Encontro de Maria e Isabel. Levar alegria, bênção, esperança, Boa Notícia!

Advento.  O encontro de Maria com a sua prima Isabel torna-se uma lição para todos os cristãos  que, baseando-se na fé,  buscam uma vida autêntica no seu dia-a-dia.

É um momento adequado para a reflexão.

O comentário de  M. Asun Gutiérrez Cabriada que apresento agora no blog Indagações, é uma reflexão muito bonita e  enriquecedora para todos nós. 

Não deixe de ler.

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[Os interessados pedem ler esse texto em apresentação de PPS, acessando o site das Monjas Beneditinas de Montesserrat:  http://www.benedictinescat.com/montserrat/imatges/Dom4advC12port.pps    Trabalho muito bonito!]

Não temas o risco de dilatar o teu coração
e encontrar respostas sempre novas
que te desconcertam ou te desinstalam,
porque se trata da presença do Amor.

Vive o momento presente enchendo-o
de amor como Maria.
Enche todos os momentos do sentido do essencial.
A vida é feita de muitos
e breves minutos de esperança e, nesse caminho,
os pequenos passos são tempo de Deus.
Ele pode fazer o que tu sonhas. 

José Alegre

Evangelho (Lc 1, 39-45)

Naqueles dias,  Maria pôs-se a caminho e dirigiu-se apressadamente para a montanha, em direção a uma cidade de Judá.

Entrou em casa de Zacarias e saudou Isabel.  Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, o menino exultou-lhe no seio.

Isabel ficou cheia do Espírito Santo e exclamou em alta voz:

«Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre.

Donde me é dado que venha ter comigo a Mãe do meu Senhor?

Na verdade, logo que chegou aos meus ouvidos a voz da tua saudação,

o menino exultou de alegria no meu seio.

Bem-aventurada aquela que acreditou no cumprimento de tudo quanto lhe foi dito da parte do Senhor».

 

Comentário

Encontro de Maria e Isabel.

Naqueles dias,  Maria pôs-se a caminho e dirigiu-se apressadamente para a montanha, em direção a uma cidade de Judá.

Jesus, o Caminho, todavia não pode caminhar só. Necessita ser levado pela sua jovem mãe, portadora de boas notícias, mensageira de alegria.  As circunstâncias e acontecimentos pessoais que está a viver não impedem Maria de continuar a sua vida cotidiana, pensar nos outros,  aproximar-se de quem necessita dela.  Caminha depressa. O impulso do Espírito não se compadece com lentidões.  Entrou em casa de Zacarias e saudou Isabel. Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, o menino exultou-lhe no seio.

Nós também vivemos a situação de Maria e Isabel. Pode ser que, como Isabel,  alguém nos visite, ponha em marcha a vida que cada um leva dentro e provoque em nós uma reação de imensa alegria.

Pode ser que, como Maria, alguma das nossas atitudes provoque alegria, esperança, ânsias de viver ... nos outros.

Isabel ficou cheia do Espírito Santo e exclamou em alta voz:

«Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre.

 

O encontro das duas mulheres está carregado de ternura e de movimento interior; provoca louvor e alegria.

Bendizer é falar bem, elogiar, louvar, glorificar.

Oxalá estejamos dispostos a bendizer com frequência, a dizer bem a Deus, às pessoas, a todas as criaturas. Se olharmos com os olhos de Jesus, veremos a bondade de todo o que recebemos e brotará em nós o desejo de louvar e de bendizer.

Poder-se-ia dizer de cada um de nós que onde estamos, onde formos, levamos alegria, bênção, esperança, Boa Notícia?

Donde me é dado que venha ter comigo a Mãe do meu Senhor?

Na verdade, logo que chegou aos meus ouvidos a voz da tua saudação,

o menino exultou de alegria no meu seio.

 

Todo o plano salvífico de Deus está nas mãos de duas simples mulheres. Maria quer estar junto de Isabel, quer abraçar, captar o brilho dos seus olhos, os batimentos do seu coração, escutar a sua voz, oferecer e aceitar ajuda, partilhar os detalhes simples e cotidianos: o olhar, a proximidade, o silêncio, a escuta, a palavra adequada, o ânimo...

O mesmo Espírito nos move hoje a fazer da nossa vida um encontro. Com quem?

Que tipo de encontros tenho com os outros? Superficiais? Interessantes?

Profundos e humanos a nível de amizade, de solidariedade, de fé?

Contagio alegria e esperança às pessoas com as quais me encontro?

Bem-aventurada aquela que acreditou no cumprimento de tudo 

quanto lhe foi dito da parte do Senhor».

 

A fé é sempre motivo de alegria. Um dos traços mais característicos dela é saber acudir aos que necessitam da nossa presença. Acompanhar a viver. É a linguagem que toda a gente entende: a fé traduzida em disponibilidade, acolhimento, proximidade, serviço e solidariedade. 

Deus cumpre sempre as suas promessas contando conosco.

Com a queda da folha comecei a comungar
com o filho que trazia dentro.
Todas as mães imaginam e fazem conjeturas sobre como será o seu filho.
Sonham acordadas e vão desenhando o seu possível perfil, os seus gostos, 

a sua maneira de andar. Falam na intimidade com ele.

Quando fechava os olhos e tentava escutar as sensações 

que me transmitia o filho que trazia nas minhas entranhas, 

só sentia uma paz sem nome e, isso sim, uma força interior que nascia
do débil, de algo tão frágil e pequeno como eu.

Pedro Miguel Lamet.

(As palavras não ditas. Diário de Maria de Nazaré).