Transfiguração
de Jesus. O texto que narra esse
episódio é do Evangelho segundo Lucas, e
é muito conhecido. Mas é bom
refletirmos novamente sobre ele, pois a sua mensagem, quando interiorizada,
pode tornar-se transformadora também em relação a nossa vida cotidiana, tão cheia de
sombras, dúvidas, desânimos e lutas...
O
comentário abaixo, de autoria de M. Asun Gutiérrez Cabriada, é uma
reflexão maravilhosa sobre esse texto bíblico.
Não deixe de ler.
WCejnog
[Os
interessados pedem ler esse texto em apresentação de PPS, acessando o site das
Monjas Beneditinas de Montesserrat: http://www.benedictinescat.com/montserrat/imatges/Dom2qC13port.pps
Trabalho muito bonito!]
A oração é a manifestação
da relação com Deus:
é expressar de algum modo a Deus a admiração, a queixa, o agradecimento, a confiança e todos os sentimentos.
É estar atento à voz silenciosa de Deus.
É submergir-se na presença bendita e oculta de Deus.
É “estar” sem mais com Deus ou em Deus...
Jesus converteu toda a sua vida em oração.
A oração de Jesus consistia em viver “perante Deus e com Deus” todo o que vivia.
Nisso deveria consistir a nossa oração.
é expressar de algum modo a Deus a admiração, a queixa, o agradecimento, a confiança e todos os sentimentos.
É estar atento à voz silenciosa de Deus.
É submergir-se na presença bendita e oculta de Deus.
É “estar” sem mais com Deus ou em Deus...
Jesus converteu toda a sua vida em oração.
A oração de Jesus consistia em viver “perante Deus e com Deus” todo o que vivia.
Nisso deveria consistir a nossa oração.
José Arregi
Evangelho Lucas 9, 28b-36
Naquele tempo, Jesus tomou consigo Pedro, João e Tiago e subiu ao monte, para orar. Enquanto orava, alterou-se o
aspecto do seu rosto, e as suas vestes ficaram de uma brancura refulgente.
Dois homens falavam com Ele: eram Moisés e Elias, que, tendo aparecido em
glória, falavam da morte de Jesus, que ia consumar-se em Jerusalém.
Pedro e os companheiros estavam a cair de sono; mas, despertando, viram a
glória de Jesus e os dois homens que estavam com Ele.
Quando estes se iam afastando, Pedro disse a Jesus:
«Mestre, como é bom estarmos aqui! Façamos três tendas: uma para Ti, outra
para Moisés e outra para Elias». Não
sabia o que estava a dizer.
Enquanto assim falava, veio uma nuvem que os cobriu com a sua sombra; e
eles ficaram cheios de medo, ao entrarem na nuvem.
Da nuvem saiu uma voz, que dizia: «Este é o meu Filho, o meu Eleito:
escutai-O».
Quando a voz se fez ouvir, Jesus ficou sozinho. Os discípulos guardaram
silêncio e, naqueles dias, a ninguém contaram nada do que tinham visto.
Comentário
Naquele tempo, Jesus tomou consigo Pedro, João e Tiago
e subiu ao monte,
para orar.
Enquanto orava, alterou-se o aspecto do seu rosto,
e as suas vestes ficaram de uma brancura refulgente.
Lucas é o único evangelista que
assinala o detalhe de que Jesus subiu à montanha para orar; e que
“enquanto orava” transfigurou-se-lhe o rosto.
A oração sossegou o espírito de
Jesus, dissipou toda a sombra e encheu de luz o seu interior e o horizonte do
seu caminho.
A oração produz esses mesmos
efeitos em mim?
Jesus convida-nos ao Tabor, a uma
experiência gozosa de Deus.
Subir à montanha, símbolo do imenso e majestoso, supõe elevação, retiro, anseio de limpeza e beleza, silêncio gratificante, oração, paz, esforço, tensão e risco na escalada, luta contra a comodidade, superação... Sempre mais.
Subir à montanha, símbolo do imenso e majestoso, supõe elevação, retiro, anseio de limpeza e beleza, silêncio gratificante, oração, paz, esforço, tensão e risco na escalada, luta contra a comodidade, superação... Sempre mais.
Dois homens falavam com Ele: eram Moisés e Elias,
que, tendo aparecido em glória, falavam da morte de
Jesus,
que ia consumar-se em Jerusalém.
“Êxodo” é uma palavra carregada de
sentido: é a libertação de toda a escravidão, o início de uma saída e de um
caminho que conduz à Páscoa, um caminho para a liberdade, é alcançar a Terra
Prometida.
Para Jesus é a sua paixão, morte, ressurreição, a sua passagem definitiva para os braços do Pai.
Para Jesus é a sua paixão, morte, ressurreição, a sua passagem definitiva para os braços do Pai.
A morte aparece a Jesus, e a nós,
como um sinal transfigurado
e começa a ser vista por Ele como caminho e plenitude para a “glória”.
O final não é o Calvário, mas o Tabor.
e começa a ser vista por Ele como caminho e plenitude para a “glória”.
