Sobre isso trata o texto, abaixo, de
autoria de Ferdinand Krenzer¹.
Não deixe de ler.
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[Para aproveitar melhor a abordagem deste tema, é aconselhável ler desde o início todas as postagens que se referem a este assunto (começo no dia 6 de julho de 2012: Reflexões sobre a oração)].
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O conteúdo de oração
Agora, quando já começamos a oração, na realidade não tem mais nenhuma dificuldade. Porque alcançamos o mais digno e o mais importante tipo de oração – a adoração. Rezar não significa sobretudo pedir e suplicar (ou mendigar), como ouvimos muitas vezes algumas pessoas dizendo que a oração é a coisa dos homens fracos, que não conseguem sozinhos dar conta das dificuldades da vida e por isso precisam de ajuda “do além”. Rezar é, em primeiro lugar, a adoração e louvação de Deus. Como os animais ou qualquer outro ser neste mundo, dia a dia louvam a Deus através do seu existir, assim também o ser humano há de tomar essa alegria radiante de vida e oferecê-la livremente a Deus. Eis o mais profundo sentido da sua vida.
Outro conteúdo de oração pode ser o
agradecimento (Ação de graças). Especialmente o agradecimento por podermos
conhecer que Deus existe, que é tão
maravilhoso, cheio de bondade. “Vos
agradecemos pela vossa imensa glória” (da Missa – Glória). Falamos
para Ele como uma pessoa fala a outra, a
quem ama: Estou contente e grato
por poder saber que Tu existes, Senhor, que estás aqui, e que sois como és. Em seguida, é claro, também
agradecemos pela bondade e ajuda, que tantas vezes já recebemos de Deus.
Só agora começamos as nossas
preces. Mas até mesmo elas não devem ser egocêntricas. Quem durante a oração continuamente pensa só em si próprio,
esse nem com a oração verá se livre dos seus
problemas. Por isso as nossas preces devem abraçar o mundo todo, por
exemplo, pedindo pela paz, pelas pessoas que vivem infelizes e na desgraça, pela unidade da Igreja. Só então
chegamos às nossas necessidades, sabendo que até mesmo com as menores coisas da
nossa vida cotidiana nós podemos nos dirigir a Deus. “Se pedirdes ao Pai alguma coisa em meu nome, ele vos dará” (Jo
16,23b)...
Como podemos perceber, não é tão simples a questão do conteúdo da
oração.
Não é raro ouvir alguém dizendo se
contra as orações de súplicas: Não tem
sentido pedir a Deus pela qualquer coisa, pois Ele sabe tudo, e, então, também sabe o
que nós precisamos, e sabe o que gostaríamos de pedi-lO...
Certamente, que Deus sabe tudo. Mas Ele quer que O peçamos em nossas necessidades: "Peçam, e lhes será dado; busquem, e encontrarão; batam, e a porta lhes será aberta. Pois todo o que pede, recebe; o que busca, encontra; e àquele que bate, a porta será aberta." (Mt 7, 7-8 compare também Lc 11, 5-13; 13, 1-8; Jo 16, 23).
Muitas coisas poderíamos alcançar pela oração, e isso não acontece quando a abandonamos.Talvez Deus queira que os homens, pela oração, tomem consciência de que são apenas criaturas de Deus, e não devem querer ser prepotentes.
O ser humano não reza para Deus se
lembrar dele, mas para ele mesmo se lembrar de Deus. (...)
(KRENZER, F. Taka
jest nasza wiara, Paris, Éditions Du
Dialogue, 1981, p. 302-303)²
Continua...
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¹
Ferdinand Krenzer é um teólogo católico alemão, pastor, aposentado
e escritor.
²Obs.: As reflexões do Ferdinand Krenzer
fascinam pelo seu jeito simples e direto, e agradam o leitor, ajudando-o a
entender melhor o caminho da fé cristã e compreender os temas mais difíceis
desta doutrina.
Os textos publicados neste blog são
tomados do livro Taka jest nasza wiara, desse autor; uma edição no idioma
polonês, do qual faço uma tradução livre (para o português). O título original: “Morgen wird man wieder
Glauben”.
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