Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sábado, 25 de julho de 2015

O nosso grande pecado. Reflexão de José Antonio Pagola. Muito atual!


Hoje, uma reflexão bem curta mas muito concreta e importante. Como pano de fundo  tem o texto bíblico Jo 6, 1-15  (O milagre de multiplicação de pães e peixes).
É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola.
O texto foi publicado na no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).
Vale a pena ler e refletir!
WCejnóg

 

IHU - NOTÍCIAS
Sexta, 24 de julho de 2015

O nosso grande pecado

A leitura que a Igreja propõe neste domingo é   o Evangelho de Jesus Cristo segundo Joao 6, 1-15 que corresponde ao 17º Domingo do Tempo Comum, ciclo B do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto.

Eis o texto

O episódio da multiplicação dos pães teve grande popularidade entre os seguidores de Jesus. Todos os evangelistas o recordam. Seguramente, comovia-os pensar que aquele homem de Deus se tinha preocupado em alimentar uma multidão que tinha ficado sem o necessário para comer.

Segundo a versão de João, o primeiro que pensa na fome daquela gente que foi escutá-Lo é Jesus. Esta gente necessita de comer; tem de se fazer algo por eles. Assim era Jesus. Vivia pensando nas necessidades básicas do ser humano.

Filipe faz-Lhe ver que não têm dinheiro. Entre os discípulos, todos são pobres: não podem comprar pão para tantos. Jesus sabe-o. Os que têm dinheiro não resolverão nunca o problema da fome no mundo. É necessário algo mais do que dinheiro.

Jesus vai ajudá-los a vislumbrar um caminho diferente. Antes de mais nada, é necessário que ninguém acumule o seu para si mesmo se há outros que passam fome. Os Seus discípulos terão de aprender a pôr à disposição dos que têm fome o que tenham, mesmo que só sejam «cinco pães de cevada e dois peixes».

A atitude de Jesus é a mais simples e humana que podemos imaginar.  Mas, quem nos vai ensinar a nós a partilhar, se só sabemos comprar?  Quem nos vai libertar da nossa indiferença ante os que morrem de fome? Há algo que nos possa fazer mais humanos? Produzir-se-á algum dia esse «milagre» da solidariedade real entre todos?

Jesus pensa em Deus. Não é possível acreditar Nele como Pai de todos, e viver deixando que os Seus filhos e filhas morram de fome. Por isso, toma os alimentos que recolheram no grupo, «levanta os olhos ao céu e diz a ação de graças». A Terra e tudo o que nos alimenta recebemos de Deus. É uma oferta do Pai destinada a todos os Seus filhos e filhas. Se vivemos privando outros daquilo que necessitam para viver é porque a esquecemos. É o nosso grande pecado apesar de quase nunca o confessarmos.

Ao partilhar o pão da eucaristia, os primeiros cristãos sentiam-se alimentados por Cristo ressuscitado, mas, ao mesmo tempo, recordavam o gesto de Jesus e compartilhavam os seus bens com os mais necessitados. Sentiam-se irmãos. Não tinham, todavia, esquecido o Espírito de Jesus.

Fonte: IHU - Notícias


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