“Jesus viu uma
grande multidão e compadeceu-se dela, porque era como ovelhas que não têm
pastor.” Mc 6, 34
Abaixo, uma reflexão muito
concreta e atual, que tem como pano de fundo o texto bíblico Mc 6, 30-34 (Jesus tem
compaixão da multidão).
É de autoria do padre e teólogo
espanhol José Antonio Pagola.
O texto foi publicado na no site
do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).
Não deixe de ler!
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IHU
– Notícias
Sexta, 17 de julho de
2015
Como ovelhas sem pastor
A leitura que a Igreja
propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos
6,30-34 que corresponde ao 16° Domingo do Tempo Comum, ciclo B do Ano
Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola
comenta o texto.
Eis o texto
Os discípulos,
enviados por Jesus para anunciar o seu Evangelho, voltam entusiasmados.
Falta-lhes tempo para contar ao seu Mestre tudo o que fizeram e ensinaram. Pelo
que parece, Jesus quer escutá-los com calma e convida-os a retirar-se “a sós
para um sítio tranquilo para descansar um pouco”.
As pessoas alteram todo
o plano. De todas as aldeias correm a procurá-lo. Já não é possível
aquela reunião tranquila que tinha projetado Jesus a sós com os Seus discípulos
mais próximos. Quando chegam ao lugar, a multidão invadiu tudo. Como reagirá
Jesus?
O evangelista descreve
com detalhe a Sua atitude. Jesus nunca fica incomodado pelas pessoas. Fixa seu
olhar na multidão. Sabe olhar, não só às pessoas concretas e próximas,
mas também a essa massa de gente formada por homens e mulheres sem voz, sem
rosto e sem importância especial. No imediato desperta nele a compaixão.
Não o pode evitar. “Teve lástima deles”. Ele leva-os todos muito dentro do seu
coração.
Nunca os abandonará.
“Vê-os como ovelhas sem pastor”: pessoas sem guias para descobrir o caminho,
sem profetas para escutar a voz de Deus. Por isso, “começou a ensina-lhes
com calma”, dedicando-lhes tempo e atenção para alimentá-los com a sua
Palavra curadora.
Um dia teremos que rever
ante Jesus, nosso único Senhor, como olhamos e tratamos essas multidões que se
estão afastando pouco a pouco da Igreja, talvez porque não escutam entre nós o
seu Evangelho e porque já não lhes diz nada os nossos discursos, comunicados e
declarações.
Pessoas simples e boas
que estamos a decepcionar porque não veem em nós a compaixão de Jesus. Crentes
que não sabem a quem acudir nem que caminhos seguir para encontrar-se com um
Deus mais humano que o que se apercebem entre nós. Cristãos que se calam
porque sabem que a sua palavra não será tida em conta por ninguém importante na
Igreja.
Um dia o rosto desta
Igreja mudará. Aprenderá a atuar com mais compaixão;
esquecerá os seus próprios discursos e escutará o sofrimento das pessoas. Jesus
tem força para transformar os nossos corações e renovar as nossas comunidades.
Fonte:
IHU – Notícias
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