A fé em Jesus Cristo, quando é autêntica, leva o homem ao encontro com o próprio Deus. Deus, que é Pai, Amor, Mistério - encontra-se em Jesus. Aqui o ser humano encontra a realização da sua existência; aqui a sua vida adquire o verdadeiro sentido.
Essa fé, no entanto, não pode ficar estagnada, senão – corre risco de atrofiar e morrer.
Como isso acontece? O que precisamos fazer para manter sempre viva a chama da fé?
Essa fé, no entanto, não pode ficar estagnada, senão – corre risco de atrofiar e morrer.
Como isso acontece? O que precisamos fazer para manter sempre viva a chama da fé?
Sobre isso, de modo fácil e direto, fala o texto abaixo, de Ferdinand Krenzer:
WCejnog
(5)
O crescimento da fé
Num certo sentido, também o homem que já crê continua parecido com o homem ainda descrente: a sua fé vive, ou seja, ela está se desenvolvendo todo o tempo. O homem nunca resolverá definitivamente o problema da fé.
O homem recebe a fé no Batismo. Recebe-a de tal jeito que é obrigado tomar todos os cuidados para não perdê-la; recebe-a como uma aptidão, que deve ser desenvolvida. Como tudo o que vive, ela necessita de nutrientes para poder crescer, precisará também aguentar não poucas crises, para chegar à maturidade.
Na fé pode-se discernir os graus que correspondem às fases da vida humana. Diferente é a fé de criança, diferente – do jovem em amadurecimento, outra é do adulto, outra, ainda, do ancião. Por exemplo, a fé de uma pessoa que não é mais criança, facilmente pode se tornar uma fé “infantil”, se ela não se adequar à nova fase da vida. Não é de se estranhar que a fé nesta forma não terá o nível suficiente para poder fazer frente aos problemas da vida.
No “creio” – tem lugar para o “eu”; o eu deveria estar lá (K. Barth). Isso em que “se crê” não é exatamente o mesmo em que ”eu creio”. Também, quando alguém, no início, apenas participa da fé (no crer), depois vai ter que tentar “crer” sozinho, para que, quando vierem momentos de dúvida, apesar de tudo, poder crer. Assim, a fé torna-se na vida uma postura de fidelidade e não “entrega os pontos” diante dos problemas da fé que surgem atualmente.
As crises da fé são necessárias para a fé se tornar mais viva, capaz de se defender e passar a ser autossuficiente. Como as doenças que, frequentemente, contribuem para tornar o organismo mais resistente, do modo semelhante as crises de fé, pelas quais passamos e saímos vitoriosos – fortalecem a fé.
Nem toda a dificuldade na fé significa duvidar. Quem pergunta, não quer dizer que deixa de crer. Por outro lado, quem evita perguntas – esse é covarde. A pergunta sufocada vinga-se mais cedo ou mais tarde. Cada problema de fé deve ser trabalhado, vivenciado e “rezado”. “Creio, Senhor, mas aumentai a minha fé!” (Mc 9, 23). Aqui também tem lugar para uma conversa sincera sobre o tema da fé, onde um pode ajudar ao outro a se fortalecer na fé.
Se é permitido sugerir aqui alguma coisa a respeito da solução de problemas da fé, diria que “Cristo é a solução de todas as dificuldades” (Tertuliano).
(KRENZER, F. Taka jest nasza wiara, Paris, Éditions Du Dialogue, 1981, p. 89-90)*
________________________
* Obs.:Para embasar as minhas pequenas reflexões (simples, diretas e questionadoras) acerca de perguntas que, suponho, perturbam a todos nós, sirvo-me do livro do Ferdinand Krenzer- “Morgen wird man wieder Glauben” e, usando aqui uma edição desse livro no idioma polonês (Taka jest nasza wiara), faço uma tradução livre (para o português) apontando alguns trechos, muito bem elaborados pelo autor. É um prazer seguir o seu pensamento.
**************************
Nenhum comentário:
Postar um comentário