”Em verdade vos digo: quem
não receber o Reino de Deus como uma criança, não entrará nele'. (Mc
10,15)
Hoje trago para o blog Indagações-Zapytania mais uma excelente reflexão, que tem como pano de fundo o texto
bíblico Mc 10,2-16 (Jesus e as
crianças). É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola.
O texto foi publicado na no site
do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).
Muito atual. Vale a pena ler e
refletir!
WCejnog
IHU – Notícias
Sexta, 02 de outubro de
2015
Acolher os pequenos
A leitura que a Igreja
propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus segundo Marcos 10,2-16 que
corresponde ao 27° Domingo do Tempo Comum, ciclo B do Ano Litúrgico. O teólogo
espanhol José Antonio Pagola comenta
o texto.
Eis o texto
O episódio parece insignificante.
No entanto, contém um fundo de grande importância para os seguidores de Jesus.
Segundo o relato de Marcos, alguns procuram aproximar de Jesus umas
crianças que estão por perto. Tudo que pretendem é que aquele homem de Deus
lhes possa tocar para comunicar-lhes algo da Sua força e da Sua vida. Ao que
parece, era uma crença popular.
Os discípulos
aborrecem-se e procuram impedir. Pretendem levantar um muro em torno de Jesus.
Eles se atribuem o poder de decidir quem pode chegar até Jesus e quem não pode. Interpõem-se
entre Ele e os mais pequenos, frágeis e necessitados daquela sociedade. Em
vez de facilitar o seu acesso a Jesus, obstaculizam-no.
Esqueceram-se já do
gesto de Jesus que, uns dias antes, colocou no centro do grupo uma criança para
que aprendam bem que são os pequenos os que hão de ser o centro de atenção e
cuidado dos Seus discípulos. Esqueceram-se de como a abraçou diante de
todos, convidando-os a acolher em Seu nome e com o Seu mesmo carinho.
Jesus indigna-se. Aquele
comportamento dos Seus discípulos é intolerável. Aborrecido, dá-lhes duas
ordens: “Deixem as crianças vir a mim. Não lhes proíbam”. Quem os
ensinou a atuar de uma forma tão contrária ao Seu Espírito? São, precisamente,
os pequenos, débeis e indefesos, os primeiros que hão de ter aberto o acesso a
Jesus.
A razão é muito
profunda, pois obedece aos desígnios do Pai: “Dos que são como eles é o reino
de Deus”. No reino de Deus e no grupo de Jesus, os que incomodam não são os
pequenos, mas os grandes e poderosos, os que querem dominar e ser os primeiros.
O centro da Sua
comunidade não deve estar ocupado por pessoas fortes e
O reino de Deus não se
difunde com a imposição dos grandes, mas desde o acolher e defender os
pequenos. Onde estes se convertem no centro da atenção e cuidado, aí está
chegando o reino de Deus, a sociedade humana que quer o Pai.
Fonte:
IHU – Notícias
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