Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Encher de Boa Notícia a vida! O que devemos fazer?



Advento.  A figura de João Batista e a sua missão sempre deixam  uma profunda impressão  e um respeito inquestionável em nossos corações. Talvez, porque muitas vezes nós também, como aquele povo  que acorria para as  margens do rio Jordão onde João batizava, estamos confusos, perdidos nos caminhos do nosso mundo, errantes nas dificuldades da nossa vida. Gostaríamos de ouvir (ou novamente ouvir) a resposta para a pergunta que nos inquieta no nosso íntimo: “O que devemos fazer?”.

É um momento adequado para a reflexão.


O comentário de  Asun Gutiérrez Cabriada sobre o texto Lc 3, 10-18, que apresento agora no blog Indagações, é uma reflexão muito enriquecedora para todos nós. 

Não deixe de ler.
WCejnog 


[Os interessados pedem ler esse texto em apresentação de PPS, acessando o site das Monjas Beneditinas de Montesserrat:  http://www.benedictinescat.com/montserrat/imatges/Dom3advC12port.pps    Trabalho muito bonito!]


Alegra-te, grita de felicidade.
O teu Salvador está no meio de ti.
Alegrai-vos sempre no Senhor.
O Senhor está próximo. A sua paz guarda o teu coração.



Evangelho segundo Lucas (3, 10-18)

Naquele tempo, as multidões perguntavam a João Baptista:
«Que devemos fazer?».
Ele respondia-lhes: «Quem tiver duas túnicas reparta com quem não tem nenhuma; e quem tiver mantimentos faça o mesmo».
Vieram também alguns publicanos para serem batizados e disseram: «Mestre, que devemos fazer?».
João respondeu-lhes:
«Não exijais nada além do que vos foi prescrito».
Perguntavam-lhe também os soldados:
«E nós, que devemos fazer?».
Ele respondeu-lhes:
«Não pratiqueis violência com ninguém nem denuncieis injustamente; e contentai-vos com o vosso soldo».
Como o povo estava na expectativa e todos pensavam em seus corações se João não seria o Messias, ele tomou a palavra e disse a todos:
«Eu batizo-vos com água, mas está a chegar quem é mais forte do que eu, e eu não sou digno de desatar as correias das suas sandálias. Ele vos batizará com o Espírito Santo e com o fogo. Tem na mão a pá para limpar a sua eira e recolherá o trigo no seu celeiro; a palha, porém, vai ser queimada num fogo que não se apaga».
Assim, com estas e muitas outras exortações, João anunciava ao povo a Boa Nova».





Comentário





Naquele tempo, as multidões perguntavam a João Baptista:
«Que devemos fazer?».


A pregação de João inquieta os que o escutam e sentem necessidade de transformar as suas vidas. Não perguntam que há que pensar ou que há que crer, mas que há que fazer.

Que há que fazer para o encontro com Jesus que vem à nossa vida?

Como  pistas sabemos que o perdão gratifica mais que a vingança, o partilhar mais que o açambarcar; o ajudar os outros mais que aproveitar-se deles; o enxugar uma lágrima mais que provocá-la; o libertar e/ou ajudar alguém a ser livre, mais que escravizar.

A bênção, o elogio mais que a inveja; a solidariedade e a generosidade mais que o egoísmo... Dar vida, bondade, beleza, justiça, verdade....  é o que temos que fazer e o caminho mais seguro para a autêntica alegria de si mesmo e dos outros. 



Ele respondia-lhes: «Quem tiver duas túnicas reparta com quem não tem nenhuma; e quem tiver mantimentos faça o mesmo». 



A resposta é clara e precisa. Faz referência à forma de atuar com os outros. Perante essas palavras acabam a falsa “boa vontade” e os sentimentalismos religiosos.

O texto é atual; diz que o que há a fazer é repartir e partilhar o que é necessário e justo paratodos, ao que todos os seres humanos têm direito: o alimento e o vestir, a saúde, a educação, a habitação e o trabalho dignos.


