“Disse-lhes, então, Jesus outra vez: Paz seja convosco; assim
como o Pai me enviou, também eu vos envio a vós. E, havendo dito isto, assoprou
sobre eles e disse-lhes: Recebei o Espírito Santo.” (Jo 20, 21-22)
É muito gratificante quando encontramos
leituras boas, que são capazes de “mexer” conosco, com as nossas concepções e
opiniões adquiridas no passado. Mais ainda, quando elas trazem novas “luzes” e
ideias que nos possam enriquecer interiormente. Saber aproveitá-las só faz bem!
Abaixo, uma curta reflexão, muito concreta e atual,
do padre e teólogo espanhol José Antônio Pagola. Foi publicada no site do
Instituto Humanitas Unisinos (IHU).
Não deixe de ler.
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IHU
– Notícias
Sexta,
25 de abril de 2014.
Jesus
salvará a Igreja
A
leitura que a Igreja propõe neste domingo e o evangelho de Jesus Cristo segundo
João 20, 21-31, que corresponde ao Segundo Domingo da Páscoa, ciclo A do ano
litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o
texto.
Eis o texto.
Aterrados
pela execução de Jesus, os discípulos refugiam-se numa casa conhecida. De novo
estão reunidos, mas Jesus não está com eles. Na comunidade há um vazio que
ninguém pode preencher. Falta-lhes Jesus. A quem seguirão
agora? Que poderão fazer sem Ele? “Está anoitecendo” em Jerusalém e também no
coração dos discípulos.
Dentro
da casa, estão “com as portas fechadas”. É uma comunidade sem missão e sem horizonte,
encerrada em si mesma, sem capacidade de acolhimento. Ninguém pensa agora em
sair pelos caminhos a anunciar o reino de Deus e curar a vida. Com as portas
fechadas não é possível aproximar-nos do sofrimento das pessoas.
Os
discípulos estão cheios de “medo dos judeus”. É uma comunidade paralisada pelo
medo, em atitude defensiva. Só vêm hostilidade e rejeição por todos os lados. Com medo
não é possível amar o mundo como o amava Jesus, nem infundir em ninguém alento
e esperança.
De
repente, Jesus ressuscitado toma a iniciativa. Vem resgatar os seus seguidores.
”Entra na casa e coloca-se no meio deles.” A pequena comunidade começa a
transformar-se. Do medo passam à paz que lhes infunde Jesus.
Da obscuridade da noite passam à alegria de voltar a vê-Lo cheio de vida. Das
portas fechadas vão passar rapidamente à abertura da missão.
Jesus
fala-lhes colocando naqueles homens toda a sua confiança: ”Como o Pai me
enviou, assim também eu vos envio”. Não lhes diz de quem se devem aproximar, o
que hão de anunciar nem como hão de atuar. Já puderam aprender dele pelos
caminhos da Galileia. Serão no mundo o que Ele foi.
Jesus
conhece a fragilidade dos seus discípulos. Muitas vezes os criticou na sua fé
pequena e vacilante. Necessitam da força do Seu Espírito para cumprir a
sua missão. Por isso faz com eles um gesto especial. Não lhes
impõem as mãos nem os abençoa como aos doentes. Exala o Seu alento sobre eles e
diz-lhes: “Recebei o Espírito Santo”.
Só
Jesus salvará a Igreja. Só Ele nos libertará dos medos que nos paralisam,
destruirá os esquemas aborrecidos em que pretendemos encerrá-lo,
abrirá tantas portas que temos fechado ao longo dos séculos, endireitará tantos
caminhos que nos têm desviado dele.
O
que se nos pede é reavivar muito mais em toda a Igreja a confiança em Jesus
ressuscitado, mobilizar-nos para colocá-lo sem medo no centro das
nossas paróquias e comunidades e concentrar todas as nossas
forças em escutar bem o que o Seu Espírito nos está dizendo hoje, aos seus
seguidores e seguidoras.
Fonte: IHU - Notícias
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