Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sexta-feira, 23 de outubro de 2015

Curar-nos da cegueira. – Reflexão de José Antonio Pagola. Excelente!



«Jesus parou e disse: "Chamai-o" Chamaram o cego, dizendo-lhe: "Coragem! Levanta-te, ele te chama." Lançando fora a capa, o cego ergueu-se dum salto e foi ter com ele.
Jesus, tomando a palavra, perguntou-lhe: "Que queres que te faça?” “Rabôni”, respondeu-lhe o cego, “que eu veja!”.
Jesus disse-lhe: “Vai, a tua fé te salvou." No mesmo instante, ele recuperou a vista e foi seguindo Jesus pelo caminho.» (Mc 10, 49-52)

Abaixo, uma curta reflexão, muito concreta e atual, que tem como pano de fundo o texto bíblico Mc 10, 46-52  (Jesus cura o cego Bartimeu).
É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola.
O texto foi publicado na no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).
Não deixe de  ler!
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IHU – Notícias

Curar-nos da cegueira

 

A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus segundo Marcos 10,46-52 que corresponde ao 30° Domingo do Tempo Comum, ciclo B do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto.

Eis o texto

Que podemos fazer quando a fé se vai apagando dos nossos corações?  É possível reagir? Poderemos sair da indiferença? Marcos narra a cura do cego Bartimeu para animar os seus leitores a viver um processo que pode mudar suas vidas.

Não é difícil reconhecer-nos na figura de Bartimeu. Vivemos por vezes como «cegos», sem olhos para ver a vida como Jesus. «Sentados», instalados numa religião convencional, sem forças para seguir os seus passos. Desencaminhados, «à beira do caminho» que leva até Jesus, sem o ter como guia das nossas comunidades cristãs.

Que podemos fazer? Apesar da sua cegueira, Bartimeu «toma conhecimento» que, pela sua vida, ia passar Jesus. Não pode deixar escapar a oportunidade e começa a gritar uma e outra vez: «tem piedade de mim». Isto é sempre o início: abrir-se a qualquer chamada ou experiência que nos convida a curar nossa vida.

O cego não sabe recitar orações feitas por outros. Só sabe gritar e pedir compaixão porque se sente mal. Este grito humilde e sincero, repetido desde o fundo do coração, pode ser para nós o início de uma vida nova. Jesus não passará ao largo.

O cego continua no chão, longe de Jesus, mas escuta atentamente o que lhe dizem os Seus enviados: «Coragem, levante-se, porque Jesus está chamando você.» Primeiro, anima-se abrindo um pequeno resquício à esperança. Logo, escuta a chamada de levantar-se e reage. Por fim, já não se sente só: Jesus chama-o. Isto muda tudo.

Bartimeu dá três passos que vão mudar a sua vida. «Larga o manto» porque o estorva para se encontrar com Jesus. Logo, apesar de, todavia, se mover entre trevas, «dá um pulo» decidido. Desta forma «aproxima-se» de Jesus. É o que necessitamos muitos de nós: libertar-nos de correntes que afogam a nossa fé; tomar, por fim, uma decisão sem deixar para mais tarde; e colocar-nos diante Jesus com confiança simples e nova.

Quando Jesus lhe pergunta o que quer dele, o cego não tem dúvidas. Sabe muito bem o que necessita: «Mestre, que eu possa ver de novo». É o mais importante. Quando se começa a ver as coisas de uma nova forma, a sua vida transforma-se. Quando uma comunidade recebe a luz de Jesus, converte-se.



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