O final não é o Calvário, mas o Tabor.
Pedro e os companheiros estavam a cair de sono;
mas, despertando, viram a glória de Jesus
e os dois homens que estavam com Ele.
É necessário estar despertos para
escutar e ver Jesus.
Ao começar o caminho da cruz, Jesus mostra-nos o que nos espera:
a sua glória e a nossa. A cruz e a morte não têm a última palavra, mas a glorificação, a vida plena.
Ao começar o caminho da cruz, Jesus mostra-nos o que nos espera:
a sua glória e a nossa. A cruz e a morte não têm a última palavra, mas a glorificação, a vida plena.
A todos se nos oferecem momentos,
experiências luminosas e pessoas que são luz no nosso caminho.
Hoje temos a oportunidade de as
valorizar, de as reviver, de saborear a sua presença, de lhes agradecer...
Quando estes se iam afastando, Pedro disse a Jesus:
«Mestre, como é bom estarmos aqui!
Façamos três tendas: uma para Ti,
outra para Moisés e outra para Elias».
Não sabia o que estava a dizer.
A visão termina cedo e deixa os
discípulos frente à realidade quotidiana.
O encontro com Deus não só não impede, mas leva ao encontro
com os irmãos.
O encontro com Deus não só não impede, mas leva ao encontro
com os irmãos.
As experiências espirituais não
são para nos separar da realidade
mas para nos dar luz e força para enfrentar em toda a sua profundidade, a mensagem, o caminho e a causa de Jesus.
mas para nos dar luz e força para enfrentar em toda a sua profundidade, a mensagem, o caminho e a causa de Jesus.
Para isso teremos que superar a
tentação de nos conformarmos com o que fazemos, de nos instalarmos, como quis
Pedro, nas nossas pequenas tendas do egoísmo, da comodidade, da falta de
solidariedade...
Não é possível parar na caminhada
do seguimento de Jesus.
Enquanto assim falava, veio uma nuvem
que os cobriu com a sua sombra;
e eles ficaram cheios de medo, ao entrarem na nuvem.
Da nuvem saiu uma voz, que dizia:
Este é o meu Filho, o meu Eleito: escutai-O».
“Nuvem” para os povos do deserto
significa sombra, chuva, vida, alegria, bênção.
Está sempre relacionada com a proximidade de Deus luminoso, envolvente e
maternal.
A voz já não se dirige só a Jesus –”Tu és...”-,
mas a todos nós –”Este é...- É
nossa missão contemplar Jesus e escutá-l’O, aprender o seu estilo e o seu
Evangelho, vivê-lo e comunicá-lo.
Que faço para conhecer melhor e tornar vida a mensagem de Jesus?
Escuto a sua voz em cada pessoa e nos acontecimentos de cada dia?
Sinto-me filho amado em todas as circunstâncias da minha vida?
Que faço para conhecer melhor e tornar vida a mensagem de Jesus?
Escuto a sua voz em cada pessoa e nos acontecimentos de cada dia?
Sinto-me filho amado em todas as circunstâncias da minha vida?
Quando a voz se fez ouvir, Jesus ficou sozinho.
Os discípulos guardaram silêncio e, naqueles dias,
a ninguém contaram nada do que tinham visto.
A lei (Moisés) e os profetas
(Elias), representam toda a historia bíblica. No final do relato Lucas diz que
“Jesus ficou sozinho”.
Nem sempre é fácil assumir e
aceitar que “só Jesus basta”.
Há pessoas que dão mais
importância na sua vida à lei, ao templo, ao culto, às imagens, aos santos, aos
que consideram representações de Deus...
O determinante e
fundamental é que seja Jesus, só Jesus, a luz e o motor da nossa vida.
Resplandece
em mim
Senhor, ajuda-me a espalhar a tua fragrância aonde eu for.
Resplandece através de mim e sê em mim,
para que todas as almas que por mim passarem
sintam a tua presença na minha alma.
Resplandece através de mim e sê em mim,
para que todas as almas que por mim passarem
sintam a tua presença na minha alma.
Deixa que levantem o olhar
e já não me vejam a mim, mas a ti, Senhor.
Fica comigo e começarei a brilhar como Tu brilhas,
com um brilho que iluminará os outros.
E essa luz, Senhor, sairá de ti, não será minha:
serás Tu, iluminando os outros através de mim.
(...) Deixa que pregue sem pregar, não através da palavra,
mas do meu exemplo, de uma força arrebatadora,
a influência da compaixão no que faço,
a patente plenitude que o amor do meu coração Te professa.
e já não me vejam a mim, mas a ti, Senhor.
Fica comigo e começarei a brilhar como Tu brilhas,
com um brilho que iluminará os outros.
E essa luz, Senhor, sairá de ti, não será minha:
serás Tu, iluminando os outros através de mim.
(...) Deixa que pregue sem pregar, não através da palavra,
mas do meu exemplo, de uma força arrebatadora,
a influência da compaixão no que faço,
a patente plenitude que o amor do meu coração Te professa.
J.H.Newman
Nenhum comentário:
Postar um comentário