Terminando este bloco de reflexões sobre a pergunta “Quem realmente é Jesus Cristo?”, fico pensando como diversas e diferentes formas deve ter o encontro do ser humano com Deus. Esse encontro, imagino eu, é inevitável e acontece na vida de cada um.
Mesmo aquele que nega a existência de Deus, ou ignora até mesmo a própria possibilidade de um encontro com Ele, participa dessa dialética de relação Deus – homem, o Criador – criatura, o Infinito – finito, porque em momento algum, mesmo que deseje ou “decida” assim, não deixará de ser finito, criatura, homem. Como isso acontece? – Não precisamos saber a resposta. A resposta, certamente, faz parte do grande mistério de Deus, e será dada no momento certo da vida de cada um dos seres humanos. De uma coisa podemos ter a certeza: a misericórdia de Deus não conhece limites, porque Deus é AMOR.
Para nós, cristãos, é importante procurarmos constantemente verificar se a nossa fé em Jesus Cristo, realmente contempla Jesus Cristo verdadeiro: aquele que ressuscitou vencendo a morte e vivo sai ao encontro de cada um de nós; aquele que permanece em plena relação com Deus e com os homens, e que une em si o que é humano e sagrado; aquele que reina simultaneamente “no céu e na terra”, e desta maneira torna Deus acessível aos homens, e os homens abre para Deus.
As imagens deformadas, “adaptadas”, e até falsas de Cristo, que muitas vazes tentam invadir os nossos conceitos e a nossa fé, precisam ser identificadas, corrigidas ou deletadas, devolvendo o lugar ao Jesus verdadeiro, que é o Senhor. Por isso precisamos constantemente pedir a Deus o dom da fé, para que a nossa fé seja verdadeira.
Jesus de Nazaré , que é o Senhor, o próprio Deus, que mostra-se como Cristo, Messias, Salvador, sai ao encontro do ser humano e deixa-se encontrar para quem o procura. Ele é Deus na nossa existência humana, na nossa vida e, simultaneamente, continua Deus infinito, que é Mistério insondável.
O próximo tema de pequenas reflexões neste blog será sobre a Fé.
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O texto abaixo, de Ferdinand Krenzer, constitui o “fecho de ouro” para as reflexões que foram feitas até agora sobre Jesus Cristo. É lindo!
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A resposta decisiva
Perguntaram Jesus: “Quem és tu?”. Era importante saber quem realmente era Jesus. Porque se a fé não tem o ponto de apoio no próprio Jesus, ficará sem base, sem conteúdo e sem sentido.
Agora, todavia, cada um tem que examinar: Quem é Jesus para mim? Para que eu preciso d’Ele? O que Ele significa para mim? O que quer de mim?
Jesus quer se encontrar comigo, quer me chamar à conversão e à fé, quer me salvar e santificar. Ele quer ser a realização da minha existência, quer fazer de mim cristão. Ele também me coloca cara a cara com a pergunta: “E para você, quem Eu sou?”
Portanto, é muito importante que O vejamos corretamente.
Isso o que realmente é essencial e decisivo somente cada um de nós pode fazer pessoalmente.
Como cego pode fechar o caminho ao Jesus e gritar para Ele: “Senhor, faça que eu veja!”.
Como o surdo pode pedir: “Senhor, faça que eu ouça”.
Como manco: Senhor, faça para que eu ande”.
Como leproso: “Faça, que eu seja curado”.
Como morto: “Faça que eu reviva”.
Como não-crente: “Faça que eu creia, multiplique a minha fé”.
Ou então como curado, aquele que acredita - pode perguntar a Jesus: “O que queres, Senhor, que eu faça?”.
Num momento, entretanto, certamente Jesus aparecerá a quem procura e pede, e lhe dirá quem realmente Ele é e o que Ele quer do ser humano.
E cada um pode nele confiar.
(KRENZER, F. Taka jest nasza wiara, Paris, Éditions Du Dialogue, 1981, p. 78)*
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*Obs.:Para embasar as minhas pequenas reflexões (simples, diretas e questionadoras) acerca de perguntas que, suponho, perturbam a todos nós, sirvo-me do livro do Ferdinand Krenzer- “Morgen wird man wieder Glauben” e, usando aqui uma edição desse livro no idioma polonês (Taka jest nasza wiara), faço uma tradução livre (para o português) apontando alguns trechos, muito bem elaborados pelo autor. É um prazer seguir o seu pensamento.
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