Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sexta-feira, 31 de julho de 2015

O coração do cristianismo. – Reflexão de José Antonio Pagola. Muito boa!




«A obra de Deus consiste em acreditar n’Aquele que Ele enviou» (Jo 6, 29)

Abaixo, uma bonita reflexão, muito concreta e atual, que tem como pano de fundo o texto bíblico Jo 6, 24-35 (Discurso eucarístico).
É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola.
O texto foi publicado na no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).
Não deixe de  ler!
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IHU - NOTÍCIAS
Sexta, 31 de julho de 2015

O coração do cristianismo


A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus Cristo segundo João 6, 24-35 que corresponde ao 18º Domingo do Tempo Comum, ciclo B do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto.

Eis o texto

As pessoas necessitam de Jesus e procuram-no.
Há algo Nele que as atrai, mas ainda não sabem exatamente por que o procuram nem para quê.Segundo o evangelista, muitos o fazem porque no dia anterior distribuiu-lhes pão para saciar a sua fome.

Jesus começa a conversar com eles. Há coisas que convêm aclarar desde o princípio. O pão material é muito importante. Ele mesmo os ensinou a pedir a Deus “o pão de cada dia” para todos. Mas o ser humano necessita de algo mais. Jesus quer oferecer-lhes um alimento que possa saciar para sempre a sua fome de vida.

As pessoas intuem que Jesus lhes está a abrir um horizonte novo, mas não sabem que fazer, nem por onde começar. O evangelista resume as suas interrogações com estas palavras: “e que obras temos que fazer para trabalhar no que Deus quer?”. Há neles um desejo sincero de acertar. Querem trabalhar no que Deus quer, mas, acostumados a pensar tudo a partir da Lei, perguntam a Jesus que obras, práticas e observâncias novas têm que ter em conta.

A resposta de Jesus toca o coração do cristianismo: “a obra (no singular!) que Deus quer é esta: que acrediteis Naquele que foi enviado”. Deus só quer que creiam em Jesus Cristo, pois é a grande dádiva que Ele enviou ao mundo. Esta é a nova exigência. Nisto têm de trabalhar. O resto é secundário.

Depois de vinte séculos de cristianismo, não necessitaremos descobrir de novo que toda a força e originalidade da Igreja estão em crer em Jesus Cristo e segui-Lo? Não necessitamos passar da atitude de adeptos de uma religião de “crenças” e de “práticas”, a viver como discípulos de Jesus?

A fé cristã não consiste primordialmente em ir cumprindo corretamente um código de práticas e observâncias novas, superiores às do antigo testamento. Não. A identidade cristã está em aprender a viver um estilo de vida que nasce da relação viva e confiada em Jesus, o Cristo. Vamo-nos fazendo cristãos na medida em que aprendemos a pensar, sentir, amar, trabalhar, sofrer e viver como Jesus.

Ser cristão exige hoje uma experiência de Jesus e uma identificação com o Seu projeto que não se requeria anos atrás para ser um bom praticante. Para subsistir no meio da sociedade laica, as comunidades cristãs necessitam cuidar mais que nunca da adesão e do contato vital com Jesus, o Cristo.



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