É
inegável que o Meio Ambiente sofre muito com o descarte inadequado de resíduos
sólidos. O plástico, então, virou o grande vilão dessa desgraça. Hoje, esse
problema existe no mundo inteiro e
muitos países procuram enfrentá-lo.
Aqui,
no Brasil, a discussão se alastra e até as medidas isoladas estão sendo tomadas
em algumas cidades brasileiras para tentar inibir a produção e o uso de sacolas
plásticas, visando a mudança de hábitos de consumidores e, com isso, a defesa
do Meio Ambiente.
O
próprio Ministério do Meio Ambiente lançou a campanha Saco É Um Saco, para
conscientizar a sociedade sobre a necessidade de promover mudaças nesse campo. Para
quem quiser conhecer mais detalhadamente
esse texto, trago-o hoje para o blog
Indagações-Zapytania, e pode ser lido logo abaixo. Mas, será que realmente culpadas
de tudo isso são as sacolas plásticas?
O
meu foco é diferente. Concordo que toda
essa discussão e campanhas contra o uso de sacolas plásticas são úteis para
diminuir os danos ao Meio Ambiente. Porém, considero tudo isso ‘remar contra a
maré”... – não vai resolver o problema. O plástico não se limita só às sacolas,
e isso todos sabem muito bem. Aliás, as embalagens de plástico trouxeram também
muitas vantagens para a vida diária das
pessoas e certamente constituem uma das marcas mais potentes da atual civilização. Mesmo
quem condena, não pode negar esse fato.
Agora,
eu acho que o foco deve ser ‘LIXO ZERO’! Na verdade, NADA deveria ser
descartado diretamente ao Meio Ambiente! NADA deveria ser jogado nos oceanos, nos rios, nos canais de esgoto, nas ruas etc. Quem faz isso é igorante ou mal-intencionado. E aqui penso tanto nos indivíduos (pessoas concretas), como também nas empresas e grupos organizados, que praticam isso. A sociedade deve achar um jeito para parar com essa "mentalidade suicida e agressiva" em relação ao Meio Ambiente, mostrando que isso é errado e deve ser punido!
Quanto ao lixo, TUDO deveria ir para seleção adequada
e rigorosa. Cada cidade (ou bairro) e até vilarejos deveriam ter essas ‘usinas
de lixo’. Aqui é que seria lugar de trabalho para todos os catadores de papel, de latinhas de aluminio e para muitas outras pessoas, com o emprego digno e garantido, com todos os direitos
trabalhistas, contando com a infraestrutura e meios de higiene e segurança de
trabalho. Todo o lixo das cidades deveria
‘VOLTAR’ para essa usina para se tornar, em 90 % , a matéria prima para a indústria, agricultura, construção
civil, etc. Os 10% do volume (inaproveitável)
poderia ser, então, incinerado e/ou enterrado em aterros adequados.
Para
mim é muito claro que assim seriam recolhidas todas as sacolas plásticas e outros ítens, e voltariam a ser matéria prima! Jogar essa
responsabilidade na cara dos cidadãos e consumidores é uma ignorância! Só serve para ‘não resolver o problema’! É o
poder público que deve ser responsável por isso, criando as leis claras e
necessárias, que permitiriam e obrigariam a nossa sociedade, na larga
escala, através dos órgãos públicos, a
construir projetos, programas e obras. E as Universidades – poderiam e
deveriam dar a sua grande contribuição
para essa finalidade, através das pesquisas, para as quais, essas sim, seria
justificado investir um bom volume do dinheiro público.
É
uma utopia? – Pode ser, mas, para mim, é mais clara que a luz do sol. E acho
que o caminho para a concretizar ‘LIXO ZERO’ passa principalmente pela EDUCAÇÃO
ambiental da sociedade. Criar essa consciência, mobilizar a sociedade para
esses objetivos que garantirão o futuro para as gerações vindouras, isso sim, é
ver muito além da questão concreta
de sacolas de plástico, dos animais vitimados ou da poluição do ar. Na verdade,
precisamos de uma solução definitiva!
Finalizando,
por isso digo: eu não sou contra as sacolas de plástico. Alias, gosto delas por
serem muito úteis!
WCejnóg
Saco é um saco.
