Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sábado, 3 de outubro de 2015

Acolher os pequenos. – Reflexão de José Antonio Pagola. Bem atual!




Em verdade vos digo: quem não receber o Reino de Deus como uma criança, não entrará nele'. (Mc 10,15)

Hoje trago para o blog Indagações-Zapytania mais uma excelente reflexão, que tem como pano de fundo o texto bíblico Mc 10,2-16 (Jesus e as crianças). É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola.
O texto foi publicado na no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).
Muito atual. Vale a pena ler e refletir!
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IHU – Notícias
Sexta, 02 de outubro de 2015

Acolher os pequenos



A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus segundo Marcos 10,2-16 que corresponde ao 27° Domingo do Tempo Comum, ciclo B do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto.

Eis o texto

O episódio parece insignificante. No entanto, contém um fundo de grande importância para os seguidores de Jesus. Segundo o relato de Marcos, alguns procuram aproximar de Jesus umas crianças que estão por perto. Tudo que pretendem é que aquele homem de Deus lhes possa tocar para comunicar-lhes algo da Sua força e da Sua vida. Ao que parece, era uma crença popular.

Os discípulos aborrecem-se e procuram impedir. Pretendem levantar um muro em torno de Jesus. Eles se atribuem o poder de decidir quem pode chegar até Jesus e quem não pode. Interpõem-se entre Ele e os mais pequenos, frágeis e necessitados daquela sociedade. Em vez de facilitar o seu acesso a Jesus, obstaculizam-no.

Esqueceram-se já do gesto de Jesus que, uns dias antes, colocou no centro do grupo uma criança para que aprendam bem que são os pequenos os que hão de ser o centro de atenção e cuidado dos Seus discípulos. Esqueceram-se de como a abraçou diante de todos, convidando-os a acolher em Seu nome e com o Seu mesmo carinho.

Jesus indigna-se. Aquele comportamento dos Seus discípulos é intolerável. Aborrecido, dá-lhes duas ordens: “Deixem as crianças vir a mim. Não lhes proíbam”. Quem os ensinou a atuar de uma forma tão contrária ao Seu Espírito? São, precisamente, os pequenos, débeis e indefesos, os primeiros que hão de ter aberto o acesso a Jesus.

A razão é muito profunda, pois obedece aos desígnios do Pai: “Dos que são como eles é o reino de Deus”. No reino de Deus e no grupo de Jesus, os que incomodam não são os pequenos, mas os grandes e poderosos, os que querem dominar e ser os primeiros.

O centro da Sua comunidade não deve estar ocupado por pessoas fortes e
poderosas que se impõem aos outros desde cima. Na Sua comunidade necessitam-se homens e mulheres que procuram o último lugar para acolher, servir, abraçar e bendizer os mais débeis e necessitados.

O reino de Deus não se difunde com a imposição dos grandes, mas desde o acolher e defender os pequenos. Onde estes se convertem no centro da atenção e cuidado, aí está chegando o reino de Deus, a sociedade humana que quer o Pai.



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