«A obra de Deus
consiste em acreditar n’Aquele que Ele enviou» (Jo 6, 29)
Abaixo, uma bonita reflexão,
muito concreta e atual, que tem como pano de fundo o texto bíblico Jo 6, 24-35 (Discurso eucarístico).
É de autoria do padre e teólogo
espanhol José Antonio Pagola.
O texto foi publicado na no site
do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).
Não deixe de ler!
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IHU
- NOTÍCIAS
Sexta, 31 de julho de
2015
O coração do cristianismo
A leitura que a Igreja
propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus Cristo segundo João 6,
24-35 que corresponde ao 18º Domingo do Tempo Comum, ciclo B do Ano
Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o
texto.
Eis o texto
As pessoas necessitam de Jesus e procuram-no. Há algo Nele que as atrai, mas ainda não sabem exatamente por que o procuram nem para quê.Segundo o evangelista, muitos o fazem porque no dia anterior distribuiu-lhes pão para saciar a sua fome.
Jesus começa a conversar
com eles. Há coisas que convêm aclarar desde o princípio. O pão material é
muito importante. Ele mesmo os ensinou a pedir a Deus “o pão de cada
dia” para todos. Mas o ser humano necessita de algo mais. Jesus quer
oferecer-lhes um alimento que possa saciar para sempre a sua fome de vida.
As pessoas intuem que
Jesus lhes está a abrir um horizonte novo, mas não sabem que fazer, nem por
onde começar. O evangelista resume as suas interrogações com estas palavras: “e
que obras temos que fazer para trabalhar no que Deus quer?”. Há neles
um desejo sincero de acertar. Querem trabalhar no que Deus quer, mas,
acostumados a pensar tudo a partir da Lei, perguntam a Jesus que obras,
práticas e observâncias novas têm que ter em conta.
A resposta de Jesus toca
o coração do cristianismo: “a obra (no singular!) que Deus quer é esta: que
acrediteis Naquele que foi enviado”. Deus só quer que creiam em Jesus Cristo,
pois é a grande dádiva que Ele enviou ao mundo. Esta é a nova
exigência. Nisto têm de trabalhar. O resto é secundário.
Depois de vinte séculos
de cristianismo, não necessitaremos descobrir de novo que toda a força e
originalidade da Igreja estão em crer em Jesus Cristo e segui-Lo? Não
necessitamos passar da atitude de adeptos de uma religião de “crenças” e de “práticas”,
a viver como discípulos de Jesus?
A fé cristã não consiste
primordialmente em ir cumprindo corretamente um código de práticas e
observâncias novas, superiores às do antigo testamento. Não. A identidade
cristã está em aprender a viver um estilo de vida que nasce da relação viva e
confiada em Jesus, o Cristo. Vamo-nos fazendo cristãos na medida em que
aprendemos a pensar, sentir, amar, trabalhar, sofrer e viver como Jesus.
Ser cristão exige hoje
uma experiência de Jesus e uma identificação com o Seu projeto que não se
requeria anos atrás para ser um bom praticante. Para subsistir no meio da
sociedade laica, as comunidades cristãs necessitam cuidar mais que nunca da
adesão e do contato vital com Jesus, o Cristo.
Fonte: IHU - Notícias
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