Prossegue
a reflexão sobre o tema da morte e do destino final de cada ser humano. A
Bíblia em diversas passagens fala do julgamento, pelo qual deverá passar todo
homem, quando chegar ao fim da sua vida aqui, na terra. Como entender essa
verdade da doutrina cristã e o ensinamento da Igreja católica? Como interpretar
as expressões bíblicas, que nos falam do
juízo final? Qual é a mensagem principal?
O
texto abaixo, de autoria de Ferdinand Krenzer¹, fala do assunto de uma maneira
bem interessante.
Não
deixe de ler.
WCejnog
Para poder acompanhar
com facilidade a reflexão do autor e aproveitar ao máximo as explicações seria
bom ler desde o início todos os seus textos sobre este assunto (é uma série de
11 textos publicados aqui, no blog
Indagações, com o começo no dia 29 de janeiro de 2013 - http://indagacoes-walenty.blogspot.com.br/2013/01/sobre-morte-o-que-sabemos-no-que.html ).
(4)
O
homem será julgado
Como
será que imaginamos o julgamento que, segundo a doutrina cristã, espera todo
ser humano após a sua morte? Paulo, na 2ª Carta aos Corintios, escreve:
“Pois teremos todos de comparecer perante
o tribunal de Cristo. Aí cada um receberá segundo o que houver praticado pelo
corpo, bem ou mal” (1Cor 5, 10).
Muitos,
talvez, pensam em algum tribunal, diante do qual o morto será apresentado para
ser julgado por Deus. Outros ainda, talvez,
imaginam um livro aberto, no qual estão escritos todos os dados da nossa
vida. Todavia, tudo isso apenas nos conscientiza que o ser humano precisará prestar as contas da
sua vida. Ou seja, a última palavra não pertence
à arrogância e à injustiça. Existe uma instância que zela pela lei.
A
Bíblia diz, sobretudo, que Deus quer
realmente salvar o ser humano, e não está interessado em condená-lo.
Evangelista João escreve: “Deus amou tanto o mundo que entregou o Filho Unigênito
para que todo aquele que crer nele, não
pereça mas tenha a vida eterna. É que Deus enviou o Filho ao mundo, não para
julgar e sim para salvar o mundo. Quem
crê nele não é julgado, e quem não crê,
já está julgado, porque não creu no nome do Filho Unigênito de Deus.[...]” (Jo 3, 16 ss); no
Evangelho segundo Lucas lemos: ”Pois o Filho do homem veio procurar e salvar o que estava perdido” (Lc 19, 10), e São
Paulo escreve: “Ele deseja que todos os homens sejam salvos e
cheguem ao conhecimento da verdade. Porque um é Deus, um também o mediador
entre Deus e os homens, um homem: Cristo Jesus, que se entregou para redenção
de todos.” (1Tm
2,4-6).
Isto,
se o homem alcança ou não o objetivo da sua vida, depende dele mesmo. No
momento da morte ele chega a conhecer-se, a si próprio, plenamente, e esse
conhecimento é privado de qualquer fingimento. Fica claro cada detalhe, e também a totalidade
da vida, feita de todas as decisões pormenores. O homem, nesse olhar geral sobre a sua vida,
vê claramente o que fez certo, ou o que fez errado. Assim, para o ser humano o
julgamento é, em primeiro lugar, sobre si mesmo. Simultaneamente realiza-se
também o julgamento de Deus – na medida
que o homem claramente chega a conhecer a Deus e as suas exigências.
A
Bíblia também esclarece que o julgamento
do homem não tem lugar só depois da sua morte, mas já agora, em sua vida. No
Evangelho segundo Lucas lemos: ”Não julgueis e não sereis julgados; não condeneis e não sereis condenados; absolvei e sereis absolvidos.
Dai, e vos será dado: uma medida boa,
apertada, sacudida, transbordante vos será colocada no regaço. Pois a medida
com que medirdes, será usada para
medir-vos”
(Lc 6, 37-38), e no evangelho segundo Mateus está escrito: “E eu vos digo: de
toda palavra fútil que os homens
falarem, terão de dar contas no dia do juízo. É que serás justificado ou condenado por tuas palavras” (Mt 12, 36-37).
Portanto, praticamente será confirmado após a morte o julgamento, que o ser
humano realiza com a sua conduta diária.
O juízo de Deus é só uma assinatura debaixo das decisões da consciência do
homem.
(KRENZER, F. Taka jest nasza wiara, Paris, Éditions Du
Dialogue, 1981, p. 348-349)²
Continua...
(a próxima parte (5) - Existe o ppurgatório - foi postada no dia 03 de novembro de 2014).
(a próxima parte (5) - Existe o ppurgatório - foi postada no dia 03 de novembro de 2014).
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¹ Krenzer Ferdinand
(nascido em 22 de maio de 1921 em Dillenburg, Hesse, †
08 de maio de 2012 em Hofheim am Taunus)
foi um teólogo católico alemão,
sacerdote e escritor na aposentadoria.
[N. Do T.]
² Obs.: As reflexões
do Ferdinand Krenzer fascinam pelo seu jeito simples e direto, e agradam o
leitor, ajudando-o a entender melhor o caminho da fé cristã e compreender os
temas mais difíceis desta doutrina.
Os textos publicados
neste blog são tomados do livro Taka jest nasza wiara, desse autor; uma edição
no idioma polonês, do qual faço uma tradução livre (para o português), com uma
pequena atualização dos dados, quando necessário. O título original: “Morgen wird man wieder
Glauben”. [N. Do T.]
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