Matéria publicada por Ministério do Meio
Ambiente
Durante muito tempo, utilizar sacos e sacolas plásticas era algo normal e
aparentemente inofensivo. Apenas recentemente o cidadão comum e mesmo os
ambientalistas descobriram o real impacto causado pelos sacos plásticos na
natureza.
Chamar a atenção sobre o enorme impacto ambiental dos sacos plásticos e
sugerir outros caminhos para um consumo consciente é o objetivo maior desta
campanha lançada pelo Ministério do Meio Ambiente, e que tem um nome super
sugestivo: Saco É Um Saco.
E se você pensar, realmente, saco
plástico é um saco pra cidade, pro planeta, pro futuro e pra você!
Os sacos e sacolas plásticas são produzidos a partir do
petróleo ou gás natural, dois tipos de recursos naturais não-renováveis.
O impacto das sacolinhas começa aí: como consumimos sacolas
plásticas aos bilhões em todo o mundo, e sendo elas descartáveis, a pressão por
esses recursos naturais só aumenta.
Depois de extraído, o petróleo passa pelo refino, que
consome água e energia e ainda emite gases de efeito estufa e efluentes.
O plástico é um material altamente
resistente, e por isso as sacolas plásticas podem durar até 400 anos na
natureza!
Enquanto isso, elas ajudam a deixar
mais sujas as cidades, florestas e oceanos, sendo depósito para água das chuvas
e berçário para mosquitos, entupindo bueiros e causando a morte de animais.
A sacola plástica não é a vilã do meio ambiente, mas seu
consumo excessivo é um grande problema ambiental.
Os problemas ambientais das sacolinhas
plásticas são muitos, por que elas são muitas - são bilhões todos os anos! - e
está em nossas mãos diminuir esse impacto. A saída mais saudável é você, aliás,
somos todos nós mudarmos hábitos que nos acompanham há muitos anos. Pode não
parecer lá muito fácil... mas é!
Você está em um supermercado e na hora
que o rapaz for ensacar as suas compras, diga apenas: "Não,
obrigado!". Leve suas compras em sacolas retornáveis ou caixas de papelão
que muitas lojas já oferecem aos seus clientes. É desta forma que, pouco a
pouco, as coisas vão se transformando. O que você fez se chama consumo
consciente.
Portanto, participe! Descubra neste
site outras dicas de como você pode reduzir seu consumo de sacolas plásticas e
que, muitas vezes, você pode apenas dizer "não, obrigado!".
Recusar ou diminuir o consumo de sacos e sacolas plásticas,
adotar uma sacola retornável ou outra alternativa são ações típicas do
consumidor consciente. Reduzir o consumo de sacolas plásticas é só o começo de
uma sociedade mais sustentável.
Saco é um saco. Pra cidade, pro planeta, pro futuro e pra
você.
Entre 500 bilhões e 1 trilhão de sacolas plásticas são consumidas em
todo o mundo anualmente. No Brasil, cerca de 1,5 milhão de sacolinhas são
distribuídas por hora! Achou muito? A natureza também.
Sacolas plásticas não são o maior vilão do meio ambiente, mas o seu
consumo excessivo é. As sacolinhas, tão práticas e gratuitas, têm um alto custo
ambiental: para sua produção são consumidos petróleo ou gás natural (ambos
recursos naturais não-renováveis), água e energia, e liberados efluentes
(rejeitos líquidos) e emissões de gases tóxicos e do efeito estufa. Depois de
usadas, muitas são descartadas de maneira incorreta, aumentando a poluição e
ajudando a entupir bueiros que escoam as águas das chuvas ou indo parar nas
matas e oceanos, sendo ingeridas por animais que morrem sufocados ou presos
nelas. Pouquíssimas chegam a ser recicladas.
Consumir sacolas plásticas de maneira consciente significa refletir
antes de aceitar uma sacolinha. A compra é pequena? Será que não cabe na sua
bolsa ou bolso? Você já tem uma sacola retornável? Que tal adquirir uma e
economizar 6 sacolinhas plásticas? Está certo que reutilizamos as sacolinhas
plásticas como sacos de lixo, mas pense bem: você não pega muito mais
sacolinhas do que realmente precisa?
