Abaixo, uma reflexão muito interessante do padre e
teólogo espanhol José Antônio Pagola. Foi publicada no site do Instituto
Humanitas Unisinos (IHU).
Não deixe de ler.
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IHU –
Notícias
Sexta,
11 de abril de 2014.
(Mateus 26,14-27,66)
Nada
o pode deter
O teólogo espanhol José
Antonio Pagola comenta o texto.
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A
execução de João Batista não foi algo casual. Segundo uma ideia
muito difundida pelo povo judeu, o destino que espera o profeta é a
incompreensão, a rejeição e, em muitos casos, a morte.
Provavelmente, Jesus contou desde muito cedo com a possibilidade de um final violento.
Se
aceita a perseguição e o martírio é por fidelidade a esse projeto de Deus
que não quer ver sofrer os seus filhos e filhas. Por isso, não corre para a
morte, mas tampouco recua. Não foge ante as ameaças, tampouco modifica nem
suaviza a sua mensagem.
Teria
sido fácil evitar a execução. Teria bastado com calar-se e não insistir no que
podia irritar no templo ou no palácio do prefeito romano. Não o fez. Seguiu o
seu caminho. Preferiu ser executado antes de atraiçoar a sua
consciência e ser infiel ao projeto de Deus, seu Pai.
Aprendeu a viver num clima de insegurança, conflitos e acusações. Dia a dia foi-se reafirmando na sua missão e continuou
anunciando com claridade a Sua mensagem. Atreveu-se a difundi-la não só nas
aldeias retiradas da Galileia, mas também no entorno perigoso do templo. Nada o
deteve.
Morrerá
fiel ao Deus em que confiou sempre. Seguirá acolhendo a todos, inclusive a
pecadores e indesejáveis. Se acabarem por rejeitá-lo, morrerá como um
“excluído”, e com a sua morte confirmará o que foi toda a sua vida: confiança
total num Deus que não rejeita nem exclui ninguém do Seu perdão.
Continuará a procurar o reino de Deus e a Sua justiça,
identificando-se com os mais pobres e desprezados. Se um dia o executam no suplício da cruz, reservado para
escravos, morrerá como o mais pobre e desprezado, mas com a sua morte selará
para sempre a sua fé num Deus que quer a salvação do ser humano de tudo o que o
escraviza.
Fonte: IHU - Notícias
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