolizar a ação salvadora de Jesus: ninguém deve curar em Seu nome se não adere ao grupo.

Jesus reprova a atitude dos Seus discípulos e coloca-se numa lógica radicalmente diferente. Ele vê as coisas de outra forma. O primeiro e mais importante não é o crescimento daquele pequeno grupo, mas que a salvação de Deus chegue a todo o ser humano, inclusive por meio de pessoas que não pertencem ao grupo: «o que não está contra nós, está a favor de nós». Quem faça presente no mundo a força curadora e libertadora de Jesus, está a favor do Seu grupo.

Jesus rejeita a postura sectária e de exclusão dos Seus discípulos que só pensam no seu prestígio e crescimento, e adota uma atitude aberta e inclusiva onde o principal é libertar o ser humano daquilo que o destrói e o faz infeliz. Este é o Espírito que deve animar sempre os Seus verdadeiros seguidores.

Fora da Igreja católica, há no mundo um número incontável de homens e mulheres que fazem o bem e vivem trabalhando por uma humanidade mais digna, mais justa e mais liberta. Neles está vivo o Espírito de Jesus. Temos de senti-los como amigos e aliados, nunca como adversários. Não estão contra nós, pois estão a favor do ser humano, como estava Jesus.




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