Desenvolver este olhar sobre as sacolas plásticas é o primeiro passo
para transformar os nossos hábitos de consumo. O consumo consciente leva em
consideração o impacto individual de um produto – quanto consumiu de
matéria-prima e insumos, quanto provocou de poluição em sua produção, se pode
ser reciclado, etc. – e também o impacto coletivo do consumo somado de todos os
cidadãos. A atitude responsável de cada um faz enorme diferença para a
qualidade de vida de todos.
Recusar, reduzir, reutilizar
Quanto se trata de sacolas plásticas, a primeira atitude é RECUSAR
sempre que possível. Novos hábitos vão ajudá-lo nesta tarefa e logo será
estranho aceitar uma sacola plástica no comércio. Dizer simplesmente "Não,
obrigado" é o primeiro passo.
Caso não seja possível recusar a sacola plástica, porque você esqueceu a
sacola retornável, porque o produto é molhado ou por outro motivo, entra em
ação a segunda atitude: REDUZIR o consumo. Aproveite toda a capacidade da
sacolinha, distribua bem as compras entre as sacolas e utilize apenas a
quantidade necessária.
Mesmo assim você ainda tem várias sacolinhas plásticas em casa? Então
REUTILIZE-as. Usar sacolas plásticas como saco de lixo é um hábito antigo do
brasileiro e não está errado: o saco plástico ainda é a melhor forma de
acondicionar o lixo. No entanto, há alguns tipos de lixo que não precisam ser
"ensacados", como é o caso dos materiais recicláveis (o lixo seco).
Estes podem ser separados em caixas e depositados diretamente em coletores para
recicláveis ou encaminhados a catadores e cooperativas.
O último R dos famosos 3R´s, RECICLAR, é uma opção válida também para
sacolas plásticas. O problema é que, no Brasil, a reciclagem de plástico-filme
– o tipo de plástico de que é feita a sacola plástica – é muito pequena.
Portanto, enquanto isso, o melhor mesmo é reduzir nosso consumo.
Sacolas plásticas nos depósitos de lixo
Não são só as sacolinhas descartadas incorretamente que causam impactos
ambientais. Mesmo aquelas que seguem corretamente para depósitos de lixo
(lixões ou aterros), causam problemas.
O plástico tem a característica de impermeabilidade, ou seja, retém a
água, causando a impermeabilização do solo e dos depósitos de lixo,
dificultando a biodegradação de resíduos orgânicos. Resíduos orgânicos em
decomposição emitem gás metano (CH4, vinte e uma vezes mais perigoso que o gás
carbônico, o CO2). A compactação do lixo auxiliada pelas inúmeras camadas de
plástico impermeável aumenta a incidência de bolsões de gás que, quando
revolvidos, liberam o metano para a atmosfera – isso também acontece dentro das
próprias sacolinhas, quando contêm lixo orgânico doméstico que, restrito ao
invólucro plástico, apodrece em lugar de se biodegradar.
Experiências Internacionais
As sacolas plásticas são motivo de enorme debate internacional. Seu
consumo exagerado tem causado situações assustadoras. Na África do Sul, por
exemplo, há tantas espalhadas pelas cidades, matas e rodovias que passaram a
ser chamadas de "flor nacional", tamanha a quantidade vista em
gramados, jardins e florestas. Na Índia, centenas de vacas morrem todos os anos
ao ingerirem sacos plásticos. Milhares de tartarugas confundem as sacolas
plásticas que chegam aos oceanos com águas-vivas, sua fonte básica de alimento,
e morrem sufocadas. Já os norte-americanos jogam fora pelo menos 100 bilhões de
sacolas plásticas por ano, o que significa o desperdício de 12 milhões de
galões de petróleo.
Porém, bastam algumas idéias postas em prática para a situação se
reverter.
Na Irlanda foi instituída a cobrança pelas sacolas plásticas, em 2002.
Desde então, o consumo de sacolas plásticas caiu em 97%. Na China, a
distribuição gratuita de sacolas plásticas foi proibida a partir de 2008: eram
3 bilhões de sacolas consumidas por dia! Na Austrália, os varejistas assinaram
o programa do governo para banir as sacolas plásticas e já houve queda de 90%
no consumo. Em 2007, os comerciantes de São Francisco, na Califórnia, foram
obrigados por lei a banir as sacolas plásticas comuns. Agora a coleta do lixo é
feita em coletores seletivos especiais, que não aceitam o depósito de sacolas
plásticas: os resíduos orgânicos devem ser embalados em papel, jornal ou sacos
de bioplástico certificado pelo Biodegradable Products Institute (BPI), que
garante que o produto é feito de matéria-prima orgânica renovável.