A conversão não é só uma atitude interior, mas deve manifestar-se em gestos e sinais concretos de justiça, solidariedade e de denúncia de quem defrauda por cobiça, açambarca mais do que o necessário e enriquece injustamente  empobrecendo os outros. Segundo a Bíblia, a exigência básica da justiça é partilhar e denunciar as injustiças.




Vieram também alguns publicanos para serem batizados e disseram:
«Mestre, que devemos fazer?».
João respondeu-lhes: 
«Não exijais nada além do que vos foi prescrito».



O desejo de conversão não pode ficar-se po bonitas palavras. Tem que aterrar na vida cotidiana. A pergunta que também nós devemos nos colocar é muito concreta: que temos que fazer? Que tenho que fazer?

Se procuramos que no nosso ambiente haja um pouco mais de paz e de coerência,  de justiça  e de acolhimento, se por nossa atuação alguém é mais feliz  e melhora em algum sentido a sociedade, poder-se-á dizer que Deus está a vir e que se vai cumprindo já o programa do seu Reino.




Perguntavam-lhe também os soldados:
«E nós, que devemos fazer?».
Ele respondeu-lhes:
«Não pratiqueis violência com ninguém nem denuncieis injustamente;
  e contentai-vos com o vosso soldo».



A conversão concretiza-se na relação fraterna, na prática da justiça, na renúncia à violência e na ética profissional, atitudes que implicam todo o ser humano. O que significa que o caminho da salvação está aberto a todos, não exclui ninguém.




Como o povo estava na expectativa e todos pensavam em seus corações se João não seria o Messias, ele tomou a palavra e disse a todos: «Eu batizo-vos com água, mas está a chegar quem é mais forte do que eu, e eu não sou digno de desatar as correias das suas sandálias. Ele vos batizará com o Espírito Santo e com o fogo. Tem na mão a pá para limpar a sua eira e recolherá o trigo no seu celeiro; a palha, porém, vai ser queimada num fogo que não se apaga».



O presente, já passado, do batismo de João, dá lugar ao futuro, já presente, do batismo de Jesus. É hora já de «limpar a eira» (escolher), «recolher o trigo» (ir ao fundamental, não andar pela rama) e «queimar a palha» (eliminar o que não serve, o que imobiliza).


O meu juiz é Jesus, só Jesus, o que me conhece, me cuida, me ama mais que ninguém.
A vida e atuação de Jesus caracterizou-se pela prática libertadora da misericórdia. Exemplo e modelo para a nossa forma de viver e de atuar.




Assim, com estas e muitas outras exortações, João anunciava ao povo a Boa Nova».



Jesus é a Boa Notícia. A sua vida inteira é Boa Notícia;  demonstra-a curando, acolhendo, contagiando paz, amando com ternura, denunciando as injustiças, defendendo as pessoas injustamente empobrecidas, libertando-as de seus medos e devolvendo-lhes a sua dignidade, mostrando que Deus é amor incondicional.

N’Ele vemos como é Deus e como é o ser humano cheio do seu Espírito.

Anuncio a Boa Notícia?

Encho de Boa Notícia a minha vida e a vida dos outros?





Que alegria !

Que alegria saber que estás do meu lado, faça o que fizer!
Que alegria sentir que me aceitas como sou,
e que não necessitas que me justifique!
Que alegria comprovar a tua fidelidade inesgotável,
inamovível como a Rocha!
Que alegria poder dizer-Te “Amo-Te“!
Que alegria descobrir que outros te amam e que Tu os amas,
e saber que o seu amor, como o meu, te são imprescindíveis!
Que alegria poder dar-Te algo de tudo o que Tu me deste antes!
Que alegria ter tudo em Ti, não tendo eu nada!
Que alegria me dás Jesus, que me amas tanto!
Que alegria!

José M. Garbayo





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