Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sábado, 26 de abril de 2014

“Só Jesus salvará a Igreja.” – Reflexão de José Antonio Pagola. Excelente!


Disse-lhes, então, Jesus outra vez: Paz seja convosco; assim como o Pai me enviou, também eu vos envio a vós. E, havendo dito isto, assoprou sobre eles e disse-lhes: Recebei o Espírito Santo.”  (Jo 20, 21-22)

 É muito gratificante quando encontramos leituras boas, que são capazes de “mexer” conosco, com as nossas concepções e opiniões adquiridas no passado. Mais ainda, quando elas trazem novas “luzes” e ideias que nos possam enriquecer interiormente. Saber aproveitá-las só faz bem!

Abaixo, uma curta reflexão, muito concreta e atual, do padre e teólogo espanhol José Antônio Pagola. Foi publicada no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).
Não deixe de ler.
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IHU – Notícias
Sexta, 25 de abril de 2014.

Jesus salvará a Igreja

A leitura que a Igreja propõe neste domingo e o evangelho de Jesus Cristo segundo João 20, 21-31, que corresponde ao Segundo Domingo da Páscoa, ciclo A do ano litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto.


Eis o texto.

Aterrados pela execução de Jesus, os discípulos refugiam-se numa casa conhecida. De novo estão reunidos, mas Jesus não está com eles. Na comunidade há um vazio que ninguém pode preencher. Falta-lhes Jesus. A quem seguirão agora? Que poderão fazer sem Ele? “Está anoitecendo” em Jerusalém e também no coração dos discípulos.


Dentro da casa, estão “com as portas fechadas”. É uma comunidade sem missão e sem horizonte, encerrada em si mesma, sem capacidade de acolhimento. Ninguém pensa agora em sair pelos caminhos a anunciar o reino de Deus e curar a vida. Com as portas fechadas não é possível aproximar-nos do sofrimento das pessoas.

Os discípulos estão cheios de “medo dos judeus”. É uma comunidade paralisada pelo medo, em atitude defensiva. Só vêm hostilidade e rejeição por todos os lados. Com medo não é possível amar o mundo como o amava Jesus, nem infundir em ninguém alento e esperança.

De repente, Jesus ressuscitado toma a iniciativa. Vem resgatar os seus seguidores. ”Entra na casa e coloca-se no meio deles.” A pequena comunidade começa a transformar-se. Do medo passam à paz que lhes infunde Jesus. Da obscuridade da noite passam à alegria de voltar a vê-Lo cheio de vida. Das portas fechadas vão passar rapidamente à abertura da missão.

Jesus fala-lhes colocando naqueles homens toda a sua confiança: ”Como o Pai me enviou, assim também eu vos envio”. Não lhes diz de quem se devem aproximar, o que hão de anunciar nem como hão de atuar. Já puderam aprender dele pelos caminhos da Galileia. Serão no mundo o que Ele foi.

Jesus conhece a fragilidade dos seus discípulos. Muitas vezes os criticou na sua fé pequena e vacilante. Necessitam da força do Seu Espírito para cumprir a sua missão. Por isso faz com eles um gesto especial. Não lhes impõem as mãos nem os abençoa como aos doentes. Exala o Seu alento sobre eles e diz-lhes: “Recebei o Espírito Santo”.

Só Jesus salvará a Igreja. Só Ele nos libertará dos medos que nos paralisam, destruirá os esquemas aborrecidos em que pretendemos encerrá-lo, abrirá tantas portas que temos fechado ao longo dos séculos, endireitará tantos caminhos que nos têm desviado dele.

O que se nos pede é reavivar muito mais em toda a Igreja a confiança em Jesus ressuscitado, mobilizar-nos para colocá-lo sem medo no centro das nossas paróquias e comunidades e concentrar todas as nossas forças em escutar bem o que o Seu Espírito nos está dizendo hoje, aos seus seguidores e seguidoras.



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