"Sabeis que os que são considerados chefes das nações dominam sobre elas e os seus intendentes exercem poder sobre elas. Entre vós, porém, não será assim: todo o que quiser tornar-se grande entre vós, seja o vosso servo; e todo o que entre vós quiser ser o primeiro, seja escravo de todos. Porque o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em redenção por muitos." (Mc 10, 42-45).
Abaixo, uma linda reflexão, muito
concreta e atual, que tem como pano de fundo o texto bíblico Mc 10, 35-45 (O
pedido dos filhos de Zebedeu).
É de autoria do padre e teólogo
espanhol José Antonio Pagola.
O texto foi publicado na no site
do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).
Vale a pena ler e refletir!
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IHU - Notícias
Sexta, 16 de outubro de 2015
Nada disso entre vós
A leitura
que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus segundo Marcos 10,35-45 que
corresponde ao 29° Domingo do Tempo Comum, ciclo B do Ano Litúrgico. O
teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto.
Eis
o texto
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Santiago
e João, os
filhos de Zebedeu, afastam-se do grupo e aproximam-se sozinhos
de Jesus. Não necessitam dos outros. Querem ficar com os lugares mais
privilegiados e serem os primeiros no projeto de Jesus, tal como eles o
imaginam. A sua petição não é uma súplica, mas uma ridícula ambição: “Queremos
que faças o que te vamos a pedir». Querem que Jesus os coloque acima dos
outros.
Jesus
parece surpreendido. «Não sabeis o que pedis». Não entenderam nada. Com grande
paciência convida-os para que se perguntem se são capazes de partilhar o seu
destino doloroso. Quando percebem o que se passa, os outros dez discípulos
enchem-se de indignação contra Santiago e João. Também eles têm as mesmas
aspirações. A
ambição divide-os e confrontam-se. A procura de honras e
protagonismos rompe sempre a comunhão da comunidade cristã. Também hoje. Que
pode ser mais contrário a Jesus e ao seu projeto de servir a libertação das
pessoas?
O fato é
tão grave que Jesus «reúne-os» para deixar claro qual é a atitude que
deve caracterizar sempre os Seus seguidores. Conhecem bem como atuam os
romanos, «chefes dos povos» e «grandes» da terra: tiranizam as pessoas,
submetem-nas e fazem sentir a todos o peso do seu poder. Pois bem, «vós não fareis nada disso».
Entre os
seus seguidores, tudo tem de ser diferente: «O que queira ser grande, seja
servidor; e o que queira ser o primeiro, seja escravo de todos».
A grandeza não se mede pelo poder de um cargo que se ocupa ou os títulos que se
ostentam. Quem ambiciona estas coisas, na Igreja de Jesus, não se faz maior
senão mais insignificante e ridículo. Na realidade, é um estorvo para quem quer
promover o estilo de vida pretendido pelo Crucificado. Falta-lhe um traço
básico para ser seguidor de Jesus.
Na Igreja
todos temos de ser servidores. Temos de nos colocar na comunidade cristã, não
desde cima, desde a superioridade, o poder ou o protagonismo interesseiro, mas
desde baixo, desde a disponibilidade, o serviço e a ajuda aos outros. O nosso
exemplo é Jesus. Não viveu nunca «para ser servido, mas para servir». Este é o melhor e mais admirável resumo do que Ele foi: servir a
todos.
Fonte: IHU - Notícias
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