Começa o tempo litúrgico da Quaresma.
O trecho do Evangelho segundo Lucas fala das tentações que Jesus sofreu durante
os 40 dias, no deserto. O que isso tem a dizer para nós, cristãos de hoje?
Para quem estiver interessado em
fazer uma boa reflexão sobre esse texto e interiorizar a mensagem profunda que ele
contêm, trago para o blog Indagações o comentário de M. Asun Gutiérrez Cabriada.
Não
deixe de ler.
WCejnog
[Os interessados pedem
ler esse texto em apresentação de PPS, acessando o site das Monjas Beneditinas
de Montesserrat:
http://www.benedictinescat.com/montserrat/imatges/Dom1qC13port.pps Trabalho
muito bonito!]
Quaresma é o tempo que vem e vai,
Tempo para ser vivido em caminho,
sem se instalar, sem ser retido, sem lamento,
com a esperança sempre à flor da pele
e o olhar fixo em outro tempo,
a Páscoa, que é definitiva.
Tempo para ser vivido em caminho,
sem se instalar, sem ser retido, sem lamento,
com a esperança sempre à flor da pele
e o olhar fixo em outro tempo,
a Páscoa, que é definitiva.
Florentino Ulibarri
Evangelho
segundo Lucas (4, 1-13)
Naquele tempo, Jesus, cheio do
Espírito Santo, retirou-se das margens do Jordão. Durante quarenta dias, esteve
no deserto, conduzido pelo Espírito, e foi tentado pelo Diabo. Nesses dias não
comeu nada e, passado esse tempo, sentiu fome. O Diabo disse-lhe:
«Se és Filho de Deus, manda a esta
pedra que se transforme em pão».
Jesus respondeu-lhe:
«Está escrito: ‘Nem só de pão vive o
homem’».
O Diabo levou-O a um lugar alto e
mostrou-lhe num instante todos os reinos da terra e disse-lhe:
«Eu Te darei todo este poder e a
glória destes reinos, porque me foram confiados e os dou a quem eu quiser. Se
Te prostrares diante de mim, tudo será teu».
Jesus respondeu-lhe:
«Está escrito: ‘Ao Senhor teu Deus
adorarás, só a Ele prestarás culto’».
Então o Diabo levou-O a Jerusalém,
colocou-O sobre o pináculo do templo e disse-lhe:
«Se és Filho de Deus, atira-Te daqui
abaixo, porque está escrito: ‘Ele dará ordens aos seus Anjos a teu respeito,
para que Te guardem’; e ainda: ‘Na palma das mãos te levarão, para que não
tropeces em alguma pedra’».
Jesus respondeu-lhe: «Está mandado:
‘Não tentarás o Senhor teu Deus’».
Então o Diabo, tendo terminado toda
a espécie de tentação, retirou-se da presença de Jesus, até certo tempo.
Comentário
Naquele tempo, Jesus, cheio do Espírito Santo, retirou-se
das margens do Jordão. Durante quarenta dias,
esteve no deserto, conduzido pelo Espírito,
e foi tentado pelo Diabo. Nesses dias não comeu nada e,
passado esse
tempo, sentiu fome.
O Espírito é protagonista na vida
de Jesus. O Espírito é quem O leva ao
deserto. Não é uma cilada, mas algo que responde ao plano amoroso de Deus.
O deserto é lugar de busca, de discernimento, de austeridade, de silêncio, de escuta, de descanso, de oração. Lugar de misericórdia e de amor: “De ti recordo o teu carinho juvenil, o amor do teu noivado, aquele teu seguir-me pelo deserto” (Jr 2,2).
Podia ser uma alternativa neste tempo quaresmal procurarmos um pouco de
deserto? Desfrutar momentos, reflectindo em silêncio, buscando o encontro
connosco mesmos e com Deus?
A Jesus, o Espírito O faz sentir
fome de serviço, de humildade, de entrega, de compaixão, de justiça, de
confiança...Também a mim?
O Diabo disse-lhe:
Se és Filho de Deus,
manda a esta pedra que se transforme em pão».
Jesus respondeu-lhe:
«Está escrito: ‘Nem só de pão vive o homem’».
As tentações tentam oferecer a
Jesus um caminho triunfalista. Utilizar o milagre fácil em proveito próprio. O
objectivo é que Jesus actue à margem do plano de Deus. Jesus ensina-nos que as tentações não se
evitam: atravessam-se e superam-se. Demonstra-nos que não são a sedução do mal,
mas a prova, a comprovação da fidelidade. É a ocasião de amadurecer, de ser
pessoas mais realistas, mais fortes, mais compassivas, mais compreensivas.
É a oportunidade de voltar ao Evangelho,
de sentir de novo o fascínio dos gestos e das palavras de Jesus.
