A oração, nas suas diversas formas, permite ao ser humano a aproximar-se
de Deus, falar com Ele e ouvir o que Ele lhe fala. Rezar, então, é como
estabelecer uma conexão vital entre a criatura e o Criador, entre o ser humano
e Deus.
Todos nós, certamente, temos momentos na nossa vida, quando constatamos como é importante e consolador poder comunicar-se com Deus , sabendo que Ele é nosso Pai/Mãe e
nos ama incondicionalmente. É,
sobretudo, nos momentos de grande
aflição, de provas decisivas e nos limites, que
cada homem e mulher neste mundo experimenta a necessidade e o valor da
oração, que, nessas circunstâncias, sai realmente de dentro do mais íntimo dos
seus corações.
Talvez por isso, a aprendizagem e o costume de orar a Deus deve ser, para cada um de nós, tão natural
como o ar que respiramos, como a vida que há em nós.
Mas, nem sempre é fácil crer e orar. Muitas pessoas, de modo especial adolescentes e jovens, às vezes, não sentem
essa necessidade da fé e da oração, jogando-as à margem da vida, se não tirando-as totalmente
da lista dos valores. É compreensivo para nós, adultos, que na adolescência e
na juventude, quando a vida manifesta-se de mil novas formas e com a maior
intensidade possível – as pessoas jovens não dão atenção àquilo que,
talvez, para elas ainda não se manifestou
como essencial e necessário para a sua
frágil existência (que é de todo ser
humano). A emoção e “adrenalina” do
momento e as novas descobertas e experiências
predominam em tudo. Mas isso não
significa que a questão da fé e da oração deve ser abandonada, esquecida ou,
no melhor dos casos, deixada para depois. O que se pode fazer nessa
situação?
Não existe resposta pronta. Talvez,
primeiramente, seja necessário
lembrarmos do ditado latim: verba docent, exempla
trahunt – palavras ensinam
mas só os exemplos arrastam!, para verificarmos se não são
as nossas faltas na educação que damos
aos nossos filhos, que estão na base da questão em análise? Mas, de modo
geral, levantar a questão já é um passo muito importante. Enfim, é a vida dos nossos jovens que está em
jogo e eles merecem que lhes seja mostrado o horizonte muito mais amplo,
onde possam encontrar a felicidade de
fato. Para nós, cristãos, existe a certeza que tem um só verdadeiro
Caminho, Verdade e Vida, que é Jesus Cristo; e só Ele pode levar a humanidade à
verdadeira felicidade.
Para dar um enfoque maior a esse assunto, trago aqui um texto do
saudoso Pe. José Avril, SVD, que ele um dia escreveu para os alunos dum Colégio Católico. Mas a
mensagem é para todos os adolescentes e jovens de hoje. Não deixe de ler.
WCejnog
“Não vou à igreja porque não
sinto mais Fé”...
Deus nunca se afasta de
você.
Mesmo que você se afaste
dele, Ele espera você voltar.
Mensagem para adolescentes e jovens
A suposta “Falta
de Fé” de que os jovens se queixam, é o “início” da Fé. Antes de tudo, a Fé não está no sentimento,
está na sua mente.
Fé não é algo
que se conquista para possuí-lo. Ela é atitude, é o que um amigo tem para com
outro, um esposo para com a esposa, criança para com sua mãe: “Confiança e
entrega”. Saber-se nas mãos de Deus. Sendo uma atitude, a Fé tem altos e baixos, e tem dúvidas, o que é
sinal de que há Fé. São as crises que
fazem a Fé crescer no amor, quando bem encaradas.
Amizade
verdadeira se mostra na hora das dificuldades. O mesmo acontece com a Fé. Indo à
igreja, embora você possa não sentir aquela vontade, é sinal de Fé e vale muito.
Experimente praticar a sua religião por um tempo, seriamente, e verá o resultado.
“Não posso
acreditar em certas passagens da Bíblia. Isto de Deus ter feito o homem de
barro, a criação do mundo em 7 dias e outras coisas mais...”.
Resposta:
muitas narrações da Bíblia tinham por fim transmitir ao povo judeu, que era
muito simples naquela época, mensagens que ele não era capaz de compreender
através de simples afirmações. Não há necessidade de se acreditar nestes fatos
todos, mas nas mensagens. Aquela maneira de descrever a
criação do primeiro homem era uma maneira de fazer compreender aos
homens daquela época, que ora usavam os
homens como escravos, ora os adoravam, que o homem é muito mais que um animal
de um lado, e do outro, que o
homem não é Deus.
O que é mais
importante na religião? É a sua adesão a
Deus, sua confiança em Deus, e esforço para viver na sua vida o mandamento principal, que Jesus nos deixou: AMARMOS A DEUS E O
PRÓXIMO COMO A NÓS MESMOS.
Verdadeiro
amor ao próximo faz a pessoa respeitar automaticamente todos os outros
mandamentos. Nenhum homem é “uma ilha”. Ele cresce pelo convívio com o próximo,
ajudando, acertando, amando. Missa, Culto, Orações são manifestações da Fé.
Dificilmente se conserva a Fé quando não
é demonstrada.
Com o que foi
dito acima, já está refutada a afirmação que se ouve muitas vezes: “Não vou à
igreja porque não sinto mais Fé”. A
igreja quer que procuremos a Deus uma vez por semana para demonstrarmos a nossa
Fé; para nos lembrarmos do que é mais importante, a vida do nosso corpo e da
alma; e para colaborarmos com Deus, pois na
Missa não só recebemos, mas damos também a nossa contribuição unindo-nos ao
sacrifício do Cristo.
Corrija sua
imagem infantil que você pode ter de Deus, imagem que está condicionada à
imagem que tinha em criança, da sua família, do seu pai...
“DEUS É PAI
MATERNAL”, É AMIGO COMPREENSÍVO, AMIGO QUE ACEITA VOCÊ DO JEITO QUE VOCÊ É. Deus nunca se afasta de você. Mesmo que você
se afaste dele, Ele espera você voltar. Nunca O olhe como Juiz, porque Ele
nunca Ele está de mal com você. Este é o verdadeiro Deus. Deus lhe quer imensamente bem.
VOCAÇÃO! Cada um tem por vocação cristã, fazer com a
sua vida, dando uma colaboração, para também os outros se aproximarem de Deus e
entre si.
Alguns são
chamados a se dedicarem ao serviço de Deus de modo particular, seja como padre,
dispensador dos sacramentos, seja como religiosos ligados a uma congregação que
Deus despertou mediante um fundador para
determinadas obras na Igreja, seja como missionário que leva o evangelho a quem
não conhece ainda.
“Como sei que
tenho vocação?” A vocação germina no
coração da pessoa, quando esta sente o desejo de trabalhar pelo Reino de Deus,
quer ajudar o próximo e tem antes de tudo uma grande amizade por Cristo.
(Autoria: Pe.
José Avril, SVD – in memoriam)
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