Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sexta-feira, 3 de julho de 2015

Não desprezar o profeta. – Reflexão de José Antonio Pagola. Bem atual!



Considero todas as reflexóes escritas por José Antonio Pagola bem interessantes e muito atuais para os católicos (e cristãos, de modo geral) nos dias de hoje. Deveriam ser  lidos e refletidos por todos!

Abaixo, uma reflexão muito atual, que tem como fundo o texto bíblico Mc 6, 1-6 (Jesus é rejeitado em Nazaré).
Foi publicada no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).
Não deixe de ler.
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IHU - Notícias
Sexta, 03 de julho de 2015

Não desprezar o profeta


A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos 6,1-6 que corresponde ao 14° Domingo do Tempo Comum, ciclo B do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto.

Eis o texto

O relato não deixa de ser surpreendente. Jesus foi rejeitado precisamente na Sua própria terra, entre aqueles que acreditavam conhecê-Lo melhor que ninguém. Chega a Nazaré, acompanhado pelos Seus discípulos, e ninguém sai ao Seu encontro, como sucede por vezes noutros lugares. Tampouco lhe apresentam os doentes da aldeia para que os cure.

A Sua presença só desperta neles assombro. Não sabem  quem Lhe poderá ter ensinado uma mensagem tão cheia de sabedoria. Tampouco sabem explicar de onde vem a força curadora das Suas mãos. O único que sabem é que é Jesus, um trabalhador nascido numa família da Sua aldeia. Tudo o mais «parece-lhes escandaloso».

Jesus sente-se «desprezado»: os seus não O aceitam como portador da mensagem e da salvação de Deus. Fizeram uma ideia do seu vizinho Jesus e resistem a abrir-se ao mistério que se encerra na Sua pessoa. Jesus recorda-lhes o provérbio que, provavelmente, conhecem  todos: «Não desprezam um profeta mais que na sua terra, entre os seus parentes e em sua casa».

Ao mesmo tempo, Jesus «estranha a Sua falta de fé». É a primeira vez que experimenta uma rejeição coletiva, não dos dirigentes religiosos, mas de todo o Seu povo. Não esperava isto dos Seus. A Sua incredulidade chega inclusive a bloquear a Sua capacidade de curar: «não pode fazer ali nenhum  milagre, só curou alguns doentes».

Marcos não narra este episódio para satisfazer a curiosidade dos seus leitores, mas para advertir as comunidades cristãs que Jesus pode ser rejeitado precisamente por quem acredita conhecer melhor: os que se encerram nas suas ideias preconcebidas sem abrir-se nem à novidade da Sua mensagem nem ao mistério da sua pessoa.


• Como estamos acolhendo Jesus, os que nos cremos «Seus»?

• No meio de um mundo que se fez adulto, não é a nossa fé demasiado infantil e superficial?

• Não vivemos demasiado indiferentes à novidade revolucionária da Sua mensagem?

• Não é estranha a nossa falta de fé na Sua força transformadora?

• Não corremos o risco de apagar o Seu Espírito e desprezar a Sua Profecia?

Esta é a preocupação de Paulo de Tarso: «Não apagueis o Espírito, não desprezeis o dom da Profecia. Revede tudo e ficai só com o bom» (1 Tes 5,19-21). 

Não necessitaremos de algo disto nós,  os cristãos dos nossos dias?
  

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