De que vivo? Qual é o meu alimento
para amadurecer e para crescer?
O Diabo levou-O a um lugar alto e mostrou-lhe
num instante todos os reinos da terra e disse-lhe:
«Eu Te darei todo este poder e a glória destes reinos,
porque me foram confiados
e os dou a quem eu quiser.
num instante todos os reinos da terra e disse-lhe:
«Eu Te darei todo este poder e a glória destes reinos,
porque me foram confiados
e os dou a quem eu quiser.
Se Te prostrares diante de mim, tudo será teu».
Jesus respondeu-lhe:
«Está escrito: ‘Ao Senhor teu Deus
adorarás, só a Ele prestarás culto’».
«Está escrito: ‘Ao Senhor teu Deus
adorarás, só a Ele prestarás culto’».
É a tentação do desejo de domínio,
da sede de poder, o desejo de submeter os outros, de exigir obediência.
A alternativa que Jesus propõe a
esta tão frequente tentação é o
serviço:”estou entre vós como aquele que serve”.
No lava-pés deixa-nos em
testamento a forma de exercer o poder.
Adorar só a Deus torna-nos pessoas
livres, fraternas e felizes.
Então o Diabo levou-O a Jerusalém, colocou-O sobre
o pináculo do
templo e disse-lhe: «Se és Filho de Deus,
atira-Te daqui abaixo, porque está escrito:
‘Ele dará ordens aos seus Anjos a teu respeito,
para que Te guardem’; e ainda:
‘Na palma das mãos te levarão, para que não
tropeces em alguma
pedra’».
Jesus respondeu-lhe: «Está mandado:
‘Não tentarás o
Senhor teu Deus’».
Continua a ser atual a tentação de
tentar utilizar Deus, de querer ser como Deus, tratar de fazer um Deus à nossa
medida.
A tentação da arrogância, dos privilégios,
do poder, da prepotência, do prestígio... pode apresentar-se até baseando-se na
Escritura.
Jesus não nasceu para que os anjos
O levem em bolandas, mas para
abraçar, tocar leprosos, curar feridas,
libertar, aligeirar jugos, denunciar escravidões e mostrar a compaixão do Pai
para com todas as suas criaturas.
Então o Diabo, tendo terminado
toda a espécie de tentação, retirou-se da presença de Jesus, até certo tempo.
Com a sua vitória Jesus mostra-nos
que todas as dificuldades, que sem dúvida teremos, podem ser superadas.
Como Ele, contamos com a força do Espírito e a luz da Palavra.
Jesus foi tentado no deserto, nos caminhos e nas cidades.
Foi tentado pelos familiares e pelos discípulos, pelo povo e pelas autoridades civis e religiosas.
Como Ele, contamos com a força do Espírito e a luz da Palavra.
Jesus foi tentado no deserto, nos caminhos e nas cidades.
Foi tentado pelos familiares e pelos discípulos, pelo povo e pelas autoridades civis e religiosas.
Jesus foi tentado, viveu e
experimentou todas as situações e circunstâncias que nos cabe viver.
“Jesus
tolera ser tentado para que n’Ele aprendamos todos a triunfar” (San
Ambrosio).
TEMPO PROPÍCIO
Bendito sejas, Pai, por este tempo tão oportuno,
para a conversão e o encontro, que Tu concedes grátis
a todos os teus filhos e filhas que andamos desorientados
para a conversão e o encontro, que Tu concedes grátis
a todos os teus filhos e filhas que andamos desorientados
pelos caminhos da vida.
Bendito sejas, Pai, porque chamas a cada homem e mulher,
seja qual for a sua história ou a sua vida, a empreender cada dia, de maneira mais pessoal e consciente, o seu compromisso de seguir Jesus, teu Filho e nosso Irmão.
Bendito sejas, Pai, por nos despertares dos nossos doces sonhos, tão vaporosos e infecundos, por nos interpelares no radical da vida, por nos libertares das nossas falsas seguranças, por pores a descoberto os nossos ídolos secretos que tanto defendemos e tentamos justificar.
Bendito sejas, Pai, porque nos dás o teu Espírito,
o único que nos pode converter,
o único que nos pode dar um coração de filhos,
o único que pode atravessar os nossos pensamentos,
o único que nos pode guiar pela senda do Evangelho,
o único que torna possível o nosso regresso ao teu seio.
Bendito sejas, Pai, por este tempo tão propício!
o único que pode atravessar os nossos pensamentos,
o único que nos pode guiar pela senda do Evangelho,
o único que torna possível o nosso regresso ao teu seio.
Bendito sejas, Pai, por este tempo tão propício!
Ulibarri Fl.
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