Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Nada disso entre vós. - Reflexão de José Antonio Pagola. Muito boa!


"Sabeis que os que são considerados chefes das nações dominam sobre elas e os seus intendentes exercem poder sobre elas. Entre vós, porém, não será assim: todo o que quiser tornar-se grande entre vós, seja o vosso servo; e todo o que entre vós quiser ser o primeiro, seja escravo de todos. Porque o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em redenção por muitos."  (Mc 10, 42-45).

Abaixo, uma linda reflexão, muito concreta e atual, que tem como pano de fundo o texto bíblico Mc 10, 35-45 (O pedido dos filhos de Zebedeu).
É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola.
O texto foi publicado na no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).

Vale a pena ler e refletir!
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IHU - Notícias

Nada disso entre vós

 

A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus segundo Marcos 10,35-45 que corresponde ao 29° Domingo do Tempo Comum, ciclo B do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto.

Eis o texto




Santiago e João, os filhos de Zebedeu, afastam-se do grupo e aproximam-se sozinhos de Jesus. Não necessitam dos outros. Querem ficar com os lugares mais privilegiados e serem os primeiros no projeto de Jesus, tal como eles o imaginam. A sua petição não é uma súplica, mas uma ridícula ambição: “Queremos que faças o que te vamos a pedir». Querem que Jesus os coloque acima dos outros.

Jesus parece surpreendido. «Não sabeis o que pedis». Não entenderam nada. Com grande paciência convida-os para que se perguntem se são capazes de partilhar o seu destino doloroso. Quando percebem o que se passa, os outros dez discípulos enchem-se de indignação contra Santiago e João. Também eles têm as mesmas aspirações.  A ambição divide-os e confrontam-se. A procura de honras e protagonismos rompe sempre a comunhão da comunidade cristã. Também hoje. Que pode ser mais contrário a Jesus e ao seu projeto de servir a libertação das pessoas?

O fato é tão grave que Jesus  «reúne-os» para deixar claro qual é a atitude que deve caracterizar sempre os Seus seguidores. Conhecem bem como atuam os romanos, «chefes dos povos» e «grandes» da terra: tiranizam as pessoas, submetem-nas e fazem sentir a todos o peso do seu poder. Pois bem, «vós não fareis nada disso».

Entre os seus seguidores, tudo tem de ser diferente: «O que queira ser grande, seja servidor; e o que queira ser o primeiro, seja escravo de todos». A grandeza não se mede pelo poder de um cargo que se ocupa ou os títulos que se ostentam. Quem ambiciona estas coisas, na Igreja de Jesus, não se faz maior senão mais insignificante e ridículo. Na realidade, é um estorvo para quem quer promover o estilo de vida pretendido pelo Crucificado. Falta-lhe um traço básico para ser seguidor de Jesus.


Na Igreja todos temos de ser servidores. Temos de nos colocar na comunidade cristã, não desde cima, desde a superioridade, o poder ou o protagonismo interesseiro, mas desde baixo, desde a disponibilidade, o serviço e a ajuda aos outros. O nosso exemplo é Jesus. Não viveu nunca «para ser servido, mas para servir».  Este é o melhor e mais admirável resumo do que Ele foi: servir a todos.



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