Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sábado, 18 de julho de 2015

Como ovelhas sem pastor. – Reflexão de José Antonio Pagola. Ótima!


Jesus viu uma grande multidão e compadeceu-se dela, porque era como ovelhas que não têm pastor.” Mc 6, 34

Abaixo, uma reflexão muito concreta e atual, que tem como pano de fundo o texto bíblico Mc  6, 30-34 (Jesus tem compaixão da multidão).
É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola.
O texto foi publicado na no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).
Não deixe de  ler!
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IHU – Notícias
Sexta, 17 de julho de 2015

Como ovelhas sem pastor


A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos 6,30-34 que corresponde ao 16° Domingo do Tempo Comum, ciclo B do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto.

Eis o texto

Os discípulos, enviados por Jesus para anunciar o seu Evangelho, voltam entusiasmados. Falta-lhes tempo para contar ao seu Mestre tudo o que fizeram e ensinaram. Pelo que parece, Jesus quer escutá-los com calma e convida-os a retirar-se “a sós para um sítio tranquilo para descansar um pouco”.

As pessoas alteram todo o plano. De todas as aldeias correm a procurá-lo. Já não é possível aquela reunião tranquila que tinha projetado Jesus a sós com os Seus discípulos mais próximos. Quando chegam ao lugar, a multidão invadiu tudo. Como reagirá Jesus?

O evangelista descreve com detalhe a Sua atitude. Jesus nunca fica incomodado pelas pessoas. Fixa seu olhar na multidão. Sabe olhar, não só às pessoas concretas e próximas, mas também a essa massa de gente formada por homens e mulheres sem voz, sem rosto e sem importância especial. No imediato desperta nele a compaixão. Não o pode evitar. “Teve lástima deles”. Ele leva-os todos muito dentro do seu coração.

Nunca os abandonará. “Vê-os como ovelhas sem pastor”: pessoas sem guias para descobrir o caminho, sem profetas para escutar a voz de Deus. Por isso, “começou a ensina-lhes com calma”, dedicando-lhes tempo e atenção para alimentá-los com a sua Palavra curadora.

Um dia teremos que rever ante Jesus, nosso único Senhor, como olhamos e tratamos essas multidões que se estão afastando pouco a pouco da Igreja, talvez porque não escutam entre nós o seu Evangelho e porque já não lhes diz nada os nossos discursos, comunicados e declarações.

Pessoas simples e boas que estamos a decepcionar porque não veem em nós a compaixão de Jesus. Crentes que não sabem a quem acudir nem que caminhos seguir para encontrar-se com um Deus mais humano que o que se apercebem entre nós. Cristãos que se calam porque sabem que a sua palavra não será tida em conta por ninguém importante na Igreja.

Um dia o rosto desta Igreja mudará. Aprenderá a atuar com mais compaixão; esquecerá os seus próprios discursos e escutará o sofrimento das pessoas. Jesus tem força para transformar os nossos corações e renovar as nossas comunidades.



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