É muito conhecido o cântico Em Nome
do Pai, em que a comunidade dos fiéis, reunida para a fazer as suas orações
a Deus, canta, expressando o objetivo da sua presença:
Em nome do Pai
Em nome do Filho
Em nome do Espírito Santo
Estamos aqui.
Para louvar e agradecer, bendizer
e adorar, estamos aqui, Senhor, a teu dispor.
Para louvar e agradecer, bendizer
e adorar, te aclamar, Deus trino de amor.
O tema da participação dos fiéis em celebrações e ritos comunitários já foi abordado no blog INDAGAÇÕES ( dia 7 de junho de 2012: Sobre os ritos litúrgicos católicos. Eles existem para quê?). E hoje, o texto abaixo, de autoria de Ferdinand Krenzer¹, complementa a reflexão sobre esse tema: fala sobre a oração feita em comunidade e pela comunidade, chamada de oração litúrgica. Não deixe de ler.
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[Para aproveitar melhor a abordagem deste tema, é aconselhável ler desde o início todas as postagens que se referem a este assunto (começo no dia 6 de julho de 2012: Reflexões sobre a oração)].
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A Oração Litúrgica
A Oração Litúrgica
È caraterístico dos católicos dar o valor à oração
comunitária. O Cristo nos prometeu:
“Porque onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, eu estarei no meio
deles” (Mt 18,20). Baseados nestas palavras, podemos questionar a opinião de
algumas pessoas que dizem: “Se eu quero rezar, vou ao parque ou para o
meu quarto”. Obviamente, pode-se rezar muito bem também no quarto, porém, essa
promessa particular de Jesus Cristo refere-se à
oração em comunidade.
Quando os
fieis se reúnem na comunidade, cada um
deles, pessoalmente, não tem como rezar como quiser. Já por este motivo as
orações particulares e os pedidos individuais devem dar o lugar às grandes
intenções de adoração a Deus e às preocupações que abrangem o mundo
inteiro – no espírito de oração.
É desta
maneira que, através dos séculos, formaram-se na Igreja as orações concretas,
adequadas para a celebração de vários ritos litúrgicos. Essa organização
concreta de textos e palavras, elaborados para fazer as orações comunitárias,
chamamos de liturgia (por exemplo as Orações da Santa Missa).
O que
chama atenção na oração litúrgica é que
ela não é puramente oração interior, mas é ligada aos ritos e cerimônias.
Durante a liturgia determina-se que os fiéis
assumam posturas diferenciadas: de pé, sentados ou ajoelhados. O
presidente da celebração (na maioria das vezes o sacerdote) une as mãos ou levanta, inclina-se em
reverência, bate no peito, ajoelha, etc.
Nenhuma destas posturas é algo somente exterior, mas todas elas servem para
interiorizar mais a oração da
comunidade; sublinham que a liturgia é um processo do encontro espiritual com
Deus.
Hoje
valorizamos, muito mais que antigamente,
a visão integral do ser humano - a forte unidade que formam nele o corpo e o
espírito. O homem que se sente culpado, involuntariamente se encolhe, abaixa (daqui vem o gesto de
ajoelhar, a genuflexão), enquanto a
pessoa de bem, tranqüila no seu espírito, - emana paz e demonstra isso com a
postura digna, reta. Espontaneamente fazemos reverência diante de alguém,
quando queremos lhe demonstrar o respeito
e honra. A postura externa pode expressar, freqüentemente, o estado interno de
uma pessoa, supondo, obviamente, que não se faz isso exclusivamente por causa
da rotina ou para demonstração pública durante celebrações, como não poucas
vezes podemos ser testemunhas disso.
Esta
observação também refere-se aos sinais externos e formas que usamos nas orações
pessoais. Será que Jesus Cristo também não se servia constantemente dos sinais
visíveis?
(KRENZER, F. Taka
jest nasza wiara, Paris, Éditions Du
Dialogue, 1981, p. 309)²
Continua
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¹
Krenzer Ferdinand - nascido em 22 de maio de 1921 em Dillenburg,
Hesse, † 08 de maio de 2012 em Hofheim (Taunus), foi um teólogo católico alemão,
sacerdote e escritor na aposentadoria.
² Obs.: As reflexões do Ferdinand
Krenzer fascinam pelo seu jeito simples e direto, e agradam o leitor,
ajudando-o a entender melhor o caminho da fé cristã e compreender os temas mais
difíceis desta doutrina.
Os textos publicados neste blog são
tomados do livro Taka jest nasza wiara, desse autor; uma edição no idioma
polonês, do qual faço uma tradução livre (para o português). O título original: “Morgen wird man wieder
Glauben”.
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