Outros materiais são a solução?
Por que então não voltamos a usar sacos de papel, como antigamente?
Sacos de papel são uma alternativa aparentemente mais amiga do meio ambiente,
mas na verdade não é.
O nível de consumo de sacolas plásticas hoje nos dá uma noção de que o
consumo de sacos de papel em supermercados seria muito maior do que era há 30
anos atrás quando foram substituídos. Isso significa uma demanda por celulose –
matéria-prima do papel – enorme. Celulose é retirada basicamente de árvores: se
a demanda por celulose cresce, aumenta também a demanda por árvores. Nos EUA,
onde ainda há grande uso de sacos de papel para compras, são consumidos em
média 10 bilhões deles por ano. Isso significa que 14 milhões de árvores são
cortadas por ano apenas para abastecer este mercado.
Por mais que tenhamos muitas empresas produzindo papel a partir de
florestas plantadas e certificadas, a demanda por celulose pode causar um
grande impacto ambiental. Em geral, as florestas plantadas são compostas por
eucaliptos e pinus, duas espécies exóticas (não são típicas do Brasil), que têm
a característica de crescimento rápido, mas também empobrecem o solo e impedem
o crescimento de outras espécies, diminuindo a biodiversidade local. A produção
do papel também utiliza grandes quantidades de insumos (água e energia) e
produtos químicos, e despeja grande volume de efluentes e emissões. Na verdade,
produz mais poluentes do ar e da água que a produção do plástico.
O papel biodegrada, é verdade. Mas em condições de aterros e lixões,
sofre o mesmo processo de "mumificação" que os demais resíduos
orgânicos: sem água, oxigênio e luz, acaba ficando intacto debaixo de camadas e
camadas de lixo. O papel é altamente reciclável, isso também é verdade. Mas o
processo de reciclagem consome mais alguns milhares de litros de água e outros
produtos químicos.
Levando tudo isso em consideração, o melhor mesmo é reduzir o consumo,
utilizar sacolas retornáveis ou outras alternativas para transporte das
compras, e reciclar ao máximo o lixo que produzimos.
Plástico oxi-biodegradável
Recentemente surgiram no Brasil os plásticos oxi-biodegradáveis, produto
cujo processo de degradação no meio ambiente é mais rápido que o do plástico
comum. Essa tecnologia vem sendo usada no exterior há alguns anos, porém há
grande controvérsia sobre a sua efetividade.
Por ofertar o que aparentemente é uma "solução ambiental para o
plástico", muitos legisladores brasileiros vêm propondo leis que
estabelecem a substituição do plástico convencional por esta tecnologia – o que
não ocorreu em outros países, onde o uso do plástico oxi-biodegradável é feito
apenas por empresas isoladamente.
Acontece que o plástico aditivado não é uma solução ambiental para o
plástico e, consequentemente, não é a melhor alternativa para o meio ambiente.
E por quê?
A oxi-degradação do plástico ocorre pela presença de oxigênio e a
incidência de luz e calor em sua superfície. Porém, com esse processo, o
plástico perde suas características e se fragmenta em pedaços menores, MAS NÃO
DESAPARECE. Pedacinhos são muito mais difíceis de conter que um saco plástico
inteiro. Imagine se todas as sacolas plásticas que consumimos se fragmentarem
em pedacinhos? Eles voarão livremente, acabando por se depositar em riachos,
rios e lagos, sendo ingeridos por peixes e outros animais, ou provocando uma
fina.
Ponto 2: o comportamento em lixões e
aterros
Cerca de 80% das sacolas plásticas consumidas no Brasil são reutilizadas
como sacos de lixo e seguem, portanto, para lixões e aterros. As condições
nestes depósitos de lixo impedem a incidência de oxigênio, luz e calor nos
resíduos encobertos por novas camadas de lixo depositadas diariamente. Ou seja,
ainda que o material da sacola plástica que utilizamos para descartar nosso
lixo seja aditivado (seja oxi-degradável), pode ser que esta característica
nunca tome lugar: sem a incidência de oxigênio, luz e calor, a oxi-degradação
não ocorrerá, permanecendo a sacola intacta como se fosse uma sacola plástica
comum. Qual seria então a vantagem desta tecnologia?
