Hoje é II Domingo de Quaresma. O Calendário Litúrgico nos propõe a leitura o texto do Evangelho segundo São Marcos que fala da Transfiguração de Jesus (Mc, 9, 2-10). Certamente é um texto muito conhecido e já ouvimos inúmeros comentários.
Mesmo assim, trago aqui mais uma reflexão sobre esse acontecimento da vida de Jesus e dos seus apóstolos, que sem dúvida impressiona e comove o leitor. Podemos encontrá-la em PPS, no site das Monjas Benedictinas de Monteserrat. O texto abaixo é de M. Asun Gutiérrez.
Mesmo assim, trago aqui mais uma reflexão sobre esse acontecimento da vida de Jesus e dos seus apóstolos, que sem dúvida impressiona e comove o leitor. Podemos encontrá-la em PPS, no site das Monjas Benedictinas de Monteserrat. O texto abaixo é de M. Asun Gutiérrez.
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Assim que começa o caminho da cruz, Jesus já nos propõe
o destino último deste caminho: a sua glória e a nossa.
Jesus convida-nos ao Tabor, a uma experiência gozosa de Deus, a subir com Ele à montanha,a contemplar a manifestação do Pai.
Subir à montanha, símbolo do imenso e majestoso, supõe elevação, retiro,anseio de limpeza e beleza, silêncio gratificante, oração, paz, esforço, tensão e superação na subida, luta contra o comodismo, olhar para cima... Sempre mais.
O Tabor é o ponto de partida, não um lugar para ficar. Há que descer à realidade. A subida, o encontro com Deus, ajuda-nos a eliminar temores, dá-os forças e ânimo para seguir adiante e ser coerentes e consequentes na vida com a nossa fé.
Jesus convida-nos a não nos instalarmos nas nossas tendas de falta de solidariedade, egoísmo, comodidade, rotina... Anima-nos a descer das nuvens e a nos implicarmos na realidade da vida quotidiana, a continuar a anunciar e viver a Boa Notícia com rosto alegre e “transfigurado”.
Há que continuar o caminho. Seguimos Jesus. Ele precede-nos e nos acompanha.
“Nuvem” para os povos do deserto significa sombra, chuva, vida, alegria, bênção... Está sempre relacionada com a proximidade de Deus, luminoso, envolvente, maternal.
Agora o Pai não fala só a Jesus: “Tu és meu Filho”. Dirige-Se a todos nós: “Este é meu Filho”.
Ele é a minha Palavra. O que diz e o que faz é minha Palavra. Vivei a Palavra de meu Filho e tornar-vos-eis filhos. Vivei-a, e vos tornareis palavra. Essa será a vossa transfiguração.
Sei escutar os outros?
Escuto Jesus em cada pessoa e nos acontecimentos de cada dia?
Sinto-me filho amado em todas as circunstâncias da minha vida?
A Lei – Moisés - e os Profetas – Elias - desapareceram. Só fica Jesus, a sua Voz, a sua Palavra, a sua Pessoa.
Nem sempre é fácil assumir e aceitar que “só Jesus basta”.
Pode resultar mais cômodo e mais fácil substituí-l’O por outras pessoas, pela lei,o templo, o culto, as imagens, os santos...
O fundamental é que seja Jesus, só Jesus, a luz e o motor da nossa vida.
Não ver nem ouvir mais que a Ele. Ele é o único a quem devemos seguir e escutar.
Jesus não quer que se divulgue o seu messianismo. O horizonte da glória pascal antecipada, só se poderá entender e anunciar à luz da Ressurreição.
O deserto da Quaresma, com o seu gozo e sofrimento, saúde e doença, amizade e solidão, êxitos e fracassos, luz e obscuridade... tem como meta a alegria da Páscoa.
Sabemos que o processo termina com a vitória e a gloria de Jesus e a nossa. Tudo conduz à Vida.
Com Jesus e por Jesus, a entrega e a morte têm sentido: conduzem à ressurreição, à vida plena. O Calvário não é o fim. A luz vence sempre as trevas.
A todos nos oferece, no nosso caminho, momentos de transfiguração. Momentos que nos ajudam a fortalecer a fé, a ativar a esperança, a reavivar o amor, a dissipar dúvidas, a não cair na rotina e o desânimo, a descobrir a solidariedade.
Momentos de plenitude que nos fazem saborear as primícias do Reino.
Sinto que caminho para a plena libertação?
Tabor de cada dia
Quando te esqueceste de ti mesmo,
quando te esgotaste no serviço aos últimos,
quando aceitaste o sofrimento como companheiro,
quando soubeste perder,
quando já não pretendes ganhar,
quando partilhaste o que tu necessitavas,
quando te arriscaste pelo pobre,
quando enxugaste as lágrimas do inocente,
quando resgataste alguém do seu inferno,
quando te introduziste no coração do mundo,
quando puseste a tua vontade nas mãos de Deus,
quando te purificaste do teu orgulho,
quando te esvaziaste de tantos tarecos supérfluos,
quando te sentes ferido...
brilha em ti, grátis, a luz de Deus,
sentes a sua presença irradiando frescura primaveril,
e o seu perfume te envolve e reanima.
Já não necessitas outros tesouros.
Deus te acompanha, te fala, te protege.
Te sentes mergulhado num mar de felicidade...
E não estás nas nuvens,
é um Tabor que se te oferece grátis,
para que desfrutes já o presente
e caminhes firme e sem temores.
Ulibarri Fl.
(fonte: http://www.benedictinescat.com/montserrat/indexceramport.html )
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