Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Acreditar no céu. – Reflexão de José Antonio Pagola. Muito boa!


“Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados!". (Mt 5, 1-12)

Festa de Todos os Santos.

Hoje trago para o blo Indagações-Zapytania uma excelente reflexão, que tem como pano de fundo o texto bíblico Mt 5, 1-12  (As Bem-Aventuranças). É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola.
O texto foi publicado na no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).
Muito atual. Vale a pena ler e refletir!
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IHU - Notícias
Sexta, 30 de outubro de 2015

Acreditar no céu

A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus segundo Mateus 5, 1-12 que corresponde a Solenidade de Todos os Santos, ciclo B do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto.

Eis o texto

Nesta festa cristã de «Todos os Santos», quero dizer como entendo e trato de viver alguns aspectos da minha fé na vida eterna. Quem conhece e segue Jesus Cristo, entender-me-á.

Acreditar no céu é para mim resistir-me a aceitar que a vida de todos e de cada um de nós é apenas um pequeno parêntesis entre dois imensos vazios. Apoiando-me em Jesus, intuio, pressinto, desejo e creio que Deus está a conduzir para a sua verdadeira plenitude o desejo de vida, de justiça e de paz que se encerra na criação e no coração da humanidade.

Acreditar no céu é para mim rebelar-me com todas as minhas forças a que essa imensa maioria de homens, mulheres e crianças, que só conheceram nesta vida miséria, fome, humilhação e sofrimentos, fique enterrada para sempre no esquecimento. Confiando em Jesus, creio numa vida onde já não haverá pobreza nem dor, ninguém estará triste, ninguém terá que chorar. Por fim poderei ver os que vêm nas barcas chegarem à sua verdadeira pátria.

Acreditar no céu é para mim aproximar-me com esperança a tantas pessoas sem saúde, doentes crônicos, inválidos físicos e psíquicos, pessoas afundadas na depressão e na angústia, cansadas de viver e de lutar. Seguindo Jesus, creio que um dia conhecerão o que é viver com paz e saúde total. Escutarão as palavras do Pai: Entra para sempre no gozo do teu Senhor.

Não me resigno a que Deus seja para sempre um «Deus oculto», de quem não podemos conhecer jamais o Seu olhar, a Sua ternura e os Seus abraços. Não posso imaginar não me encontrar nunca com Jesus. Não me resigno a que tantos esforços por um mundo mais humano e ditoso se percam no vazio. Quero que um dia os últimos sejam os primeiros e que as prostitutas nos precedam. Quero conhecer aos verdadeiros santos de todas as religiões e de todos os ateísmos, os que viveram amando no anonimato e sem esperar nada.

Um dia poderemos escutar estas incríveis palavras que o Apocalipse coloca na boca de Deus: «Ao que tem sede, Eu lhe darei de beber gratuitamente da fonte da vida». Grátis! Sem o merecer. Assim saciará Deus a sede de vida que há em nós.




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