Como vemos, esta tecnologia envolve uma série de dúvidas ainda não
sanadas. O Princípio da Precaução é um princípio da teoria ambiental que diz
que se não sabemos que impacto uma ação ou tecnologia terá no meio ambiente,
melhor não utilizá-la até que se tenha a real dimensão disto. Ou seja, no caso
do plástico oxi-biodegradável, devemos entender melhor o comportamento do
material para não corrermos o risco de ter um problema ambiental maior daqui há
5 ou 10 anos.
O que dizem os órgãos internacionais
Nos EUA, o Biodegradable Products Institute (BPI) e o US Composting
Council (USCC), que dão o selo de "biodegradável" e
"compostável" aos materiais nos Estados Unidos, não certificaram os
oxi-biodegradáveis. Estas instituições chamam este material de "oxodegradable",
por considerarem que sua degradação ocorre exclusivamente pela oxidação, sem
que ocorra a biodegradação (o consumo do material por microrganismos presentes
no solo). O BPI e o USCC certificam materiais segundo a ASTM D6400, norma que
regula materiais biodegradáveis aceita em todo o mundo.
O governo da Califórnia contratou um estudo independente à California
State University, que comparou alternativas ao plástico existentes no mercado.
O estudo comparou os oxi-degradáveis e os bioplásticos ao papel, para avaliar
seus índices de biodegradação em ambiente de compostagem e concluiu que os
oxi-degradáveis não sofriam qualquer biodegradação no período de 6 meses,
enquanto os bioplásticos e o papel já haviam desaparecido no composto antes
mesmo deste limite. O ambiente de compostagem envolve oxigenação constante do
material e muito calor e umidade, o que significa condições ideais para a
biodegradação de qualquer material efetivamente biodegradável.
Atualmente, existem as normas internacionais referentes ao oxibiodegradáveis. A
americana (ASTM D-6954-4), a inglesa (BS 8472) e a francesa (AFNOR ACT51-808).
Essas normas contemplam critérios para ensaios de degradação, biodegradação e
ausência de resíduos nocivos.
O que dizem os órgãos nacionais de certificação
Em abril de 2004 , a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) lançou a
norma ABNT PE-308.01 referente aos aditivos plásticos
oxibiodegradáveis, que contempla critérios para ensaios de degradação,
biodegradação e ausência de resíduos nocivos, sob determinadas condições
descritas na norma, baseada nos princípios de análise de ciclo de vida (ACV).
O Ministério do Meio Ambiente entende que os plásticos
oxi-biodegradáveis não são a solução para o problema dos plásticos no Brasil.
Entendemos que o plástico aditivado apenas se fragmenta e que esta fragmentação
pode provocar impacto ambiental maior do que um saco de plástico inteiro, que é
facilmente visualizável e passível de recolhimento e correta destinação.
A solução ambiental para as sacolas plásticas envolve, necessariamente,
a mudança de hábitos em relação a este item, seu uso consciente, reutilização e
correto descarte e, antes de tudo, a redução drástica de seu consumo. Só
diminuiremos os impactos ambientais das sacolas plásticas quando diminuirmos
sua presença em nosso dia a dia e na natureza. Esta redução será facilitada
quando alternativas para o descarte de lixo surgirem, especialmente a
instituição da coleta seletiva em todos os municípios brasileiros e da
compostagem, que permitirá a correta destinação dos materiais recicláveis e dos
resíduos orgânicos.
Se você quer ajudar a resolver o problema das sacolas plásticas,
converse com seus representantes políticos e exija a implementação da coleta
seletiva em seu município e o estímulo ao consumo consciente. Apenas mudar de
tecnologia não adianta.
Sacolas plásticas e animais
Outro grande problema ambiental envolvendo as sacolas plásticas é a
morte de animais. Milhares de animais morrem todos os anos engasgados, presos
ou sufocados por sacolas e sacos plásticos descartados incorretamente ou que
voaram de aterros e lixões. Na Índia, centenas de vacas morrem todos os anos,
engasgadas com sacos plásticos contendo restos de alimento.
As tartarugas marinhas são as grandes vítimas das sacolas plásticas que
acabam nos oceanos. O Projeto Tamar tem inúmeras provas de como as tartarugas
marinhas confundem sacolas plásticas com águas-vivas, seu alimento primordial.